REVIEW - MARIA ANTONIETA




Criada para se comportar como convém ao seu status de
integrante da alta-nobreza, Maria Antonietta é retratada como uma adolescente ingênua em sua essência. Ela possuia com um gosto refinado, mas sem a menor consciência do que ela representava para a vida política em sua época. Para a jovem austríaca seu único prazer se resumia
em expandir sua euforia adolescente, divertindo-se levianamente como uma adolescente (ela casou-se aos 18 anos). No apogeu das experimentações de seus desejos ela chegou, inclusive, a ter um caso extraconjugal com um militar sueco.


Embora tenha sido morta prematuram
ente aos 38 anos de idade, Maria Antonietta aproveitou o máximo que pode o luxo e a riqueza oferecida pela coroa. O filme deixa claro que a 'bom vivant' austríaca não desperdiçou nada que pudesse lhe trazer mais conforto e satisfação dentro da vida cheia de formalidades e de seu casamento sem amor e feito por conveniência.

Sofia Coppola preferiu narr
ar a história num formato que mescla uma trilha sonora de músicas clássicas com o rock progressivo. O estilo, embora tente contemporanizar, criando uma identidade com uma platéia jovem, não combina com o visual de época constituído de forma perfeita e ao invés de criar um efeito, o força. Esta, contudo, foi a
opção utilizada para lembrar que trata-se de um filme histórico, mas o que se pretende é dar destaque a jovialidade da rainha e à sua alienação quanto ao mundo que lhe cerca. Adicione-se a isso o comportamento padrão de uma adolescente com suas características mais elementares
e tem-se o espírito leviano da rainha como o foco e quase único objetivo deste longa.



A senhorita Coppola poderia ter-se aprofundado no estado de necessidade e nas pertubações de Maria Antonieta. Retratada o tempo todo como uma pessoa fútil, um objeto de transação política, e responsável apenas por dar seqüência a uma dinasti
a. Não é dada a Maria Antonieta outras características marcantes e ao terminarmos de assistir a sensação de que algo mais precisava ser completado é inevitável. A perda dessa substância acaba por tirar do filme Maria Antonieta o poder de grande referência em cinebiografia.

Sofia Coppola conheceu a biografia de Maria Antonieta em 2000, através da historiadora francesa Evelyne Lever. Na época ela adquiriu os direitos de adaptação para o cinema de seu livro, sendo acompanhada pela autora em sua 1ª visita ao Palácio de Versailles, em 2001. Poster
iormente Lever trabalhou como consultora técnica do filme, preparando um dossiê sobre a rainha, de forma a evitar erros sobre sua história.

Sofia Coppola se recusou a ler a famosa biografia de Maria Antonieta escrita por Stefan Zweig, por considerá-la rigorosa demais. A diretora preferiu se basea
r no livro de Antonia Fraser, que faz da rainha um personagem mais humano.

Inicialmente Maria Antonieta seria produzido antes de Encontros e Desencontros (2003), filme anterior de Sofia Coppola. A diretora estava trabalhando no roteiro de Maria Antonieta, mas vinha tendo dificuldades com a pesquisa h
istórica e a quantidade de personagens. Foi durante este processo que ela concebeu o roteiro de Encontros e Desencontros, cujas filmagens tiveram início antes.

Este é o 2º filme em que a diretora Sofia Coppola e a atriz Kirsten Dunst trabalham juntas. O anterior foi As Virgens Suicidas (1999).
Judy Davis, que interpreta a Condessa de Noailles, esteve inicialmente cotada para a personagem Maria Theresa.
O governo francês concedeu à equipe de filmagens uma permissão especial para que rodasse cenas no Palácio de V
ersailles.

Apesar do Salão de Espelhos estar em restauração na época das filmagens, a diretora Sofia Coppola conseguiu permissão para rodar no local a cena de baile do casamento entre Maria Antonieta e Luís XVI.
O orçamento de Maria Anto
nieta foi de US$ 40 milhões. A papel de Luiz XV foi oferecido a Alain Delon. Alega-se que o veterano astro do cinema françês se inflamou ao saber que uma americana se atreveu a fazer algo tão indelicado quanto fazer um filme sobre um fato da história francesa. Quando ele se encontrou com Sofia Coppola, trouxe-lhe um enorme buquê de fl
ores e lhe disse basicamente, em várias palavras, que nunca se submeteria a trabalhar com um americano num filme como este.


Ganhou o Oscar de Melhor Figurino.
Recebeu 3 indicações ao BAFTA, nas categorias de Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino e Melhor Maquiagem.
Título Original: Marie Antoinette.
Gênero: Drama.
Ano: 2006.
País de Produção: EUA.
Duração: 123 min.
Língua: Inglês / Françês.
Cor: Colorido.
Diretor: Sofia Coppola.
Elenco: Kirsten Dunst, Judy Davis, Jason Schwartzman, Rip Torn, Rose Byrne, Asia Argento.
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