Thursday, November 23, 2006

REVIEW - NUNCA FUI SANTA



A comédia cinematográfica Nunca Fui Santa é uma adaptação feita por George Axelrod da peça Bus Stop, de William Inge. A maior característica desta memorável adaptação, dirigida por Joshua Logan, é a malícia pulsante em quase todos os diálogos do filme. Mesmo sendo sofisticadamente mascarada sob uma ingenuidade e inocência infantis, não demora muito para o público perceber que o prazer de ter 'beijado' uma garota tem um significado muito maior do que apenas encostar um lábio no outro.
O cenário é o meio oeste dos Estados Unidos, onde cowboys vão atrás de fama e fortuna nos rodeios das cidades. Phoenix é a próxima parada. A capital do Arizona será o palco de um grande rodeio e do encontro amoroso entre Cherrie (Marilyn Monroe) e Bo (Don Murray), motivo maior para o deslanche da trama.
Bo e seu amigo Virgil (Arthur O'Connel) são dois cowboys em busca de conquistarem as premiações nas competições que disputam e rumam à cidade grande para ganharem as disputas. Bo é o típico caipira que por viver sempre isolado num rancho e distante da civilização é grosseiro e cheio de maus modos. Ele, também, nunca 'beijou' uma garota o que é uma preocupação para seu amigo e quase pai Virgil por se tratar de uma 'experiência' importante na vida de um homem. Contudo, o jovem e rústico vaqueiro idealiza encontrar uma garota doce e com a aparência de um anjo. Será indo de encontro à essa expectativa que ele se apaixona instantaneamente quando vê a cantora/atendente de um cabaré local, Cherrie.
Também vinda da zona rural americana, ela é a típica aventureira que tenta a sorte se mudando de uma cidade para a outra sonhando em se estabelecer de alguma forma. Casar-se e voltar a morar no campo não faz parte de seus planos.
Determinado a levar Cherrie ("nem que para isso precise domá-la como um novilho", em suas próprias palavras) já como esposa para seu rancho em Montana, Bo Contraria o bom senso e a falta de limites excedendo-se de forma egoísta, tentando prevalecer sua vontade individual. Sua obsessão pela garota leva a todos, inclusive Virgil, seu amigo, condenarem suas ações. O resultado é uma lição de moral simples, mas significativa.
Mostrando o seu imbatível sexy appeal, este é dos filmes em que Marilyn Monroe demonstra o seu talento como atriz de forma mais madura. Sem dúvida, um dos seus melhores trabalhos.

Notas:
Marilyn Monroe fez objeções contra a cor de cabelo de Hope Lange dizendo que era muito claro ficando mais chamativo do que o seu loiro. Como resultado Lange teve que escurecer os cabelos.
Don Murray sofreu dolorosos cortes no rosto quando Monroe teve que refazer uma cena em que batia nele com a cauda de lantejoulas que fazia parte de seu figurino na cena.
Murray disse que Marilyn estava sem roupas por baixo dos lençois porque ela achava que sua personagem estaria realmente nua e fazendo esta caracterização reforçaria sua credibilidade.
O papel de Bo Decker foi oferecido à Fess Parker, mas foi recusado por Walt Disney que detinha o contrato de Parker na época.







Título Original: Bus Stop.

Gênero: Comédia.

Ano: 1956.

País de Origem: EUA.

Duração: 96 min.

Língua: Inglês.

Cor: Colorido.

Diretor: Joshua Logan.

Elenco: Marilyn Monroe, Don Murray, Hope Lange, Betty Field, Arthur O'Connel, Eileen Eckaart, Robert Bray.

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