REVIEW - A LULA E A BALEIA
Quem se interessa por psicologia vai adorar este filme, mas também quem gosta de drama de relações vai se sensibilizar e tirar boas lições de A Lula e a Baleia.
O roteiro trata de uma típica família nova-iorquina em que os pais, em crise, não vêem outra solução para as incongruências do casal que não seja a separação. Como é natural que ocorra, os efeitos do término do casamento são mais visíveis nos filhos, já que a mudança na organização familiar é modificada alterando também a rotina.
A Lula e a Baleia, contudo, não trata meramente das frustrações e dores advindas de um divórcio. Quando uma rotina se desfaz e dois lados são estabelecidos, mágoas insconscientes e adormecidas são inevitavelmente expurgadas. Ciúmes, raivas e muitos dos sentimentos advindos de uma carência por atenção, já existentes, são intensificadas e os verdadeiros valores vão emergindo como respostas de uma expectativa ou de um sentimento contido por muito tempo.
Bernard (Jeff Daniels) e Joan (Laura Linney) são dois escritores. O primeiro é arrogante e amarga uma franca decadência, enquanto a segunda vive um momento de ascenção. Num clima de competição e rivalidade (notoriamente por despeito de Bernard que já fora mentor de Joan em sua iniciação à literatura), o casamento fracassado há muito tempo chega ao seu protelado término após 17 anos. Decididos a não ficar mais juntos, surge o maior problema a ser contornado: a adaptação dos seus dois filhos adolescentes à condição de terem pais separados. Os desajustes vão sendo percebidos de forma diferente em cada um, Frank (Owen Kline) descobre a masturbação e espalha o sêmen nas paredes da escola; Walt (Jesse Eisenberg) passa a ficar mais agressivo (já existia um forte sentimento de hostilidade com a mãe e este detalhe, que intensifica-se, é um dos mais interessantes do filme). Frank e Walt têm claras preferências por Joan e Bernard respectivamente e, de uma certa forma, se espelham nessas figuras até um momento em que descobrem que um desses comportamentos identificadores pode não ser a melhor estratégia para que se viva feliz.
Contado de forma muito verdadeira e sensível, o diretor Noan Baunbach consegue passar muita sutileza transbordando o filme como muito humanismo e realidade dentro de um roteiro com caracteres muito bem delimitados. As ações, executadas pelos integrantes do filme, não tem uma certeza fabricada e própria do caminho que as personagens desejam para si. Os seus atos são cheios de dúvidas e temores quanto ao 'devo ou não devo fazer isto'. Isto é bem visível nas expressões de incerteza e dúvida da ótima Laura Linney e Jeff Daniels que, em determinados momentos, parecem receptivos para uma nova tentativa de vida conjugal. Outra grande virtude da direção é a de conter os atores numa interpretação sóbria e sensata. Não há apelo para lágrimas e nem para piedades já que a situação corriqueira apresentada pela família Berkman é possível com qualquer um.
Uma obra que nos faz enxergar nossas reais necessidades e a busca incessante pelo amor e compreensão daqueles que nos são mais próximos. A Lula e a Baleia é mais uma prova que o cinema pode, com muita simplicidade, gerar reflexões profundas quanto às atitudes comportamentais sugerindo subsídios para entendimentos e não para uma padronização de posturas.
Notas:
O título se refere a um premiado painel que mostra uma lula gigante lutando contra uma baleia, disponível no American Museum of Natural History. Este painel é mostrado na última cena de A Lula e a Baleia.
Laura Linney recebeu o roteiro de A Lula e a Baleia em 2000, entregue pelo também ator Eric Stoltz, com quem estava contracenando em A Essência da Paixão (2000). A atriz aceitou trabalhar no filme imediatamente.
Foi rodado em apenas 23 dias.
O orçamento de A Lula e a Baleia foi de apenas US$ 1,5 milhão.
Bill Murray estava cotado para estrelar o papel principal, mas desistiu pois queria ter um descanso após ter filmado Flores Partidas, de 2005.
Recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Original.
Recebeu 3 indicações ao Globo de Ouro, na categorias de Melhor Ator - Comédia/Musical (Jeff Daniels), Melhor Atriz
Comédia/Musical (Laura Linney) e Melhor Filme Comédia/Musical.
Recebeu 6 indicações no Independent Spirit Awards, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Jeff Daniels), Melhor Atriz (Laura Linney), Melhor Ator Coadjuvante (Jesse Eisenberg) e Melhor Roteiro.
Ganhou os prêmios de Melhor Diretor - Drama e Melhor Roteiro, no Sundance Film Festival.
Gênero: Drama.
Ano: 2005.
País de Origem: EUA.
Duração: 81 min.
Língua: Inglês.
Cor: Colorido.
Diretor: Noah Baumbach.
