Thursday, April 19, 2007

REVIEW - PECADOS ÍNTIMOS

Pecados dos Íntimos é essencialmente existencialista, mas que no seu "íntimo" a defesa do humanismo é o que prevalece. Narrado em 3ª pessoa, como se testemunhassemos um reality show editado, o espectador invade todas as esferas de privacidade das personagens seja com relação ao seu comportamento, aos seus desejos ou as suas frustrações, sendo esta última ingrediente principal do filme. A invasão é necessária para expor os vícios comuns e fundamentar a natureza humana como instável e surpreendentemente complexa.
Após mudar-se para uma pacata cidade do interior, devido ao trabalho de seu marido, Sarah (Kate Winslet) enfrenta dificuldades que se estendem do lar conjugal até a adaptação a puritana e hipócrita sociedade local. A estagnação de seu casamento e a falta de perspectivas despertam uma carência afetiva que só será suprida quando ela se apaixona por Brad (Patrick Wilson). Ele é um pai dono-de-casa que compartilha sentimentos semelhantes aos de Sarah. O romance extraconjugal de ambos é o puro reflexo da insatisfação não apenas de seus matrimônios, mas também da não aceitação de seus fracassos pessoais e profissionais. O casal central não são as únicas pessoas a terem questões particulares expostas. O ex-policial amargurado Larry (Noah Emmerich) trava uma batalha contra o seu vilão idealizado, o pedófilo Ronnie (Jackie Earle Haley). Estão ambos encarcerados dentro de seus próprios sentimentos de culpa e sentenciados a uma prisão eterna frente à impossibilidade de mudar os acontecimentos passados ou a própria natureza de suas vidas.
Constringidos numa teia de proibições morais, os pecados das personagens são tão íntimos quanto são públicos a sua realidade. A condição inerente do ser é prova única e suficiente da existência desses vícios que são os grandes responsáveis pelo amadurecimento e compreensão das necessidades humanas, nem que para isso roteiem 360º perfazendo um círculo, voltando ao ponto de partida.
Kate Winslet, atriz de um charme radiante e natural, energiza o filme mesmo exercitando um papel morno comparado com suas reais capacidades. O filme também serviu para ressuscitar a carreira de Jackie Earle Haley. Há dez anos sem atuar em filmes e trabalhando como motorista, entregador de pizzas, agente de seguros, marceneiro entre outros empregos, Haley fora lembrado pelo pelos produtores dos filmes feitos sob a direção de Steven Zailan e voltou a cena já ganhando uma indicação ao Oscar pelo papel do tarado do bairro. O roteiro feito por Tom Field é uma adpatção do romance de Tom Perrota que também trabalho na adpatação para as telas. Eles preferiram por não ser excessivamente incisivo nos dramas psicológicos, que tornou Pecados Íntimos um filme menos denso. A direção amena de Field contribuiu para suavizar as angústias, que se tivessem sido enfocadas numa visão mais européia da realidade dos fatos, a tragicidade seria soberana.
Notas:
Foi Kate Winslet quem sugeriu Patrick Wilson como intérprete de Brad.
O orçamento de Pecados Íntimos foi de US$ 14 milhões. O narrador que não recebe créditos é Will Lyman. No livro a personagem de Patrick Wilson é chamada de Todd. Seu nome foi mudado para Brad provavelmente porque o nome do escritor e roteirista do filme é Todd Field.
Título Original: Littel Children.

Gênero: Drama.

Ano: 2006.

País de Produção: EUA.

Duração: 130 min.

Língua: Inglês.

Cor: Colorido.

Diretor: Todd Field.

Elenco: Kate Winslet, Patrick Wilson, Jennifer Connelly, Jackie Earle Haley, Noah Emmerich, Phyllis Somerville.

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