REVIEW - ABRIL DESPEDAÇADO
Após nos presentear com um banquete de imagens inesquecíveis em 1998 com o premiadíssimo filme Central do Brasil, Walter Sallles Jr. traz às telas mais uma estória que tem como cenário o sertão nordestino.
Em plena caatinga no interior de Pernambuco, no início do século XX, sobrevive uma família cujo maior sustento vem da rapadura que eles mesmo produzem. Fora todas as adversidades naturais que a família tem de enfrentar, Tonho (Rodrigo Santoro), único filho adulto ainda vivo, está marcado para morrer já que, para honrar o assassinato de seu irmão mais velho, teve que matar um integrante da outra família rival num costume arcaico e bárbaro, onde o derramamento de sangue parece não ter mais fim.
Neste ambiente hostil, Pacú (Ravi Ramos Lacerda), filho mais novo, tenta abstrair-se da pobreza e das tragédias que o cercam visualisando a felicidade através do livro de estória que ganhou da artista mambembe Clara (Flávia Marco Antônio) pela qual se apaixona platonicamente e que por sua vez envolve-se com Tonho.
Abril Despedaçado é livremente inspirado no livro homônimo do escritor albanês Ismail Kadaré. Com uma fotografia de primeira, como é de hábito nos filmes de Walter Salles, a película retrata o lado bruto que vigorava nas regiões isoladas do Brasil de antigamente (será?). Com enquadramentos poéticos e de muita força, o filme conquista pelo tema que trata e pela competência da produção, mas existem os pontos negativos.
Embora o diretor possua todo o material necessário para fazer com que os personagens se exponham mais ao público, ele não o faz. Essa, provavelmente, é a grande falha em Abril Despedaçado. Poderíamos estar mais íntimos com a estória, o que faria com que o envolvimento do público fosse maior. O que se percebe, na verdade, é uma certa distância como eles se apresentam ao expectador. Isso se dá pelo simples motivo de não ter sido explorado mais a fundo os sentimentos do caracteres principais, seja pelas atitudes, seja pelo verbo: algumas ações são apresentadas de forma tão solta e descompromissada que nos passa a impressão que aconteceram por acontecer. Falta a objetividade.
Observando o elenco, que misturou atores profissionais e não profissionais, destacamos Rodrigo Santoro que tem uma boa atuação ao lado de Ravi Ramos Lacerda que surpreende como Pacú. José Dumont, no eterno papel do flagelado do sertão, já é catedrático neste tipo de interpretação.
O filme, como um todo, tem uma força poética poderosa e uma mensagem de paz surpreendente.
Em plena caatinga no interior de Pernambuco, no início do século XX, sobrevive uma família cujo maior sustento vem da rapadura que eles mesmo produzem. Fora todas as adversidades naturais que a família tem de enfrentar, Tonho (Rodrigo Santoro), único filho adulto ainda vivo, está marcado para morrer já que, para honrar o assassinato de seu irmão mais velho, teve que matar um integrante da outra família rival num costume arcaico e bárbaro, onde o derramamento de sangue parece não ter mais fim.
Neste ambiente hostil, Pacú (Ravi Ramos Lacerda), filho mais novo, tenta abstrair-se da pobreza e das tragédias que o cercam visualisando a felicidade através do livro de estória que ganhou da artista mambembe Clara (Flávia Marco Antônio) pela qual se apaixona platonicamente e que por sua vez envolve-se com Tonho.
Abril Despedaçado é livremente inspirado no livro homônimo do escritor albanês Ismail Kadaré. Com uma fotografia de primeira, como é de hábito nos filmes de Walter Salles, a película retrata o lado bruto que vigorava nas regiões isoladas do Brasil de antigamente (será?). Com enquadramentos poéticos e de muita força, o filme conquista pelo tema que trata e pela competência da produção, mas existem os pontos negativos.
Embora o diretor possua todo o material necessário para fazer com que os personagens se exponham mais ao público, ele não o faz. Essa, provavelmente, é a grande falha em Abril Despedaçado. Poderíamos estar mais íntimos com a estória, o que faria com que o envolvimento do público fosse maior. O que se percebe, na verdade, é uma certa distância como eles se apresentam ao expectador. Isso se dá pelo simples motivo de não ter sido explorado mais a fundo os sentimentos do caracteres principais, seja pelas atitudes, seja pelo verbo: algumas ações são apresentadas de forma tão solta e descompromissada que nos passa a impressão que aconteceram por acontecer. Falta a objetividade.
Observando o elenco, que misturou atores profissionais e não profissionais, destacamos Rodrigo Santoro que tem uma boa atuação ao lado de Ravi Ramos Lacerda que surpreende como Pacú. José Dumont, no eterno papel do flagelado do sertão, já é catedrático neste tipo de interpretação.
O filme, como um todo, tem uma força poética poderosa e uma mensagem de paz surpreendente.
Notas:
O diretor Walter Salles teve a idéia de levar o livro Abril Despedaçado aos cinemas há 3 anos, quando o leu em meio ao lançamento de Central do Brasil.
Apesar de ter sido o representante brasileiro na disputa do Oscar 2002, Abril Despedaçado apenas chegou aos cinemas brasileiros em 2002. O filme foi exibido durante uma semana em uma sala de cinema de Salvador em outubro de 2001, para que tivesse condições de ser escolhido como representante brasileiro ao Oscar. Após a indicação, o filme foi lançado nos Estados Unidos ainda em 2001 e, após a cerimônia do Oscar, foi lançado no Brasil.
O diretor Walter Salles teve a idéia de levar o livro Abril Despedaçado aos cinemas há 3 anos, quando o leu em meio ao lançamento de Central do Brasil.
Apesar de ter sido o representante brasileiro na disputa do Oscar 2002, Abril Despedaçado apenas chegou aos cinemas brasileiros em 2002. O filme foi exibido durante uma semana em uma sala de cinema de Salvador em outubro de 2001, para que tivesse condições de ser escolhido como representante brasileiro ao Oscar. Após a indicação, o filme foi lançado nos Estados Unidos ainda em 2001 e, após a cerimônia do Oscar, foi lançado no Brasil.
Título original: Abril Despedaçado.
Gênero: Drama.
Ano: 2002.
País de origem: Brasil, França, Suiça.
Duração: 99 min.
Língua: Português.
Cor: Colorido.
Diretor: Walter Salles Jr.
Elenco: Rodrigo Santoro, Ravi Ramos Lacerda, José Dumont, Rita Assemany.
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