Elenco: Laura Linney, Jeff Daniels, Owen Kline, Jesse Eisenberg, William Baldwin, Anna Paquin, David Benger.
O roteiro trata de uma típica família nova-iorquina em que os pais, em crise, não vêem outra solução para as incongruências do casal que não seja a separação. Como é natural que ocorra, os efeitos do término do casamento são mais visíveis nos filhos, já que a mudança na organização familiar é modificada alterando também a rotina.
A Lula e a Baleia, contudo, não trata meramente das frustrações e dores advindas de um divórcio. Quando uma rotina se desfaz e dois lados são estabelecidos, mágoas insconscientes e adormecidas são inevitavelmente expurgadas. Ciúmes, raivas e muitos dos sentimentos advindos de uma carência por atenção, já existentes, são intensificadas e os verdadeiros valores vão emergindo como respostas de uma expectativa ou de um sentimento contido por muito tempo.
Bernard (Jeff Daniels) e Joan (Laura Linney) são dois escritores. O primeiro é arrogante e amarga uma franca decadência, enquanto a segunda vive um momento de ascenção. Num clima de competição e rivalidade (notoriamente por despeito de Bernard que já fora mentor de Joan em sua iniciação à literatura), o casamento fracassado há muito tempo chega ao seu protelado término após 17 anos. Decididos a não ficar mais juntos, surge o maior problema a ser contornado: a adaptação dos seus dois filhos adolescentes à condição de terem pais separados. Os desajustes vão sendo percebidos de forma diferente em cada um, Frank (Owen Kline) descobre a masturbação e espalha o sêmen nas paredes da escola; Walt (Jesse Eisenberg) passa a ficar mais agressivo (já existia um forte sentimento de hostilidade com a mãe e este detalhe, que intensifica-se, é um dos mais interessantes do filme). Frank e Walt têm claras preferências por Joan e Bernard respectivamente e, de uma certa forma, se espelham nessas figuras até um momento em que descobrem que um desses comportamentos identificadores pode não ser a melhor estratégia para que se viva feliz.
Contado de forma muito verdadeira e sensível, o diretor Noan Baunbach consegue passar muita sutileza transbordando o filme como muito humanismo e realidade dentro de um roteiro com caracteres muito bem delimitados. As ações, executadas pelos integrantes do filme, não tem uma certeza fabricada e própria do caminho que as personagens desejam para si. Os seus atos são cheios de dúvidas e temores quanto ao 'devo ou não devo fazer isto'. Isto é bem visível nas expressões de incerteza e dúvida da ótima Laura Linney e Jeff Daniels que, em determinados momentos, parecem receptivos para uma nova tentativa de vida conjugal. Outra grande virtude da direção é a de conter os atores numa interpretação sóbria e sensata. Não há apelo para lágrimas e nem para piedades já que a situação corriqueira apresentada pela família Berkman é possível com qualquer um.
Uma obra que nos faz enxergar nossas reais necessidades e a busca incessante pelo amor e compreensão daqueles que nos são mais próximos. A Lula e a Baleia é mais uma prova que o cinema pode, com muita simplicidade, gerar reflexões profundas quanto às atitudes comportamentais sugerindo subsídios para entendimentos e não para uma padronização de posturas.
Notas:
O título se refere a um premiado painel que mostra uma lula gigante lutando contra uma baleia, disponível no American Museum of Natural History. Este painel é mostrado na última cena de A Lula e a Baleia.
Laura Linney recebeu o roteiro de A Lula e a Baleia em 2000, entregue pelo também ator Eric Stoltz, com quem estava contracenando em A Essência da Paixão (2000). A atriz aceitou trabalhar no filme imediatamente.
Foi rodado em apenas 23 dias.
O orçamento de A Lula e a Baleia foi de apenas US$ 1,5 milhão.
Bill Murray estava cotado para estrelar o papel principal, mas desistiu pois queria ter um descanso após ter filmado Flores Partidas, de 2005.
Recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Original.
Recebeu 3 indicações ao Globo de Ouro, na categorias de Melhor Ator - Comédia/Musical (Jeff Daniels), Melhor Atriz
Comédia/Musical (Laura Linney) e Melhor Filme Comédia/Musical.
Recebeu 6 indicações no Independent Spirit Awards, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Jeff Daniels), Melhor Atriz (Laura Linney), Melhor Ator Coadjuvante (Jesse Eisenberg) e Melhor Roteiro.
Ganhou os prêmios de Melhor Diretor - Drama e Melhor Roteiro, no Sundance Film Festival.
Título Original: The Squid and the Whale.
Gênero: Drama.
Ano: 2005.
País de Origem: EUA.
Duração: 81 min.
Língua: Inglês.
Cor: Colorido.
Diretor: Noah Baumbach.
Elenco: Laura Linney, Jeff Daniels, Owen Kline, Jesse Eisenberg, William Baldwin, Anna Paquin, David Benger.
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