Monday, June 19, 2006

REVIEW - BEN-HUR


Um dos grandes épicos da história do cinema, Ben-Hur impressiona até hoje pela grandiosidade das imagens criadas em cenários que, até hoje, surpreendem por sua oponência e suntuosidade retratando impecavelmente a época antiga à qual se refere.
Judah Ben-Hur e Messala são amigos de infância que após anos afastados se reencontram. O primeiro é um príncipe judeu que mora na cidade de Jerusalém, na Judéia, ocupado pelos romanos no início da era cristã. O segundo, após anos de batalha nos territórios ocupados pelos romanos, foi nomeado pelo imperador Cesar Tiberius como o novo tribuno da Judéia para ajudar a governar a região dominada que um dia já fora o seu lar.
Por força da própria da natureza de suas origens a vida os levará a lados opostos sendo inevitável o confronto. Isto ocorrerá quando Messala tentar convencer Judah a se aliar a ele para conter os motins e revoltas que eclodem em toda a região, utilizando o seu prestígio e influência que têm com as liderançãs locais e, desta forma, delatando todos aqueles que se opõe ao poder de Roma.
Não consentindo em ter que trair o seu povo, por também achar justo que a Judéia tenha a liberdade de se governar, ele acaba contrariando as intenções de Messala que torna-se a partir daquele momento o seu maior algoz.
Temendo que seu ex-amigo utilize seu poder na comunidade para desestabilizar a ordem imposta, Messala perseguirá ele e sua família levando-os a sofrimentos inimagináveis e fomentando em Ben-Hur um sentimento de vingança que não cessará.
O premiadíssimo Ben-Hur mescla o valor histórico e moral do cristianismo com o que de melhor se tem nos filmes de ação e aventura "made in Hollywood".
O encontro do personagem principal com Jesus Cristo nos momentos de sofrimento dá um tom transcedente que, graças a direção genial de William Wyler, não soa forçado ou puritano.
A corrida de bigas é uma das passagens mais conhecidas do filme e são sua referência. Têm-se também os cenários construídos todos em tamanho real e sem a ajuda da nossa tão conhecida, e utilizada nos dias de hoje, computação gráfica.
Todos esses aspectos fazem com que talvez esse seja o maior épico de todos os tempos.

