REVIEW - A PEQUENA MISS SUNSHINE
Em A Pequena Miss Sunshine a maior atração se deve ao personagem da atriz mirim Abigail Breslin e do roteiro. Olive, interpretada de forma cativante por Breslin, teve a ajuda da direção sensível que os diretores Jonathan Dayton e Valerie Faris empregarão. Ela é o ponto de motivação da história e fusão das personagens. Uma das maiores virtudes de A Pequena Miss Sunshine é a sua despretensão, que deu contornos mais especiais ao filme. Os diretores souberam trabalhar bem junto com o roteiro de Michael Arndt extraindo com naturalidade o sentimento de ternura dentro de um ambiente pouco favorável e fazê-lo sem ser piegas. Alan Arkin no papel do "avô" - único nome que é chamado durante o filme - é curto e sua premiação com o Oscar deve-se mais como uma homenagem ao conjunto de sua obra do que especificamente por seu desempenho neste trabalho. Olive é a filha mais nova e junto com sua mãe, Sheryl (Toni Collette), são as mais equilibradas de uma família onde os conflitos abundam. Richard (Greg Kinnear), o pai, é um escritor cuja maior obsessão é tornar seu livro de auto-ajuda um sucesso e, assim, alcançar liberdade financeira e reconhecimento. Seu irmão, Dwayne (Paul Dano), é o puro reflexo da juventude problemática e psicótica americana. Ele recusa-se a pronunciar qualquer palavra com quem quer que seja até que seu sonho de se tornar piloto aéreo se realize. Sheryl é o veículo que une a casa apaziguando os ânimos, tentando estabelecer um mínimo de união. A mão de bom coração leva seu irmão para morar com a família após este sair da clínica onde estava internado devido a uma tentativa de suicídio. Isto tudo por ter rompido com seu namorado. O último integrante, e com certeza o mais excêntrico, é o avô. A dedicação com que exercita sua liberdade de expressão de forma plena, foi conseguida na aposentadoria. Esta é atividade favorita do grandpa: usufruir da liberdade. Ele é o maior incentivador para que Olive participe do concurso Little Miss Sunshine, onde haverá a seleção da menina mais bonita. Participar deste concurso de beleza infantil e ser a ganhadora é o maior sonho de Olive. O problema é que a disputa será realizada na Califórnia e ela teve sua inclusão feita em cima da hora após a desistência de uma candidata. A família terá que partir logo para chegar no local a tempo. É neste trajeto que o espectador vai se afeiçoando às personagens (extremamente distintas e ricas em suas peculiaridades). A interrelação que vai sendo construída apresenta as diferenças dentro da família que se mantém unida mesmo com todas as adversidades finaceiras, psicológicas e estruturais que vão sendo revaladas no decorrer do percurso. A força desta união é catalizada pela figura inocente de Olive que mostra uma consciência madura nas condições que se sobrevêem. A candidata à Little Miss Sunshine apresenta um poder de se conformar e de aceitar uma situação irremediável. O maior significado que se tem de grande virtude na família é, sem dúvida, a personagem de Olive que inspira mudanças, motiva atitudes e traz o entendimento. O filme mantém sempre presente o nível de profundidade emocional que às vezes supera a sua linha de comédia. Situações estapafúrdias como a kombi que tem sempre que ser empurrada quando pára por não ter marcha, o traslado ilegal de um corpo tirado às escondidas do hospital são momentos de pura diversão, ao mesmo tempo que se percebe uma tragédia. Este é o grande trunfo de A Pequena Miss Sunshine: trabalhar uma mesma cena, sugerindo noções dramáticas diferentes. A criança novamente rouba a cena e nos presenteia num papel onde nos ensina que podemos crescer mesmo enfrentando as adversidades. Podemos ser mais felizes mesmo que superando os obstáculos, pois através deles damos um significado construtivo às aparentes derrotas e fracassos, pois esses são os fomentadores do crescimento pessoal. Em A Pequena Mis Sunshine todos evoluem de alguma forma, inclusive o espectador.
Título Original: The Little Miss Sunshine.
Gênero: Coméidia.
Ano: 2006.
País de Origem: EUA.
Duração: 101 min.
Língua: Inglês.
Cor: Colorido.
Diretor: Jonathan Dayton / Valerie Faris.
Elenco: Abigail Breslin, Greg Kinnear, Paul Dano, Alan Arkin, Toni Collette, Steve Carell.
0 Comments:
Post a Comment
<< Home