Sunday, May 04, 2008

REVIEW - AMOR ALÉM DA VIDA

Considerado um fetiche para os mais espiritualistas e apenas um belo romance para os mais céticos, Amor Além da Vida é sem dúvida um trabalho artístico de bom gosto e que une a tecnologia da computação gráfica com a sensibilidade em retratar a paixão idealizada e transcedente.
Chris (Robin Williams) é um médico que teve a sorte de conhecer a mulher de sua vida Annie (Annabella Sciorra) num encontro digno de constar em qualquer conto de fadas. Eles se casam e constituem uma família num círculo perfeito até que um acidente de carro tira a vida de seus filhos interrompendo a trajetória de felicidade. Apoiando-se apenas um ao outro, Annie e Chris tentam reestabelecer sua rotina e superar a perda quando outro desastre automobilístico mata Chris. Desencarnado ele acompanha por alguns momento o sofrimento de sua esposa que encontra-se desamparada por mais uma tragédia. Compreendendo que sua permanencia entre os vivos não ajudará Annie a superar o momento de angústia ele resolve seguir para o "andar de cima" uma espécie de céu ou paraíso criado por sua consciência cuja imagem representada é a de um local idílico (cenário deslumbrante de montanhas e lagos) adotado por ele e Annie como a principal inspiração de seus sentimentos. Tutelado por outro espírito Albert (Cuba Gooding Jr.) Chris tenta adaptar-se aquele mundo espiritual cheio de possibilidades o qual ele jamais poderia esperar que existisse.
Mesmo em sua vida pós-morte, surpresas, descobertas e desafios o aguardam. Chris será posto a prova confirmando que o amor persiste além da vida.
Unindo fantasia ficcional e doutrina kardecista Amor Além da Vida é um tributo à esperança e a renovação. Com cenas contendo cores fortes e vibrantes a busca de Chris é, na verdade, a do amor incondicional que não desaparece mesmo quando a matéria não mais existe. Ele está atrelado à sua alma gêmea, Annie, de forma determinante e suas vidas estarão sempre interligadas.
Cenas de grande impacto visual é que não faltam nesse filme que teve os efeitos especiais de primeira geração utilizados sem a menor cerimônia. Dentre os momentos mais poéticos pode-se destacar a cena em que Chris imagina estar dentro do cenário do quadro pintado por Annie (ele criando o seu próprio sentido de paraíso/céu): seus passos deixam pegadas de tinta fresca por onde passa. Outra passagem marcante é a visão do inferno que nos é apresentada através da imaginação de Chris composto de fogo, tormentas e rostos que, enterrados no chão, representam as almas que não conseguiram entrar no céu. Uma visão individualizada, mas que se torna universal pois como é repetido diversas durante o filme, temos o poder de transformar em realidade aquilo que acreditamos ser verdadeiro.
O único porém em Amor Além da Vida é o fato do ator principal, Robin Williams não ter força dramática suficiente para dar uma credibilidade maior á personagem. Ele não se destaca e praticamente some junto aos coadjuvantes e as imagens digitais.
Acreditem, abstraiam Robin Williams e transplantem qualquer ator para o papel de Chris e o filme manterá o seu interesse da mesma forma.
Título Original: What Dreams May Come.

Ano: 1998.

País de Origem: EUA.

Duração: 113 min.

Língua: Inglês.

Cor: Colorido.

Diretor: Vincent Ward.

Elenco: Robin Williams, Cuba Gooding Jr., Annabella Sciorra, Max von Sydow, Jessica Brooks Grant, Josh Paddock.

