Thursday, September 07, 2006

REVIEW - MINHA QUERIDA DAMA

Este se constitue num dos musicais mais bem elaborados do cinema. Com a direção do magistral George Cukor Minha Querida Dama é a apresentação cinematográfica de 1964 baseada na peça Pygmalion.
Estrelado por Rex Harisson, no papel do professor Higgins, e a doce Audrey Hepburn, como a mendiga Elisa Doolittle, a fábula de Minha Querida Dama é como no conto de Cinderella, a operação de uma transformação fantástica. A mudança radical de uma pobre vendedora de flores que recebe uma educação palaciana com gestos, maneiras, linguagem e aparência.
As cenas que merecem maior destaque são aquelas que expressam o grande talento de Rex Harrison (ganhador do Oscar por este papel) que tiranicamente impõe os conhecimentos necessários à jovem Elisa, vítima de um desafio entre o Sr Pickering (Wilfrid Hyde-White) e o orgulhoso, pedante e esnobe Professor Higgins de que este não seria capaz de reeducar Elisa a um ponto de ninguem desconfiar de sua origem social. Sem demonstrar qualquer sinal de misericórdia, sua metodologia de ensino é, por vezes, discordada por todos que acompanham "a saga" seja o Sr. Pickering ou mesmo a governanta da casa Sra. Pearce (Mona Washbourne).
O musical é essencialmente fácil de se entender. Os dramas se restrigem ao choque cultural que a jovem Elisa terá que suportar no caminho de seu aprendizado à boa postura e comunicação. E o temor de como ela usará novamente aquilo em sua vida já que tem como certo a sua volta à rua. A trilha sonora merece ser mencionada já que incorporam com harmonia, num triângulo perfeito o filme, a música e as melodias.
Filme extremamente charmoso e ideal para se assistir com a família.

