REVIEW - A PROFECIA (2006)
A expectativa que se cria em relação a um remake é que ele apresente novos elementos à trama ou que o roteiro, ou mesmo o diretor, inove na forma como se encena a estória adaptada. Não é isso que ocorre com A Profecia em sua refilmagem. Decepcionante é a palavra que primeiro brotou na minha cabeça logo nos primeiros minutos do filme. Nada mudou nesta refeitura do primeiro longa-metragem baseado na obra A Profecia, de David Seltzer, definitivamente NADA. Digo refeitura porque o que houve foi uma absurda repetição do clássico de 1976.
Os detalhes mostrados nesse segundo roteiro (mas que na verdade é o mesmo de quase trinta anos atrás) são tão dispensáveis que sua inclusão não lhe rende nenhum mérito. Até mesmo a repetição de ângulos e imagens é idêntica! O diferencial apenas são os recursos mais modernos que os da época da primeira produção, recursos estes que possibilitaram imagens e efeitos especiais pouco mais elaborados e violentos, mas que não tiveram destaque maior por culpa do próprio diretor. Um exemplo disto é a cena em que os macacos do zoológico entram em polvorosa com a presença de Damien, esta cena poderia ter se constituído como a melhor do filme, mas foi interrompida bruscamente. Só faltou ressuscitar Gregory Peck e a Lee Remick, e, caso isso acontecesse, seria a melhor coisa do filme pois até as interpretações de Liev Schreiber e Julia Stiles como Sr. e Srª Thorn, respectivamente, como pais de Damien, são pouco convincentes se comparadas com as do protoganistas originais dos papéis. Não existe química entre os dois. A afetuosidade, a união e o estado de paixão constante que seriam a marca registrada do casal não se mostra presente. Na verdade o que se vê por vezes é uma certa frieza e distanciamento (cena em que eles alugam a nova casa e ele parece estar entediado, ou na cena em que discutem se vão ou não contratar uma babá para o Damien já que Kathy pode ficar em casa tomando conta dele por não ter que ir trabalhar). O sentimento de remorso que naturalmente toma conta do personagem do embaixador não aflora com força na personagem desta vez.
Mia Farrow, experiente atriz, que a princípio pensei que fosse surpreender como a babá, não conseguiu passar nem a metade da força sinistra que emanava da Srª Baylock que fora interpretada por Billie Whitelaw.
O filme tem um epílogo onde mostra que o Vaticano já esta ciente da chegado do Anticristo pela dedução dos sinais que aparecem. O conhecimento desta fatalidade não muda em nada e o filme continua transitando com o Sr. Thorn aceitando receber a criança de uma outra mulher no lugar da sua que morreu, sem a participação de sua esposa. Damien já está com 5 anos quando as primeiras mortes incomuns e as situações atípicas começam a ocorrer a sua volta causando desconforto principalmente em sua mãe. A partir daí o filme se direciona para a definição dos fatos que mudarão para sempre a estória da humanidade.
Os produtores procuraram dar uma roupagem nova para uma apresentação século 21, mas se deram mal. Não se refaz uma obra que já tenha estabelecido uma idéia definitiva.
A Profecia de 1976 continua mais clássico do que nunca.
Notas:
O papel de Katherine Thorn foi originalmente oferecido a Rachel Weisz que não pode aceitar devido à sua gravidez na época. Outras atrizes cogitadas foram Laura Liney, Hope Davis e Alicia Witt até que Mia Farrow recomendou Julia Stiles que, por fim, conseguiu o papel.
Harvey Stephens que foi o Damien da versão de 1976 aparece no filme como um repórter de tablóide.
Título original: The Omen.
Gênero: Terror.
Ano: 2006.
País de origem: USA.
Duração: 110 min.
Língua: Inglês.
Cor: Colorido.
Diretor: John Moore.
Elenco: Liev Schereiber, Julia Stiles, Mia Farrow, Pete Postlewhwaite, David Thewlis.
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