Saturday, September 23, 2006

REVIEW - A ESCOLHA DE SOFIA

Os roteiros com base na segunda guerra mundial sempre foram uma fonte para os escritores desenvolverem grandes textos em cima do trágico acontecimento. Mais especificamente, o nazismo é uma das facetas mais exploradas daquele período e que Hollywood sempre soube dramatizar com muita competência.
A Escolha de Sofia é um exemplo de como o cinema pode ter uma força tão igualmente poética como a de uma obra literária, graças ao ritmo e a intensidade dada pelo diretor às cenas. O grande risco nesta cadência de imagens se observa quando a diferenciação entre a narrativa cinematográfica e a literária que se confudem tirando o dinamismo cuja a primeira detém pelo fato de limitar-se mais ao visual e menos à imaginação. A pláteia pode, através das pistas do livro, criar um cenário e um comportamento para as personagens que ache condescente com as situações, no caso de um filme, este limitará, em sua grande maioria, a imaginação do público àquilo que está reproduzido nas telas. A estática da trama talvez seja o único infortúnio de A Escolha de Sofia, que mesmo assim, não perde sua força de expressão.
Neste premiado filme de 1982, a talentosa Meryl Streep mostra como iniciou sua fama devido a habilidade em conseguir pegar facilmente o sotaque das personagens que interpreta.
Em 1947, logo após o término da 2ª Guerra Mundial, o jovem Stingo sai do Sul dos Estados Unidos para tentar sua sorte como escritor em Nova Iorque. Inicialmente se estabelece numa pensão no Brooklyn, local em que conhece a refugiada de guerra Sophie Zawistowski por qual se apaixona, e seu amante Nathan Landau, um judeu americano e que parece excêntrico e que milita pela punição dos nazistas criminosos de guerra. Stingo, Sophie e Nathan se tornam melhores amigos e iniciam uma amizade onde o jovem escritor conhecerá mais a fundo a personalidade conturbada de Nathan e a verdade que Sophie tentar esconder/esquecer.
O papel de Stingo é quase que meramente de espectador. Sua intervenção é praticamente nula e quando o tenta fazer não surte quaisquer efeito. Impotente no que vai se sucedendo, resta-lhe apenas testemunhar e nos guiar pelas angústias e sofrimentos que vão se desdobrando e expondo a realidade dos traumas e dos males que afligem as personagens. O filme é precioso em sua temática e se posiciona mais numa intenção de repassar uma realidade dramática do que nos informar de um drama real. Destaque para a brilhante atuação de Kevin Kline.

Notas:
O poema citado é Ample Make this Bed, de Emily Dickinson.
Meryl Streep implorou de joelhos (literalmente) ao diretor Alan J. Pakula que lhe desse este papel.
Meryl Streep aprendeu não apenas a falar com um sotaque polonês, como também aprendeu a falar alemão.
Depois de vê-lo neste filme, John Cleese chamou Kevin Kline para fazer parte do elenco de Um Peixe Chamado Wanda, de 1988.
Quando William Styron estava escrendo o romance, ele vislumbrava Ursula Andress no papel de Sophie.
Antes de Meryl Streep ser selecionada, Magada Vásáryová estava cotada para fazer o papel de Sophie.
A interpretação de Sophie Zawistowska por Meryl Streep é considerada a 3º melhor entre as 100 melhores de todos os tempos, segundo a revista Première.
Natalie Wood foi considerada para o papel de Sophie.




Título Original: Sophie's Choice.

Gênero: Drama / Romance.

Ano: 1982.

Duração: 150 min.

Língua: Inglês.

Cor: Colorido.

Diretor: Alan J. Pakula.

Elenco: Meryl Streep, Kevin Kline, Peter MacNicol, Rita Karin, Stephen D. Newman.

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