Thursday, October 12, 2006

REVIEW - ALIEN 3

Um é pouco, dois é bom, mas três já é demais. Este ditado cai como uma luva para a continuação da saga de terror espacial comandada pela heroína Ripley e pelo monstro alienígena mais famoso das telas. Em Alien 3 após a nave sulaco ficar vagando pelo espaço por mais um período, uma falha no sistema causado por um hospedeiro alienígena levou a nave a cair num planeta utilizado como penitenciária e gerenciado pela companhia. Newt e o soldado são encontrados mortos e Ripley é a única sobrevivente da tripulação. Não sabe Ripley que um hospedeiro alienígena manteve-se escondido dentro da nave e utiliza um cão para incubar um novo monstro trazendo para a colônia prisional o terror do qual ela já conhece bem.
A partir de seu terceiro episódio a série Alien perdeu fôlego e o suspense angustiante, tão conhecido das edições anteriores, não existe mais. Você pode até tomar alguns sustos, mas nada comparado a Alien O Oitavo Passageiro (1979) ou Aliens O Resgate (1986). O cuidado com a produção artística e o trabalho em se atingir a perfeição das cenas diminuiram notoriamente. Talvez pela utilização da computação gráfica, ainda se aperfeiçoando para melhor, os efeitos especiais foram regidos sob essa nova técnica em detrimento do trabalho artístico de outrora, que de forma artesanal produziam um resultado com mais credibilidade e sempre atual.
Modificações profundas parecem ter se operado em Ripley no período em que ficou de hibernação no espaço. A nova personagem interpretada por Sigourney Weaver está muito mais fragilizada e suscetível às emoções do que podemos reconhecer. A impetuosidade e a garra foram substituídas pela insegurança e fraqueza, o objetivismo foi substituído pela dispersão e deslocamento, a personagem mesmo pisando na terra firme parece ainda continuar em órbita. Acho que Sigourney Weaver, após seis anos, esqueceu como é que se interpreta e se dá vigor a uma das personagens mais conhecidas do cinema mundial.
Faltou capricho e mais dedicação na feitura da continuação deste clássico maravilhoso. O comprometimento na execução de uma obra tão marcante como Alien tem que ser integral para que o filme não se torne apenas um caça-níquel que se utiliza apenas de sua fachada para alavancar bilheterias.

