Sunday, October 29, 2006

REVIEW - ROMA, CIDADE ABERTA

Roberto Rosselini sempre foi um outsider. Quando Hollywood o convocou para dirigir filmes na indústria cinematográfica mais profissional do planeta, ele recusou pois não acreditava num cinema que se pussesse à margem da população e que se exprimisse apenas o que era comercialmente válido. Ele era contra o chamado star system tendo em vista não concordar no distanciamento e na aura de celebridade contruída pelos donos dos estúdios americano em torno de seus atores e atrizes.
Roma, Cidade Aberta marcou simbolicamente o início de um movimento que vinha se formando há anos atrás e que teve origem durante o regime fascista de Mussolini tendo firmado-se no pós-guerra: o neo-realismo. Este movimento cine-artístico fundamentou uma estética na linguagem do cinema mundial influenciando diretores do mundo todo, quando vários diretores italianos (...) dispondo de poucos recursos, provaram que era possível fazer um cinema de alto nível, utilizando atores não profissionais, locações externas para retratar os dramas e problemas ligados ao cidadão comum e a sociedade em que ele está vinculado num contexto de denúncia crítica.
Em Roma, Cidade Aberta (um dos filmes que juntamente com Paisá, de 1946, e Alemanha Grau Zero, de 1948, fazem parte da trilogia da guerra dirigida pelo mesmo cineasta) Rosselini mostra um episódio no qual a força invasora realiza investigações contra grupos de libertação que lutam contra a invasão dos germânicos no país. A polícia alemã já sabe que Luigi Ferrari (Marcello Pagliero) é um dos líderes desse movimento e quando localiza o seu endereço o mesmo consegue fugir antes de ser capturado. Ferrari acaba se refugiando na casa da família de um outro militante do movimento libertador, Francesco (Francesco Grandjacquet). Este trabalha como tipógrafo e mora com sua esposa, Pina (Anna Magnani) e com o filho dela Vito (Vito Annichiarico), que considera como um filho. Francesco tentará juntamente com o padre local, Don Pietro Pellegrini (Aldo Fabrizi) retirar Ferrari da cidade para que ele não seja preso e morto pela Gestapo. Os dramas vão se sobrepondo em proporções dolorosas e irremediavelmente previsíveis (puro neo-realismo). O cerco armado pelas forças alemãs estão se fechando cada vez mais e com a ajuda de informantes, o chefe nazista encarregado de dissolver a organização italiana, o major Fritz Bergmann (Harry Feist), vai juntando pistas que acabarão levando suas forças aos cortiços de Roma ameaçando a segurança não só dos fugitivos ativistas italianos como a de suas famílias.

Um breve panorama da situação precária em que vivem os romanos durante o cerco nazistas na Segunda Guerra Mundial é dado logo no início do filme. A falta de alimentos limita a quantidade de comida que é destribuída à população em cotas. O toque de recolher que se inicia às 17:00 horas, as batidas policiais, as violentas invasões às casas da população, etc. A falta de perspectiva é latente e tudo isso mostrado de forma real, como um documentário encenado.

Notas:
Rosselini utilizou ex-policiais nazistas como extras para intensificar a sensação de realidade no filme.






Título Original: Roma, Città Aperta .

Gênero: Drama.

Ano: 1945.

País de Origem: Itália.

Duração: 100 min.

Língua: Italiano.

Cor: Preto e Branco.

Diretor: Roberto Rosselini.

Elenco: Aldo Fabrizi, Anna Magnani, Marcello Pagliero, Vito Annichiarico, Nando Bruno, Harry Fiest, Giovanna Galetti, Francesco Grandjacquet, Eduardo Passarelli, Maria Michi, Carla Rovere.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Explêndido filme!atores sensasionais,época inovadora do cinema,ótimo roteiro.

2:55 PM  

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