Saturday, May 03, 2008

REVIEW - A SUPREMACIA BOURNE

Quem gostou de A Identidade Bourne pode se preparar para o dobro de cenas de ação, suspense e uma trama que supera em agilidade e tensão a do primeiro filme.
Tudo parecia quase tranquilo na vida de Jason Bourne que deseja apenas tentar reestabelecer uma rotina normal. Ainda em processo de recuperação de sua memória ele torna-se novamente o alvo de caça da CIA depois de ser incriminado num incidente que envolve a morte de dois funcionários do serviço de inteligência americano. Para entender o cenário em que se encontra ele se valerá não apenas de seus golpes precisos e armas automáticas, mas também dos fragmentos de lembrança que, aos poucos, vão construindo o cenário de um esquema de grandes proporções.
Com o mundo em seu encalço Bourne utilizará toda a sua técnica de agente espião para provar sua inocência e apontar os verdadeiros culpados.
O roteiro de A Supremacia Bourne se alimenta construindo uma trama em cima dos resquícios de enredo do seu predecessor e se dá muito bem, o que é raro quando se trata de continuações. Já que a série está funcionando A Surpremacia Bourne veio com um orçamento maior. Isto se reflete nas cenas de perseguição e nas emboscadas que são bem mais ousadas e melhor elaboradas. Matt Damon mantém sua interpretação forte e atormentada de um Jason Bourne em constante conflito cujo vínculo com o passado vem a sua consciência através de flashes de difícil compreensão.
Notas:
O orçamento desta seqüencia foi de 75 milhões de dólares, 10 milhões a mais do que A Identidade Bourne.
A primeira locação para as filmagens tinha sido agendadas para se dar na estação de trem de Kiev na Ucrânia, contudo está estação já tinha sido prograda para ser demolida dias antes da chegada da equipe no local. De acordo com alguns noticiários, eles tiveram que reconstruir parte da estação para poder dar uma aparência de integridade física ao local nas cenas que foram rodadas utilizando este set.
As filmagens nos locais que ocorreram as cenas foram feitas de forma contrária à ordem que aparecem no filme: Moscow foi a primeira locação a ser utilizada no início das filmagens. Goa foi a última.
Matt Damon acidentalmente atingiu de verdade o ator Tim Griffin que fez o papel do investigador da CIA na cena que é interrogado no aeroporto. Para dar um viusual mais robusto e um estilo de imagen de documentário o diretor
Paul Greengrass utilizou na maioria das cenas câmeras manuais tons opacos de cores. Ele também evitou de todas as formas utilizar computação gráfica e todas as cenas de perigo mostradas no filme foram feitas sem utilização desse recurso.







Título Original: The Bourne Supremacy.

Ano: 2004.

País de Origem: EUA.

Duração: 108 min.

Língua: Inglês.

Cor: Colorido.

Diretor: Paul Greengrass.

Elenco: Matt Damon, Franka Potente, Brian Cox, Julia Stiles, Karl Urban, Gabriel Mann, Joan Allen, Maron Csokas.