Notas:
Roteiros com propostas múltiplas causaram erros na divulgação do filme que falava que a trama se passaria na terra. William Gibson também escreveu um roteiro em que a personagem Ripley passava a maior parte do filme em coma.
Embora a cena em que o Alien sai do cachorro tenha sido feita utilizando uma marionete, cena de teste anteriores utilizaram um cachorro de verdade dentro de um traje Alien.
Título húngaro traduzido para o português: Solução Final: Morte.
Uma série de livro sobre Aliens foram publicados e tinham como cenário os eventos ocorridos pós Aliens (1986), apresentando uma Newt adulta retornando para o espaço junto com o traumatizado Hicks para que possam impedir o aprisionamento de um Alien pela companhia Weyland-Yutani. Os livros foram republicados para encaixar Newt, que é renomeada para Billy.
O diretor (na época marinheiro de primeira viagem em longa metragens) David Fincher abandonou o projeto alegando interferência constante do estúdio e na verdade saiu da produção antes do início da edição.
Sigourney Weaver disse que só rasparia a sua cabeça novamente para a realização de cenas extras se lhe pagassem mais para isso.
Versões anteriores do script e desenhos apresentavam um monastério gigante e rústico. O alien também não seria exposto por completo.
O cinegrafista Alex Thomson substituiu Jordan Cronenweth após duas semanas de filmagens, quando Jordan adoeceu.
A criatura que seria impregnada pelo Alien originalmente era um touro, mas por fim mudou-se devido a falta de harmonia que seria ter um animal pesado e desengonçado como um touro num ambiente que o filme propõe. Posteriormente, a cena foi restaurada e encontra-se nas cenas excluídas.
Inicialmente Renny Harlin estava conectado com esta direção, mas desistiu para dirigiar Duro de Matar 2 (1990). Vincent Ward assumiu o posto, mas só se manteve durante alguns meses devido a desentendimentos com os produtores. O diretor Walter Hill também foi designado para dirigir o filme, mas também acabou desistindo e David Fincher assumiu definitivamente o projeto.
Depois que o primeiro esboço do roteiro ficou completo (no qual o Alien ataca um monastério) a construção dos sets se iniciaram. Quando o roteiro foi refeito a construção teve que ser encerrada deixando a equipe sem saber o que aconteceria. Embora a locação tivesse sido alterada para uma penitenciária, ficou decidido que o que fora construído do monastério seria reaproveitado.
Para criar um cadáver convincente de Newt a equipe criou um manequim de tamanho real usando os moldes de Carrie Henn utilizados em Aliens, O Resgate.
Uma idéia que se cogitou foi um filhote de Alien explodindo do peito do personagem de Michael Biehn, Hicks. Uma réplica do ator com o peito aberto chegou a ser feita, mas quando Michael descobriu essa pretensão ameaçou processar os produtores do filme por usarem um modelo seu sem a sua permissão e a idéia foi abandonada. Posteriormente, os produtores pagaram à Michael Biehn para utilizarem sua foto no começo do filme na seqüência do computador. Aparentemente ele recebeu mais dinheiro para autorizar o uso de uma foto sua neste filme do que para atuar em Aliens, O Resgate.
Um dos primeiros roteiros feitos após Aliens, O Resgate se concentrava mais em Hicks e Newt. A estória amarrava o final do segundo filme da série com Newt retornando à terra para morar com seus avós, assim como Hicks e Bishop ingressando numa nova corporação de fuzileiros batalhando contra uma facção de planetas que utilizam os aliens como uma arma biológica.
No set em Pinewood studios foi construída uma gigantesca metalúrgica de chumbo em apenas doze dias, mas mesmo assim provocou atraso na produção. Mesmo trabalhando seis dias por semana e 14 horas por dia a equipe não conseguiu cumprir com o prazo estabelecido.
O Rottweiller utilizado no filme teve que ter um lado do rosto raspado para marcar os tentáculos do hospedeiro que nele se fixou.
A produção ficou suspensa por três meses enquanto o roteiro era reescrito.
Nos momentos de folga, Sigourney Weaver teve que usar peruca pois sua filha, com então dois anos, não gostava em ver sua mãe careca.
O Alien deste filme é diferente dos demais predecessores. Os seus lábios são mais bem definidos.
O filme passou quase um ano na edição.
Quando os chefões do filme decidiram que um novo final deveria ser refilmado, Ellian Goldenthal teve uma noite para fazer a trilha.
Para criar sons molhados que sempre acompanham o Alien, o responsável pelo som foi à mercados asiáticos e comprou cabeças e estômagos de animais que são vendidos como ornamento.
O guindaste utilizado para retirar a nave EEV da água para a terra firme é uma miniatura utilizada na nave de ataque de Jornada Nas Estrelas X.
Uma cruz é rapidamente vista na superfície do planeta sugerindo a religião adotada. A equipe de modelos realizou uma competição para saber quem desenharia a melhor. Quatro modelos foram desenhados e David Fincher escolheu a que aparece no filme.
Nas tomadas amplas, a maior parte que aparece da refinaria é feita de papelão.
Tendo em vista a estória original do filme envolver alienígenas pousando na terra, um dos primeiros traillers do filme tem como frase de chamado "Na terra todos podem escutar o seu grito".
Um hospedeiro, como o que impregnou Rippley com um bebê rainha, com um desenho mais avançado foi construído mas eliminado da versão cinematográfica. Ele, contudo, faz uma aparição rápida na versão extendida do filme.