Notas:
As músicas cantadas por Audrey Hepburn foram dubladas por Marni Nixon, embora Hepburn tivesse se preparado muito para o papel.
As músicas cantadas por Jeremy Brett, pretenso amor de Elisa, foram dubladas por Bill Shirley a despeito do fato que sua voz era inquestionavelmente muito boa.
O papel de Alfred Doolittle foi inicialmente oferecido a James Cagney, mas quando ele desistiu no último minuto foi chamado o ator que já o tinha feito na Broadway, Stanley Holloway. Cary Grant, Noel Coward, Michael Redgrave e George Sanders foram todos considerados para o papel de Sanders até que Harrison foi escolhido para reprisar o seu papel da Broadway.
Rex Harisson queria Julie Andrews para o papel de Elisa já que ambos fizeram juntos a dupla na apresentação da Broadway.
Stanley Holloway foi o primeiro ator a fazer o papel de Alfred Doolittle na Broadway, mas originalmente pensou-se em escalar outro ator mais conhecido.
Devido a forma como Rex Harisson cantava/falava seus números musicais, eles não puderam gravar antencipadamente e sincronizar, sendo assim um microfone sem fio (um dos primeiros a serem desenvolvidos) foi fixado e escondido sob sua gravata, contudo isso significava que sua boca e as palavras que emitia estavam em perfeita sincronia e todas as outras pessoas não pareciam estar, já que estavam dublando (quando todos estão dublando em sincronia, este fato não é notado). O estúdio percebeu que aquilo estava muito óbvio e então alteraram a trilha sonora de Rex aumentando e diminuindo as notas em vários pontos, assim sua sincronizaçao fica mais parecida com a do restante do elenco.
Gladys Cooper, que faz a mãe do Sr. Higgins no filme, fez o mesmo papel na produção de televisão do filme em 1963, Pygmalion a peça no qual o filme foi baseado.
Julie Andrews foi a primeira escolha para o papel de Eliza Doolittle, mas a Warner Brothers que tinha pago 5.5 milhões de dólares para os direitos do musical não queriam arriscar com uma atriz de teatro no papel principal de um filme de 17 milhões de dólares, embora tenha recebido o lobby de um dos detentores do filme, Jack L. Warner, que achava que Julie Andrews não era fotogênica o suficiente. Ele a convidou para um teste de tela, mas ela recusou, então ele acabou rejeitando ela de uma vez.
Embora suas músicas tivessem sido dubladas por Marni Nixon, Audrey Hepburn aparece cantando de fato no primeiro verso de Just You Wait Henry Higgins, contudo, quando a música eleva-se para o soprano, Nixon assume o vocal. Hepburn volta a cantar nos últimos 30 segundos da música, assim como a breve reprise. Ela também volta a mostrar a voz na parte falada da música The Rain in Spain. De um modo geral, Audrey Hepburn disse que noventa por cento de todas as músicas foram dubladas. Isso foi muito mais do que ela esperava, já que tinha sido prometida que a maioria dos seu vocais iriam ser usados. De acordo com Nixon, Hepburn ficou chateada por não poder interpretar utilizando os seus vocais e sempre se culpava por isso.
De acordo com Nancy Olson, que foi casada com o compositar Alan Jay Lerner na época em que ele estava escrevendo o musical, Lerner e Frederick Loewe (o outro compositor) tiveram muito trabalho para compor a última música de Henry Higgins. Os dois tinham escrito o musical baseado no conceito de que Higgins era um personagem muito intelectual para simplesmente cantar as músicas tradicionalmente, ao invés disso deveria falar as músicas energicamente, como se estivesse expressando idéias. Entretanto, Lerner e Loewe sabiam que iriam precisar de uma canção de amor ao tempo que o filme se aproximasse da cena em que Elisa o abandona. Isto demonstra um problema óbvio: como escrever uma canção emocional para uma personagem que não tem emoção? Lerner teve crises de insônia tentando escrever a letra. Uma noite, Olson diz, "levei uma chícara de chá para acalmar o nervos de meu marido". No momento que adentrava em seu estúdio, Lerner agradeceu-lhe e disse "Acho que cresci me acostumando com você e com seu rosto." De acordo com Olson, os seus olhos se iluminaram, ela se sentou e assistiu ele escrever toda a música de uma só vez, baseado na idéia que embora Higgins não pudesse demonstrar amor por Eliza da forma tradicional, com certeza ele notaria o valor que ela representava em sua vida.
Os escritores de musicais teatrais Richard Rodgers e Oscar Hammerstein tentaram adaptar a peça Pygmalion, de George Bernard Shaw, muito antes de Alan Jay Lerner e Frederick Loewe mas no final consideraram-na inadaptável. Rogers e Hammerstien sentiram que o estilo intelectual dos diálogos de Shaw e o personagem sem sentimentos de Henry Higgins não os conduziria a um musical. Lerner e Loewe sobrepujaram esse obstáculo deixando a maior parte do diálogo de Shaw intacto e trabalharam levando em conta que a personagem de Higgins deveria ser interpretada por um grande ator, não um grande cantor. Sendo assim, eles escreveram o papel especialmente para Rex Harisson e adotaram a idéia que Higgins não deveria cantar diretamente, mas falar em discurso com menos expressão de emoções do que idéias.
