Wednesday, October 11, 2006

REVIEW - MARCAS DA VIOLÊNCIA


A vida tranqüila de Tom Stall reflete bem o American Dream. Ele é o marido perfeito, casado com a mulher ideal e pai de um casal de filhos 'loiros'. Dono de seu próprio estabelecimento, ele se vê obrigado a matar, num momento crucial, dois assaltantes que tentavam roubar sua cafeteria pondo em risco sua vida e a de seus funcionários. O fato ganha repercussão nacional pela mídia, sob o slogan do cidadão pacato que transformou-se em herói num momento de bravura. Projeção, contudo, era o que Tom não queria, já que a exposição de sua vida trará de volta em seu percalço um passado que o mesmo tenta esquecer. A verdade sobre fatos que ele deixou para trás há muito tempo tomarão forma, comprometendo a segurança de sua família.
Marcas da Violência tem a a direção do mestre de filmes de terror e suspense David Cronemberg (A Mosca, Videodrome, A Hora da Zona Morta). Sua maior característica é a de ser uma estória bem contada, com um roteiro enxuto e simples no seu desenvolvimento. É como se o filme necessitasse de mais profundidade, mas, ao mesmo tempo, se existisse essa profundidade o filme poderia se distanciar de seu foco principal.
As intrepretações, com exceção da figura heróica e deslocada protagonizada por Viggo Mortenssen, estão muito boas. Vale observar que William Hurt foi indicado para o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante pela ponta que fez nesse filme.
Quem esperar muito de Marcas da Violência corre o risco de ficar sedento por algo mais. O melhor é assistí-lo despretenciosamente que, com certeza, ele irá agradar.

Notas:
A cidade fictícia em que o filme se passa (Millbrook, Indiana) tem o mesmo nome da cidade onde o filme foi rodado (Millbrook, Ontario, Canada). As cenas na Filadélfia foram rodadas em Toronto, no Canadá.
Para as cenas de sexo na escada, o diretor David Cronnenberg ficou preocupado com a possibilidade dos atores se machucarem nos degraus de madeira. Ele perguntou ao seu dublê se ele não teria acolchoados que pudessem ser postos nas escadas para amaciá-las. O dublê riu e disse que em vinte anos trabalhando na área nenhum diretor havia pedido um acolchoado de dublê para uma cena de sexo.
O acolchoado, contudo, não foi usado na maioria das cenas, resultado: na tomada em que aparece Edie (Maria Bello)sentada em cima da cama, percebe-se um hematoma visível em suas costas, outros hematomas (derivados da gravação na escada) tiveram que ser disfarçados com a maquiagem.
A cena do restaurante, onde Tom evita o roubo no estabelecimento, sofreu vários cortes. A filmagem original seria o assaltante mais novo sendo atingido sete vezes pela bala e o mais velho duas vezes na cabeça. Esta cena foi deletada não para diminuir a rigidez da censura, mas porque o próprio diretor achou que era excessiva e glorificava a violência.
Numa cena excluída, Tom sonha atirando em Carl Forgarty no jantar. David Cronnenberg não adicionou no filme pois achou que este seria um material para um outro filme.
Thomas Jane e Harrison Ford recusaram o papel de Tom Stall.





Título Original: A History of Violence.

Gênero: Ação / Drama.

Ano: 2005.

País de Origem: EUA / Alemanha.

Duração: 96 min.

Língua: Inglês.

Cor: Colorido.

Diretor: David Cronenberg.

Elenco: Viggo Mortensen, Maria Bello, Ed Harris, William Hurt, Ashton Holmes.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home

  • Edite
  • http://cinept.blogspot.com/