REVIEW - O JÚRI
A grande maioria dos filmes "de tribunal" guardam ótimas surpresas e quase sempre agradam. Com O Júri o roteiro mantém o interesse já esperado para os filmes desse sub-gênero. Construído em cima de reviravoltas e com uso de muita pouca violência, O Júri satisfaz como obra de entretenimento, mas peca no que tange à sua credibilidade. Normas indispensáveis e obrigatórias no formalismo forense foram desprezadas como se não houvesse perigo de ilegalidade. Isso tirou um pouco do tom sério do filme (que definitivamente não pode ser levado a sério no sentido restrito da palavra). Fora isso, é só se acomodar e assistir o duelo de titãs entre os míticos Gene Hackman e Dustin Hoffman.
Quando uma empresa fabricante de armas é posta no banco dos réus como co-responsável pela morte de um advogado assassinado por um pistola de sua produção, um esquema para manipular os votos dos jurados é contratado pela parte ré com o intuito de sair vitoriosa no veredito final utilizando, ilegalmente, todos os artifícios. No entanto, uma outra articulação fraudulenta é paralelamente estabelecida para ter o corpo do júri nas mãos e, assim, extorquir dinheiro da parte que quiser pagar mais caro para ter a sentença favorável, seja a promotoria ou os advogados de defesa.
John Cusak e a oscarizada-politicamente correta Rachel Weisz têm uma ótimas participações, contudo, o show fica por conta dos veteranos Hackman e Hoffman que interpretam os advogados Rankin Finch e Wendell Rohr respectivamente. Destaque maior para Hackman, sempre maravilhoso como vilão.
O Júri tem um final inesperado e consegue deter a atenção do expectador até o seu desfecho.
Notas:
No livro de John Grisham a empresa envolvida no casamento fazia parte da indústria do tabaco. Durante muitos anos o roteiro de O Júri manteve esta informação, mas após o lançamento de O Informante (1999), que também trata de um processo contra a indústria do tabaco, se decidiu por alterar a empresa para uma fabricante de armas.
As atrizes Amanda Peet e Bridget Monayhan fizeram testes para interpretar a personagem Marlee.
A atriz Naomi Watts esteve cotada para interpretar a viúva que abre o processo em O Júri.
O Júri é o 2º filme em que os atores Dustin Hoffman e Rachel Weisz atuam juntos. O anterior fora Confidence - O Golpe Perfeito (2003).
O orçamento de O Júri foi de US$ 60 milhões.
Uma das garotas do júri chama-se Lydia Deets e é apresentada como uma garota gótica, uma referência óbvia à personagem Lydia Deitz interpretada por Winona Ryder em Os Fantasmas Se Divertem (1988).
Nick e Marlee se encontram numa loja de voodoo onde o atendente 'creole' só fala francês. O filme passa a imagem de que a cidade tem a maioria dos seus habitantes falando apenas françês, mas a população em Nova Orleans que só fala françês está praticamente extinta.
Durante a argumentação entre Hoffman e Hackman no banheiro masculino, Hackman diz 'Verdade, Justiça e o Modo Americano'. Esta frase é parte do slogan do Superman (1978). Hackman interpretou o arqui-inimigo do personagem, Lex Luthor, em vários filmes da série.
Este é o décimo filme em que John Cusack e Jeremy Piven estrelam juntos.
A discussão do banheiro entre Hoffman e Hackman não estava no roteiro. Ela foi acrescentada durante as filmagens previstas e foi a última cena a ser rodada. Foi a primeira vez que ambos os atores interagiram juntos nas telas, embora fossem amigos desde 1956.
Título Original: Runaway Jury.
Gênero: Ação.
Ano: 2003.
País de Origem: EUA.
Duração: 127 min.
Língua: Inglês.
Cor: Colorido.
Diretor: Gary Fleder.
Elenco: Gene Hackman, Dustin Hoffman, John Cusak, Rachel Weisz, Bruce Davidson, Bruce McGill, Jeremy Piven.
1 Comments:
Muitos acreditam que a violência pode ser reduzida com a implementação da pena de morte e os filmes exploram muito isso. Um dos grandes problemas que deixo para os que são a favor resolverem é a questão dos inocentes.
Um abraço
Marco Aurélio
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