REVIEW - LITTLE LORD FAUNTLEROY

Antes de iniciar o comentário sobre o filme Little Lord Fauntleroy, sinto-me compelido a dar um breve histórico de uma das pessoas que mais estabeleceram diretrizes para o cinema comercial que conhecemos hoje: Mary Pickford.
Mary Pickford é um caso único na história do cinema mundial. Numa área dominada pelos homens ela estabeleceu seu pionerismo não apenas como a primeira atriz a fazer sucesso e a ser reconhecida internacionalmente. Ela, também foi, no auge de sua carreira, a primeira mulher a ter controle sobre a produção e distribuição de seus filmes. Com uma visão empresarial aguçada, Pickford quebrou barreiras e se tornou dona de um estúdio, a United Artists, numa sociedade que incluia seu marido Douglas Fairbanks, Charles Chaplin e D. W. Griffith. Por conta de sua iniciativa foi criada a Academia de Artes e Ciências Ciências Cinematográficas de Hollywood e o subseqüente prêmio Oscar que se tornaria o maior reconhecimento comercial de uma produção em cada um de seu aspecto artístico.
O início do empreendedorismo de Mary Pickford se deu, de início, dentro das telas. Consciente de seu carisma e da popularidade que tinha junto ao público que ia ao cinema assistir a jovem de cabelos cacheados, ela passou a exigir junto aos estúdios melhores salários compatíveis com seu apelo comercial. Não demorou muito para Mary Pickford ser aclamada como a "American Sweetheart" ou seja a "Queridinha da América" graças ao seu carisma. As personagens escolhidas por Mary Pickford acabaram por lhe criar um esteriótipo de boa moça. Sua suavidade e meiguice ao interpretar de forma espontânea meninas altruistas, ingênuas e de bom coração que sempre buscavam a felicidade lutando contra toda a má sorte da vida, transformaram-na em um lenda da sétima arte. No início do cinema, em seus primeiros filmes, os atores eram considerados apenas peças secundárias. A referência eram os nomes dos estúdios que faziam os filmes. Mary Pickford no início de carreira, por exemplo, era conhecida como a menina de cachos dourados da Biograph. As suas exigência acabaram levando auto-afirmação á classe dos atores que passaram a ser considerados os bem mais valiosos para os estúdios alcançando o patamar de estrelas e dando origem ao que ficaria conhecido como o "star system" dos estúdios. É de Mary Pickford a célebre frase que resume a nova era em Hollywood: "Para se ter bons atores devemos pagá-los bem e mantê-los sob contrato". A partir deste instante os astros e estrelas da tela prateada teriam seus nomes expostos com destaque nos créditos iniciais de abertura dos filmes.
Em Little Lord Fauntleroy ( segunda versão levada ao cinema, as outras foram de 1914, 1936 e 1980) Mary Pickford assume o papel duplo do jovem herdeiro do título de conde e de sua mãe. Explorando as características de interpretação que lhe tornaram referência
de pureza e amabilidade, Pickford consegue surpreender tanto quando faz a resignada e humilde mãe solteira - carinhosamente chamada pelo seu filho de 'Dearest' (querida) como quando faz o inquieto e cativante Cedric. A história trata do reconhecimento do filho ilegítimo de seu filho morto, pelo Conde de Dorincourt, que vê ameaçada a sua descendência por não haver mais descendentes. Sabendo que seu falecido filho deixara nos Estados Unidos um herdeiro fruto de uma relação não-conjugal ele manda trazê-lo para a Inglaterra com o propósito de prepará-lo para ser o seu sucessor. Embora, a princípio, rejeite a idéia de ter que aceitar um neto desconhecido e uma mulher o qual despreza e considera desonrada, a aproximação entre avô e neto é inevitável e o pequeno Cedric começa a operar mudanças no coração embrutecido do Conde. . e A interpretação do cinema mudo exigia um leque de expressões indicativas e mímicas intensas para dar força ao que o ator queria representar. Frequentemente, contudo, a performance era exagerada e o ator tornava-se mais anti-natural do que já se exigia pela falta de som. Mary Pickford, contudo, consegue passar ao público com menos maneirismos e pantomimas, apelos distintos vindo das personagens com simples olhares e gestos simbólicos. O elenco de apoio formado na sua grande maioria de experientes atores e atrizes do teatro de Nova Iorque e do cinema nascente como Claude Gillingwater que faz o papel do Conde de Dorincourt e Kate Price como a senhora McGinty tornam o filme ainda mais interessante. Produzido de forma suntuosa e com uma fotografia de primeira linha feita pelo mítico Charles Rosher (Scaramouche, Pollyanna, Kismet). Little Lord Fauntleroy é um bom exemplo do cinema mudo de qualidade feito em uma Hollywood nostálgica que enfeitiçava as platéias do mundo no início do século XX e que mantém sua aura translúcida até hoje.
Notas:
O seu irmão, Jack Pickford foi creditado como um dos diretores do filme. Ele faleceria em 1933 por falência renal causada pelo anos de alcolismo.
Na cena em que Cedric reencontra a sua mãe (ambos papéis protagonizados por Pickford), a cena da troca de beijos na bochecha levou 15 horas para ser concluido para uma edição de apenas 3 segundos que é visto no filme. Isso se deveu a complexidade das múltiplas exposições de câmera que foram necessárias para dar realismo à cena. Para garantir estabilidade entre as várias tomadas feitas, o cinegrafista Charles Rosher aumentou o peso da câmera que operava as cenas para quase uma tonelada.
Título Original: Little Lord Fauntleroy.

Ano: 1921.

País de Origem: EUA.

Duração: 112 min.

Língua (Subtítulos): Inglês.

Cor: Preto e Branco.

Diretor: Alfred E. Green / Jack Pickford.

Elenco: Mary Pickford, Claude Gillingwater, Joseph J. Dowling, James A. Marcus, Kate Price, Fred Malatesta, Rose Dione.


Thursday, May 01, 2008

REVIEW - A IDENTIDADE BOURNE

Uma explicação só para dirimir dúvidas: o fato de estar postando dois filmes seguidos relacionados á espionagem foi pura coincidência, uma vez que o critério de publicações dos comentários é aleatório e rende-se somente a ordem de filmes que assisto (que também não é programada).
Matt Damon entra sem o menor disfarce no ramo dos filmes de ação e espionagem e inicia a saga lucrativa da trilogia Bourne com o primeiro filme da série: A Identidade Bourne.
Resgatado por um barco pesqueiro no meio do oceano, Jason Bourne vai em busca de respostas que o levem à sua própria identidade. A amenésia não lhe deixou muitas lembranças que lhe pudessem ser úteis, mas um chip implantado sob sua pele lhe fornecará pistas que o ajudarão a descobrir sua origem.
Tendo um domínio total na interpretação do agente perseguido, Matt Dammon desempenha com a mesma maestria as coreografias de luta. Seja sensivelmente desolado pelas crises existencias pelas que passam a sua personagem ou seja na simples e pura porrada, Dammon passa credibilidade de um ser humano e temente de sua vulnerabilidade. Dentro de uma nova perspectiva de musa dentro do filme podemos até considerar a Franka Potente (Corra Lola, Corra) como a "Bourne Girl". Ela faz o papel da sem-rumo Marie que acaba se envolvendo nos problemas de Bourne e ingressa quase que sem querer na feroz perseguição que toma conta do filme.
A trama proposta pela A Identidade Bourne não é das mais intrincadas, contudo o roteiro bem enxuto e a direção firme de Doug Liman conferem um ritmo acelerado ao filme. As cenas de ação e perseguição são bem executadas e juntamente com o enredo garantiram o sucesso de A Identidade Bourne (leia-se o lucro) e, também, as suas seqüências.
Notas:
Inicialmente o personagem Jason Bourne seria interpretado por Brad Pitt.
A Identidade Bourne inicialmente seria lançado nos cinemas norte-americanos em setembro de 2001, sendo posteriormente adiado para junho de 2002.
O orçamento de A Identidade Bourne foi de US$ 75 milhões.
Esta é a 2ª vez em que o livro de Robert Ludlum é adaptado para o cinema. A anterior foi um telefilme chamado A Identidade Bourne (1988).
Título Original: The Bourne Identity.

