Sunday, May 13, 2007

REVIEW - A RAINHA

A atuação contida de Hellen Mirren lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz por sua representação de Elizabeth II no filme A Rainha. Uma produção modesta para os padrões atuais e cujo maior interesse é exatamente a participação de Mirren como a monarca inglesa.
A Rainha narra os momentos que se seguiram à morte da princesa Diana e a postura de Elizabeth e sua família frente à tragédia. A justificativa dada pela soberana é revelada quando ela diz não poder coadjuvar com os sentimentos universais de comoção pela perda de sua ex-nora, pois conhecia Diana em seu íntimo e entre elas não havia afinidades. O filme teatraliza o que seria uma indiferença por parte da Casa Real com a quase beatificada ex-Lady Diana. Buckhing negou-se, a princípio, em fazer qualquer pronunciamento a respeito do acidente ao mesmo tempo que se recusava a organizar um funeral com honrarias reais, tendo em vista Diana já se encontrar divorciada do príncipe Charles.
O mal-estar criado por este impasse causou um desapontamento geral, principalmente junto aos súditos britânicos (que realmente veneravam a srª Spencer), chegando até mesmo, segundo a orientação do filme, a ameaçar a monarquia inglesa. Só após pressão popular é que foi concedida a Diana um funeral digno da nobreza.
A Rainha é um filme predominantemente frio e documentado, o momento de poesia que se destaca (talvez o único) se dá quando o carro de Elizabeth quebra no meio de um riacho e ao descer do veículo, ela se depara com um cervo (objeto de caça cobiçado dentro da propriedade da coroa). Sensibilizada pela vulnerabilidade, imponência e pelo ar de solidão do animal o alter-ego da rainha Elizabeth se expande, refletindo na criatura a qual ela admira o seu eu. Sem muito esforço é de fácil compreensão que a galha do cervo é uma metáfora da coroa a qual ela também carrega.
A Rainha foi dirigido por um dos melhores diretores de filmes com temática inglesa na atualidade: Stephen Frears. A Direção de Arte e a Fotografia mantém uma qualidade padrão de elegância já conhecida em filmes do diretor como Ligações Perigosas (1988), Mrs. Henderson Apresenta (2005) e O Segredo de Mary Reilly (1996). A Rainha toca num tema polêmico não encerrando o seu assunto, mas que se mostra suficiente em seus propósitos.
Notas: Na exibição de A Rainha no Festival de Veneza a intepretação de Helen Mirren recebeu 5 minutos de ovação, após o término da sessão.
Exibido na mostra Panorama do Cinema Mundial, no Festival do Rio 2006.
Helen Mirren conseguiu para os atores que iriam interpretar os menbros da família especialmente James Cromwell, Sylvia Syms e Alex Jennings, que eles pudesse passar mais tempo juntos fora das câmeras. Este contato maior foi feito para que eles se sentissem mais a vontade um com os outros facilitando a interpretação deles como família na hora das filmagens.
Helen Mirren disse que fazer a rainha Elizabeth foi algo quase que natural depois que ela pôs a peruca e óculos especialmente porque ela possui certas caracteristicas físicas parecidas com a rainha como a expressão facial e a boca levemente inclinada para baixo. Ela frequentemente também via filmes e imagens da rainha, além de ter pendurado fotos dela pelo seu trailler durante a produção.
O escritor Peter Morgan disse que Helen estava tão convincente que perto do fim da produção, a equipe que custumava ficar relaxada quando vestiam ou preparamvam-na para as cenas começaram a ter numa postura ereta e com as mãos para trás.
O escritor Peter Morgan construiu os eventos da semana após a morte da princesa Diana através de entrevistas extensas com fontes anônimas próximas ao primeiro ministro e da família real. Muitas destas fontes foram capazes de corraborar com as informações de outras, dando a Morgan informação suficiente para deduzir as situações intervinientes.
Algumas características das personagens são reconhecidas como verdadeiras como a hostilidade de Cherie Blair contra a monarquia, assunto amplamente divulgado, assim como sua recusa em fazer a reverência à Rainha.
As jóias usadas por Helen Mirren são baseadas nas jóias verdadeiras usadas pela Rainha Elizabeth.
Ganhou o Oscar de Melhor Atriz (Helen Mirren), além de ser indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original, Melhor Figurino e Melhor Trilha Sonora.
Ganhou 2 Globos de Ouro, nas categorias de Melhor Atriz - Drama (Helen Mirren) e Melhor Roteiro. Foi ainda indicado nas categorias de Melhor Filme - Drama e Melhor Diretor.
Ganhou 2 prêmios no BAFTA, nas categorias de Melhor Filme e Melhor Atriz (Helen Mirren). Foi ainda indicado nas categorias de Melhor Filme Britânico, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Michael Sheen), Melhor Roteiro Original, Melhor Trilha Sonora, Melhor Maquiagem e Melhor Edição. Recebeu uma indicação ao César de Melhor Filme Estrangeiro.
Ganhou o Goya de Melhor Filme Europeu. Ganhou o Volpi Cup de Melhor Atriz (Helen Mirren), o prêmio de Melhor Roteiro e o Prêmio FIPRESCI, no Festival de Veneza.






Título Original: The Queen.

Gênero: Drama.

Ano: 2006.

País de Origem: Reino Unido.

Duração: 97 min.

Língua: Inglês.

Cor: Colorido.

Diretor: Stephen Frears.

Elenco: Helen Mirren, James Cromwell, Alex Jennings, Roger Allam, Sylvia Syms, Michael Sheen, Helen McCrory, Earl Cameron.
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