Monday, November 06, 2006

REVIEW - A DAMA E O VAGABUNDO

É simplesmente incrível o poder que a máquina Disney de animação tem em transformar todas as suas histórias em obras-prima. O esmero com que eles trabalham em cima de cada linha que compõe os cenários e personagens de seus filmes, adicionam sempre um traço artístico incomparável.
Neste 15º Clássico Disney, A Dama e o Vagabundo, a impecável maestria e capricho com que a equipe de desenhistas conduz o filme, resulta, invariavelmente, em outro clássico inesquecível.
Lili é uma cadela graciosa, adorável e de muita sorte. Criada num bairro abastado, ela concentra todas as atenções de seus donos, os quais criam-na como se fosse quase 'gente'. Ela é bem quista também pelos seus amigos e vizinhos caninos Joca e Caco que sempre a cortejam. Quando sua dona tem o primeiro filho, inevitavelmente ela perde terreno para o novo morador da casa, mas logo acostuma-se com a presença do bebê e o ciúme que por ele sentia se transforma em um cuidado zeloso. Após uma grande confusão envolvendo Lili e seus dois perversos gatos siameses Si e Ão (fazendo referência com Sião), Tia Sarah resolve levá-la a uma pet-shop para por-lhe focinheira. Desesperada com o objeto desconhecido, ela foge e é salva de ser atacada por um grupo de cães de rua por Vagabundo, um vira lata valente e conquistador.
As aventuras agora apenas tem início. O final reserva momentos de pura ternura. Um filme encantador e embora não seja um dos meus favoritos é um dos mais doces já feitos.

Notas:
O visual do Vagabundo foi inspirado em uma cadela vira-latas que os artistas da Disney salvaram da carrocinha.
O filme é contado totalmente do ponto de vista de um cachorro e, por essa razão, os rostos dos humanos são raramente mostrados, sendo que na maioria das vezes tudo o que visto são os seus pés.
Banzé (Scamp), o filho de Lady e Vagabundo, viria a se tornar bastante popular nos quadrinhos Disney, estrelando suas próprias histórias.
Apesar de algumas críticas negativas, o filme foi um grande sucesso de bilheteria quando lançado em 1955, tornando-se um dos filmes de animação mais populares com o público.
Peggy Lee processou a Disney por quebra de contrato alegando que ela detinha direitos sobre as transcrições no roteiro. Ela foi indenizada com o valor de dois milhões e trezentos mil dólares após 40 anos de batalha judicial com o estúdio. Este processo só finalizou em 1991.
No climax do filme Joca e Caco derrubam o carrocinha com vagabundo dentro. Após esta cena, Joca descobre que Caco foi atropelado pela carrocinha e encontra-se severamente ferido. Joca fica muito triste porque Caco iria morrer nesta cena. É por isso que Joca começa a farejá-lo e ele não se reanima. Quando Walt viu esta cena ficou chocado. Ele não queria uma repetição da mesma cena que ocorreu em Bambi. Ele achou que seria muito forte. Sendo assim, Walt fez com que os desenhistas pusessem Caco na cena final de natal para assegurar ao público que Caco fora apenas ferido quando a carrocinha o atingiu na cena anterior.
Foi feito em versões Widescreen Cinemascope e na versão padrão. Foi o maior filme, até então, criado pela companhia.
O nome real de 'Querida' não é pronunciado durante todo o filme, até seus amigos a chamam de 'Querida'. Não fica claro se este é seu nome ou apenas um pseudônimo.
Embora seja baseado numa história chamada Feliz, O Cão Assoviador, esta é considerada como sendo o primeiro longa-metragem original Disney.
O inconfundível cachorrinho do final do filme, parecido com seu pai Vagabundo, é chamado de Banzé. Ela já apareceu em livros para criança, tiras de jornal e em seu próprio filme As Aventuras de Banzé, em 2001.
A idéia de se ter Lili dada como presente dentro de uma caixa de chapéu veio de uma inspiração real. Desta mesma forma Walt deu um cachorro para sua esposa.
Antes de animar a cena em que Vagabundo briga com um rato, o animador Wolfgang Reitherman manteve alguns ratos numa gaiola do lado de sua mesa para que pudesse estudar suas reações.
No dueto da música cantada pelos gatos, Peggy Lee executa as duas vozes.
No lançamento em video em 1999, algumas cenas tinham partes do diálogo, que faziam parte do lançamento original nos cinemas, faltando. Acredita-se que isso ocorreu devido ao processo de restauração do filme feito pela Disney que acabou incorparando formatos do filme lançados nos Estados Unidos junto com formatos feitos para o mercado internacional, criando uma versão híbrida. Disney freqüentemente produz versões diferentes para os formatos internacionais, feito para que o diálogo possa servir de forma correta.
O relançamento deste filme, em 1962, foi realizado numa exibição dupla juntamente com o primeiro lançamento do filme Almost Angels, de 1962, também da Disney.
Nas primeiras versões do roteiro, Vagabundo era chamado inicialmente de Homer, depois Rags e depois Bozo. Um roteiro de 1940 introduzia os gatos siameses conhecidos na época como Nip e Tuck. Só posteriormente o nome foi mudado para Si e Am.
Peggy Lee ajudou na divulgação do filme na série Disney TV explicando o seu trabalho na criação da trilha e cantando alguns números.
Segundo diz a lenda, a seqüência de abertura, em que Querida abre a caixa de chapéu e descobre Lili dentro dela, reconta um acontecimento real na vida de Walt Disney. Depois de ter esquecido um jantar que tinha marcado com sua esposa, ele ofereceu a ela um cachorrinho dentro de uma caixa de chapeús e o incidente foi imediatamente esquecido.
Um modelo em maquete do interior da casa de Querido e Querida foi feito como um guia para a teatralização das cenas.
A decisão para a filmagem em cinemascope foi feita quando o filme já estava em produção. Várias pinturas de fundo tiveram que ser extendidas para caber no novo formato. As emendas eram disfarçadas tendo-se que adicionar uma outra camada unindo as duas partes.
A história original foi criada por Joe Grant enquanto Branca de Neve e Os Sete Anões (1937) estavam perto da fase de pós-produção. Ward Green usou a versão original de Joe Grant como a base para a história. O roteiro de Greene estava ainda sendo escrito quando a produção se iniciou. Diz-se que a esposa de Grant ficou furiosa por terem roubado a história de seu marido, contudo, Walt Disney detinha todos os direitos autorais sobre o material.
A Dama e o Vagabundo está classificado na posição número 75 dentre os 100 melhores desenhos de todos os tempos pelo Channel 4 do Reino Unido.
Título Original: Lady and the Tramp.

Gênero: Animação.

Ano: 1955.

País de Origem: EUA.

Duração: 76 min.

Língua: Inglês.

Cor: Colorido.

Diretor: Clyde Geronimi / Wilfred Jackson.

Elenco (vozes da animação original): Peggy Lee, Barbara Luddy, Larry Roberts, Lee Millar, Bill Thompson, Bill Baucon, Stan Freberg, Verna Felton, Alan Reed, George Givot, Dal McKennon.

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