Ano: 2002.

País de Origem: EUA.

Duração: 119 min.

Língua: Inglês.

Cor: Colorido.

Diretor: Doug Liman.

Elenco: Matt Damon, Franka Potente, Chris Cooper, Clive Owen, Brian Cox, Adewale Akinnuoye-Agbaje, Julia Stiles, Gabriel Mann, Walton Goggins.


REVIEW - DESPERTAR DE UM PESADELO

Samantha (Geena Davis) é uma pacata mãe e trabalha ensinando crianças numa cidadezinha do interior americano. Sua rotina é simples e ela vive completamente integrada com sua filha dentro da comunidade. O único fato que lhe perturba é não se lembrar nada de sua vida anterior há oito anos atrás quando foi achada desfalecida numa praia próxima á localidade em que mora. A verdade virá a tona quando Samantha passa a ser perseguida e descobre que na verdade se chama Charly, uma espiã dada como morta e que passa a ser procurada tanto pelos seus inimigos tradicionais quanto pelo serviço secreto americano (seu ex-patrão).
Nesta produção tipicamente americana, Geena Davis, carismática como sempre, dá um ar cômico e simpático à matadora Charly neste misto de ação com toques de comédia.
Reny Harlin (diretor e produtor), então marido da atriz, embora tenha se valido de clichês tradicionais no desenvolvimento do filme (diálogos manjados, conflitos de persnalidade Samantha/Charly, cenas de perseguição e mortes previamente anunciadas) emprega um ritmo veloz que impede que o filme se trasforme num fiasco.
Samuel L. Jackson tem uma participação que não é das mais consistentes como o detetive solícito Mitch e que parece não acompanhar o ritmo de Davis que está muito a vontade em seu papel.
Despertar de Um Pesadelo não chega a supreender como filme de ação, tudo é muito previsível, mas serve como um bom entretenimento num dia frio chuvoso e sem muitas opções.



Notas:
Este é o 2º filme em que o diretor Renny Harlin e a atriz Geena Davis trabalharam juntos. O anterior foi A Ilha da Garganta Cortada (1995).
O roteiro de Despertar de um Pesadelo foi vendido por US$ 3 milhões. Foi, na época, a maior quantia já paga por um roteiro.
Uma das locações do filme foi um hotel histórico, construído há mais de 100 anos, localizado em Muskoka, Ontario, no Canadá. Durante as filmagens o hotel passou por um incêndio, sendo que uma das possíveis causas foi o calor gerado pelas luzes usadas nas filmagens. Apesar da desconfiança, nunca foi provado que o incêndio teve início devido a este motivo.
Após o incêndio as filmagens foram transferidas para Collingwood, em Ontario, até que o hotel fosse reconstruído.
A música "Let It Snow, Let It Snow, Let It Snow", de Dean Martin, é tocada no rádio do carro de Samantha. Esta mesma música aparece no final de Duro de Matar 2 (1990), também dirigido por Renny Harlin.
O filme que aparece na TV do hotel é The Long Goodbye (1973).
O DVD do filme lançado na França contém algumas cenas excluídas de sua edição final.- O orçamento de Despertar de um Pesadelo foi de US$ 65 milhões.
Título Original: The Long Kiss Goodnight.

Gênero: Ação.

Ano: 1996.

País de Origem: EUA.

Duração: 120 min.

Língua: Inglês.

Cor: Colorido.

Diretor: Renny Harlin.

Elenco: Geena Davis, Samuel L. Jackson, Yvonne Zima, Craig Bierko, Tom Amandes, Brian Cox, David Morse, Patrick Malahide. Ação.
  • Edite
  • http://cinept.blogspot.com/