Devido aos problemas contínuos com o filme, a Fox suspendeu as filmagens em PineWood Studios no final de 91. A equipe retornou a Los Angeles e uma exibição inicial indicou as partes que faltavam ser filmadas. A maioiria ainda precisava ser filmada incluindo a morte do animal na piscina de chumbo. Na época das filmagens do restante das cenas em Los Angeles, o cabelo de Sigourney Weaver voltou a crescer novamente e ela fez um acordo com o produtor do filme que se caso ela tivesse que raspar a cabeça novamente teria que lhe ser pago um bônus de 40 mil dólares. Os produtores preferiram contratar Greg Cannom para fazer uma maquiagem deixando Weaver com impressão de ter cabelos crescendo depois de raspados. O processo de maquiagem custou 16 mil dólares, muita dificuldade e perda de tempo porque ela teria que ser feita precisamente dentro das dimensões da área capilar da cabeça de Weaver.
O conceito da direção artística dada por Vincent Ward baseado naquilo que fora aceito, envolvia um planeta recoberto por florestas e um grupo de monges que acreditavam estar vivendo num mundo pós apocalíptico num período de trevas no estilo da Idade Média. O grupo recusou qualquer tipo de tecnologia e quando Ripley e o Alien caem na terra eles culpam Ripley pelo ataque alienígena. Ripley seria 'engravidada' pelo alien à moda antiga e não pelo hospedeiro, dando a criatura que nasceria uma genética híbrida. De acordo com os storyboards ela sonharia com seres híbridos meio humanos e meio aliens. Outro storyboard ovelhas e cavalos meio aliens. Ward deixou o projeto quando os produtores insistiram que trocasse os monges por prisioneiros e desistisse da ideia do planeta de florestas.
Alguns dos desenhos de H. G. Giger para o filme envolviam um Alien com garras numa semelhança com um puma. Os produtores também o instruíram para que ele desse um design mais sensual, para isso ele criou um Alien que visto mais de perto percebe que tem os lábios de uma mulher. Uma de suas idéias era que o alien beijasse suas vítimas e as matassem daquela forma. Esta idéia que foi utilizada no filme A Experiência (1995) que também teve a criatura desenvolvida por Giger.
A frase do Dr. Clement, quando se refere à colônia prisional como sendo uma das prisões das esquecidas da 'Weyland-Yutani', foi a primeira vez que o nome da companhia é dito e pronunciado na série. Ele aparece nas telas do computador e nos objetos que compõe a mobília nos dois primeiros filmes da série, mas as personagens se referem sempre a ele como 'A companhia' quando falam.
Vincent Ward usou o seu pagamento por esse filme para financiar o seu próximo O Mapa do Coração (1993).
O mesmo enfeite de mesa com pássaro bebendo água que aparece na mesa do diretor da prisão também é utilizado em Alien, O Oitavo Passageiro.
O orçamento original era de 45 milhões de dólares, incluindo o cachê de Sigourney Weaver de 5 milhões e meio. O orçamento, contudo, subiu depois que Renny Harlin e Vincent Ward deixaram o projeto e com a chegada do estreante David Fincher. Filmagens extensas dos últimos minutos do filme empurraram o orçamento para cerca de 65 milhões de dólares (essas cenas acrescentadas foram condenadas por ser muito iguais ao do filme Exterminador do Futuro 2, de 1991).
Sete milhões de dólares foram gastos em sets que nunca foram utilizados graças as constantes mudanças de roteiro que ocorreram antes mesmo do filme começar.
O roteiro original não aparecia a personagem de Ripley.
Foi oferecido a Gabriel Byrne o papel de Clemens.
Sigourney Weaver tinha uma especificidade em seu contrato que dizia que Walter Hill e David Giler seriam os únicos que poderiam escrever o roteiro final do filme. Weaver disse que considerava Ripley uma personagem muito complicada e que Hill e Giler são os únicos que sempre conseguem escrever corretamente sobre a personagem.
William Gibson escreveu um roteiro inicial para o filme. Como o envolvimento de Sigourney Weaver no projeto era duvidoso, o foco principal do roteiro ficou em torno de Hicks e Bishop, duas personagens de Aliens. Muitos consideram este ser um roteiro muito superior. A única semelhança que se tem entre a versão filmada e a deste primeiro roteiro é o código de barras localizado no pescoço dos condenados.
Existem tratamentos dados ao roteiro para este filme feitos por Eric Red, David Twohy, John Fasano e Rex Pickett todos disponíveis na Internet gratuitamente.
O diretor de fotografia Alex Thomson, substituiu Jordan Cronenweth três dias após o início das filmagens. Cronenweth sofria de mal de Parkinson e acabou morrendo em 1996.
Existem algumas intgerrogações se a personagem de Ripley deveria atuar neste filme até que o presidente da Fox, Joe Roth, insistiu em sua presença.
Num determinado momento os produtores não permitiram David Fincher rodar uma cena crucial embaixo das estruturas da prisão entre Ripley e o Alien. Contrariando as ordens, Fincher amarrou uma câmera e fez a cena mesmo assim. Esta cena aparece na edição extendida.
Com o lançamento da quadrilogia definitiva de Alien em 2004, a Fox chamou David Finch para comentar e analisar a sua versão extendida, Fincher, contudo, recusou. Ele foi o único dos quatro diretores a não se envolver com este projeto da quadrilogia.





Título Original: Alien 3.

Gênero: Terror / Thriller.

Ano: 1992.

País de Origem: EUA.

Duração: 114 min.

Língua: Inglês.

Cor: Colorido.

Diretor: David Fincher.

Elenco: Sigourney Weaver, Charles Dutton, Charles Dance, Paul MacGan, Brian Glover, Ralph Brown, Danny Webb, Christopher John Fields, Holt MacCallany.

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