Quando perguntado porque recusara o papel de Henry Higgins, Cary Grant respondera que seu modo natural de falar era muito parecido com o de Eliza Doolittle.
De acordo com um dos biógrafos de Rex Harrison, Alexander Walker, a música I've Grown Accustomed To Her Face, detinha recordações especiais para o ator já que durante a apresentação original na Broadway ele costumava cantar essa música para sua terceira esposa, Kay Kendall que estava nas fileiras assistindo sua apresentação. Harisson admitiu posteriormente que quando cantavava a música pensava sempre em Kendall que tinha morrido alguns anos antes de leucemia.
Durante algumas partes de Wouldn't It be Loverly apresentando a própria voz de Audrey Hepburn cantando, sua sincronização de lábios não combina com sua própria apresentação desta música e não há sincronia nem mesmo com a interpretação da dubladora Marni Nixon.
Warner Brothers ganhou a aposta na briga pelos direitos do filme, em 1962, pelo valor de 5 milhões e meio de dólares e quase metade dos lucros de 20 milhões de dólares.
Carrinhos de parques de diversão foram alugados para transportar os extras pelo estúdio na cena do baile para evitar que suas roupas e maquiagem sujassem ou estragasse.
Audrey Hepburn anunciou o assassinato do Presidente John Fitzgerald Kennedy logo após a filmgem do número Wouldn't It Be Loverly?. A notícia devastou o elenco e a equipe do filme que estavam no set do Covent Garden.
O endereço de Higgins no filme, 27A Winpole Street, em Londres, não existe, mas sim 27 Winpole Street.
O papel de Eliza Doolittle fora interpretado originalmente na Broadway por Julie Andrews. Contudo ela fora negada para o papel, pois, segundo os produtores do filme, ela não era conhecida o suficiente como atriz de filmes. Muitos acharam que esse esnobismo e o fato de Audrey ter sido dublada em seus números de música levaram-na a não ser indicada ao Oscar de melhor atriz.
Cary Grant disse à Jack L. Warner que ele não faria o papel e que se não fosse Rex Harisson o escolhido para fazê-lo, ele não iria nem mesmo assistir ao filme.
Quando Eliza exige que Higgins mostre-lhe o que estava escrevendo sobre ela no início do filme ele abre o seu caderno de anotações com inscrições que ela não consegue ler. A anotação na caderneta é chamada de "Discurso Visível", uma anotação fonética criada por Alexander Melville Bell (pai de Alexandre Graham Bell) que fora estendida e usada maciçamente por Henry Sweet, foneticista na vida, que fora, aparentemente, a base de crianção para o caracter de Henry Higgins.
Audrey Hepburn revelou anos mais tarde que inicialmente recusara o papel de Eliza Doolittle, a próxima atriz a ser convidada não seria Julie Andrews, mas Elizabeth Taylor que tinha se interessado pelo papel desesperadamente.
Aparentemente Shirley Jones seria uma das atrizes que Jack L. Warner iria oferecer o papel de Eliza Doolittlle se Audrey Hepburn o recusasse.
O veterano ator Henry Daniell que não fora creditado como o embaixador morreu horas após ter filmado sua participação na cena do baile.
Cerca de vinte minutos antes do término do filme, Coronel Pickering se oferece para sair à procura de Eliza. Ele sai da biblioeteca e nunca mais é visto novamente no filme.
O filme sofreu um intenso e dispendioso trabalho de restauração para recuperar o filme que estava quase perdido.
A despeito de seu intensivo treinamento vocal durante a pré-produção e prática constante até a gravação final na pós-produção, Audrey Hepburn nunca conseguiu gravar a música Without You devidamente. Aquela música estava muito além de seu timbre vocal. Contudo é sabido por todos que suas performances de Wouldn't It Be Lovely? e Show Me estavam boas o bastante e não precisariam ter sido dubladas.
A escolha original para dirigir o filme seria Vincent Minelli, mas as suas exigências salariais eram muito altas, sendo assim, o trabalho foi para George Cukor.
Connie Stevens, então uma contratada da Warner, fez campanha para o papel de Eliza Doolittle.
Na cena em que Henry Higgins derruba um gravador que está tocando uma gravação de sons vocais, a voz que está registrada é a do Dr. Peter Ladefoged, linguista que trabalhou como consultor no filme.
Na cena em que Eliza está treinando os seus "H's", ela se senta em frente a um espelho rotativo com uma chama. Se você prestar atenção atentamente ao papel que ela está segurando e começa a pegar fogo, você perceberá manuscritos que dizem as falas dela e do professor Higgins na cena anterior a esta. "É claro, você não pode esperar que ela faça certo logo na primeira vez", é a primeira linha escrita no papel.







Título Original: My Fair Lady.

Gênero: Musical / Romance.
Ano: 1964.

País de origem: EUA.

Duração: 170 min.

Língua: Inglês.

Cor: Colorido.

Diretor: George Cukor.

Elenco: Auderey Hepburn, Rex Harrison, Stanley Holloway, Wilfrid Hyde-White, Gladys Cooper, Jeremy Brett, Mona Washbourne.

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