Notas:
A MGM queria um barco de aparência romana autêntico para as cenas de batalha. Para desenhar os barcos eles contrataram uma pessoa que passou praticamente toda sua carreira estudando a arquitetura naval romana. Quando ele apresentou seus modelos para os engenheiros da MGM eles exclamaram "Isto é muito pesado ! Vai afundar". De toda forma eles construíram o barco e o puseram no oceano, que a princípio parecia que ia flutuar. Depois, contudo, apareceu uma onda proveniente de outro barco que navegava próximo e atingiu o altamente instável barco o fazendo virar. A MGM mudou a tática e o pôs em um grande lago com um cenário ao fundo de um grande céu pintado. Para manter a estabilidade do barco eles passaram cordas por baixo do barco prendendo-o no fundo.
Outro problema era a água do lago muito escura. Eles então contrataram um químico para fazer a cor da água ficar com um azul da cor do mediterrâneo. O químico jogou um saco de produto químico dentro d'água, e ao invés de se tornar azul formou uma crosta azul em sua superfície que teve que ser raspada do casco do navio. Por fim eles conseguiram um colorante que faria a água ficar azul. Durante uma das cenas um dos figurantes que ficou muito tempo dentro da água saiu azul e manteve-se na folha de pagamento da MGM até que sua cor tivesse sumido.
Quando tiveram que fazer cenas dentro do barco, foi descoberto que a câmera larga de 65mm não caberia. O barco teve que ser, então, removido da água, cortado em transversal e colocado num set. Os remos não estavam cabendo dentro do estúdio, o que fez com que tivessem que ser cortados logo após a espátula. Isto fez com que se diminuísse consideravelmente o peso dos remos, e que quando os atores o impulsionavam não estava parecendo que existia um esforço de verdade ali, já que estavam muito leves. Para resolver esse problema eles mandaram um exército de assistentes de produção para todas a lojas de Roma para comprar um tipo de mecanismo que, geralmente, é utilizado para forçá-las a se fecharem suavemente sem bater com força. Prenderam esses artifícios nos remos dando uma resistência a eles fazendo-os parecer mais realistas.
Embora presumidamente existam cavalos brancos na Itália, os cavalos brancos utilizados no filme foram trazidos da Eslovênia.
Charlton Heston foi ensinado a usar a biga pelos componentes da equipe de dublês, que ofereceu aulas para todo o elenco. Heston foi o único que aceitou imediatamente a oferta. No começo da corrida de bigas Heston puxou as rédeas e nada aconteceu, os cavalos permaneceram imóveis. Por fim alguém no topo do set gritou "Giddy-up!", os cavalos começaram a se movimentar e lançaram Heston para trás da biga.
Durante uma das batidas, em que o cavalo de Judah Ben-Hur pula sobre uma carruagem batida, o dublê Joe Canutt, filho do legendário dublê Yakima Canutt, foi atirado para a frente da carruagem. Ele conseguiu voltar e manter a biga sob controle. A seqüencia foi tão boa que foi incluída no filme e neste momento é dado close no rosto de Charlton Heston subindo novamente à carruagem. Canutt teve um pequeno corte no queixo, mas foi o único ferimento nessa seqüencia incrivelmente perigosoa.
O desenho do estádio foi um outro problema a ser solucionado. Os produtores perguntaram a vários arqueologistas como seria um estádio em Jerusalém. Romano foi a primeira resposta. Estilo fenício foi a segunda. Um terceiro arqueologista foi consultado e respondeu : "Eu nem sabia que tinha um estádio em Jerusalém". Depois dessas respostas os executivos da MGM se sentaram e estudaram cuidadosamente o filme Ben-Hur: Um conto de Cristo e basearam sua arquitetura nele.
A grande ilha de pedra (a rocha dentro da área da corrida de bigas) no meio do estádio foi ótimo para a filmagem. Isso porque diminuiu a necessidade de ter extras, já que parte da arquibancanda ficava sem ser vista. Entretanto, esse tipo de "ilha" dificulta a visão em vários ângulos e normalmente não existiria num estádio de verdade.
Quando a produção terminou, os executivos da MGM ficaram receosos que os pequenos produtores italianos locais, que investiram no filme, pudessem utilizar os sets construídos para o filme na produção de seus épicos de baixo orçamento, por isso eles destruíram todos eles.
Miklós Rózsa escreveu a trilha musical em oito semanas.
Burt Lancaster afirmou ter recusado o papel de Judah Ben-Hur porque ele não gostou da moral violenta da estória.
Paul Newman recusou o papel de Ben-Hur pois disse que não tinha pernas bonitas para usar uma túnica.
O papel também fora oferecido a Rock Hudson.
Stephen Boyd usou lentes de contato escuras para fazer o papel de Messala.
Ele é o único, até 2005, dos candidatos a 11 Oscars que teve premiação na parte de atuação.
Gore Vidal foi o roteirista do filme, mas foi demitido do posto por ter adicionado um ingrediente hossexual na trama, que seria a relação entre Judah Ben-Hur e Messala. Esse episódio é negado por Charlton Heston que afirma que por querer adicionar essa leitura, Vidal perdeu o emprego e o roteiro foi todo refeito. Entretanto em 1978, em sua autobiografia, Heston afirma que Gore Vidal foi o responsável por praticamente todo o roteiro que foi filmado.
Toda os objetos utilizados no filme foram leiloados em 18 dias de exposição que ocorreu em 1970. Um restaurador de Sacramento pagou 4 mil dólares por uma biga. Três anos depois, durante a crise de energia nos Estados Unidos, ele foi preso dirigindo a biga numa auto-estrada.
Os atropelamentos que ocorreram no filme foram feitos utilizando manequins com juntas articulados para se moveram da mesma forma que um corpo humano quando atropelados pela biga.
Em algumas seqüencias da corrida de bigas, algumas tem apenas três cavalos ao invés de quatro. Isto porque facilitava a aproximação do carro de câmera em closers.
Uma das poucas e caríssimas câmeras de 65 mm foi destruída numa das filmagens da corrida de bigas.
Ben-Hur foi um tremendo esforço para salvar a MGM da falência.
A MGM desenvolveu cerca de 40 roteiros para o filme.
Leslie Nilsen fez um teste de cena para o papel de Messala no filme.
Audrey Hepburn visitou o set de filmagem de Ben-Hur durante a corrida de bigas. Ela estava no meio da filmagem de The Nun's Story. Isso levou a falsa lenda que ela era uma figurante no filme a pedido do diretor com que já trabalhou, William Wyler.
O filme foi um dos primeiros a envolver uma campanha publicitária com produtos divulgando-o como tolhas Ben-his e Ben-hers.
A corrida de bigas exigiu um montante de 15 mil extras em um set de 9 hectares construído por trás dos estúdios da Cineccitá, nos arredores de Roma. Vários ônibus de turismo visitavam o set a cada hora. Dezoito bigas foram construídas e metade foram usadas na prática. A corrida de bigas levaram 5 semanas para serem contruídas.
O diretor William Wyler decidiu que os romanos deveriam ter um sotaque britânico e os hebreus sotaque americano. Esta foi um técnica que acabou sendo ulitilizada na mini-série de tv Massada (1981)




Título original: Ben-Hur.

Gênero: Ação/Aventura/Drama/Romance.

Ano: 1959.

País de origem: EUA.

Duração: 214 min.

Língua: Inglês.

Cor: Colorido.

Diretor: William Wyler.

Elenco: Charlton Heston, Stephen Boyd, Jack Hawkins, Cathy O'Donnel, Martha Scott, Frank Thring.

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