Saturday, September 02, 2006

REVIEW - A GUERRA DOS MUNDOS



O que acontece quando se mistura dois ingredientes sinônimos de campeões de bilheteria como Tom Cruise e Steven Spielberg? Adicione a isso o remake de uma obra ficcional, que já na sua primeira adptação clássica para o cinema em 1954 causou um grande um tumulto histórico, quando através de um programa de rádio fora anunciado que, de fato, seres extraterrestres estavam invadindo a terra. Qual seria a expectativa a não ser um filme arrebatador e incrementado com os poderes ilimitados que a computação gráfica dispõe nos dias de hoje? O resultado, porém, é decepcionante. Guerra dos Mundos fica abaixo de nossas expectativas e é, até um certo ponto, desapontador.
O poder que Steven Spielberg tem em transformar contos singelos, ou dramas, com bastante densidade em obras de arte com um alto poder poético (E.T. O Extraterrestre, A Cor Púrpura, Além da Eternidade, Inteligência Artificial, A Lista de Schindler), não funciona nesta empreitada que contém cenas de indescritível impacto visual, mas que não são suficientes para salvar o filme da mediocridade. Não podemos nem indicar a falha como exclusivamente do roteiro, mas também do experiente diretor Spielberg que parece apático no que tange a contornar as embromações do script. As personagens demonstram um comportamento alienado, descomprometidas com o mínimo de realidade - embora o filme seja puramente fictício deve-se uma lógica racional para transformar, pelo menos, os protagonistas em seres humanos. A coerência realmente ficou de lado nesta megaprodução que parece duvidar do bom senso do público atentando contra o nosso QI. Esta deficiência foi suficiente para dar um resultado inverso que o filme propõe, já em que ao invés de aproximar a platéia da estória, manteve-a afastada pela ausência de identificação com os absurdos circunstanciais.
Ray (Tom Cruise) é o representante típico do norte-americano divorciado. Completamente desorientado e sem nenhum conhecimento das necessidades dos filhos, tenta suprir sua ausência como pai em tentativas quase sempre frustradas. A tensão maior se dá com seu filho adolescente Robbie (Justin Chatwin) enquanto a frágil e doce Rachel (Dakota Fanning) lhe dá orientações de como ele pode diminuir os conflitos com seu irmão. Centrado mais no ataque alienígena, Guerra dos Mundos não nos fornece muito tempo para nos acostumarmos com as personagens e estabelercemos um vínculo de intimidade maior. Sendo assim, logo após a mãe das crianças as deixarem na casa de Ray para passar o final de semana, mudanças climáticas atípicas semelhantes a uma grande tempestade com relâmpagos e nuvens escuras tomam conta do céu de Nova Iorque. O prenúncio da invasão é logo percebido por Ray que tentará a todo custo proteger-se e a seus filhos das máquinas Tripods alienígenas que tentam exterminar a raça humana da terra.
Filme 'B' com um orçamento 'A'.

Notas:
Inicialmente estimado para ter seu lançamento em 2007, o filme teve luz verde em meados de agosto de 2004 para ser lançado em 2005 quando o diretor Steven Spielberg e Tom Cruise ficaram disponíveis devido ao atraso de outros projetos.
Durante as filmagens das cenas aquáticas em que a balsa vira, Steven Spielberg pregou uma peça em Tom Cruise e em Dakota Fanning tocando a música de Tubarão através dos alto-falantes submersos do estúdio.
De acordo com uma entrevista concedida por Miranda Otto ela inicialmente recusou a parte que lhe foi oferecida por Spielberg já que estava grávida. Contudo, Spielberg queria ela de qualquer jeito no filme e alterou o script para incorporar sua gravidez ao papel.
Na cena em que Dakota, Tom e Tim Robbins estão no porão da para se notar as luzes multi-coloridas antes da entrada da sonda no local. Isso é para fazer referências às luzes azul, verde e vermelha da sonda no filme de 1953, embora a sonda no filme de 2005 não emita nenhuma dessas cores.
Quando os alienígenas estão investigando o lixo no porão, um deles brinca com o pneu da bicicleta. Esta cena ocorre de forma idêntica ao livro, quando a personagem principal observa que, com toda a tecnologia que os aliens detém, eles não usam rodas e se pergunta se eles teriam pulado a descoberta da roda em suas conquistas.
A raça dos invasores aliens não são nunca mencionadas. Também não é mencionada em nenhum momento a palavra alien.
Outras tropas do exército usadas foram as 29ª Divisão (Exército Nacional de Guarda de Maryland) conhecidos como o Os Azuis e o Cinzas. Isso é devido ao emblema que eles tem no ombro de cores clara e escura (como demonstrando o principio da formação do universo chamado de Yin-Yang, Bem e Mal, na filosofia chinesa). Esse detalhe é visto claramente na cena em que Robbie tenta parar uma dilegência na rodovia quando ele, sua irmã e seu pai estacionam no meio da estrata para fazerem suas necessidades vitais.
Algumas tropas usadas nas seqüências militares fazem parte da décima divisão de montanha.
Há um poster de Tubarão (1975) fixado numa das paredes da casa de Ray no início do filme.
Quando Ray encontra os aliens pela primeira vez há uma sinalização indicando o nome da rua como "Van Buren". Van Buren era o sobrenome da personagem de Ann Robinson em A Guerra dos Mundos, de 1953.
Gene Barry e Ann Robinson, que protagonizaram o original de 1953, aqui fazem o papel dos avós.
Tim Robbins caracteriza três personagens diferentes da novela de H. G. Wells. Compondo estas três personalidades criou-se a personagem "condensada". A maior característica vem do personagem Homem da Artilharia, cujo comportamento e o diálogo foi a base para o resultado atual.
Este é um dos primeiros filmes a mostar os MARPAT, que são os novos uniformes de camuflagem digital utilizados pelos fuzileiros navais dos Estados Unidos.
A frase de Tim Robbin 'Esta não é uma guerra qualquer é uma guerra entre os homens e as larvas' foi levemente modificada do livro, já que substituiu por 'larvas' o que seria 'formigas'. Esta frase também foi usada pelo infame pronunciamento de rádio, em 1939, por Orson Welles que causou pânico geral. Foi acrescentado também do filme A Guerra dos Mundos, de 1953, a frase dos noticiários 'uma vez que eles começam a se mover, nenhuma notícia a mais vem da área'. Também foi tiradas do filme original as cenas em que o aliens investigam o porão onde se encontram os personagem de Fanning, Cruise e Robbins. Tom cruise cortando ao meio a sonda alien é uma cena idêntica ao do primeiro filme, protagonizado por Gene Barry. A tomada do braço do alien saindo para fora da rampba da nave também foi utilizada na versão da década de 50.
O design do Tripod foi inspirado nos detalhes dados no próprio livro de H. G. Wells, incluindo os raios de calor emitidos pela extremidades dos seus braços. A planta vermelha, assim como a necessidade de humanos, também vem do livro.
Um Boeing 747 verdadeiro, mas fora de uso, foi utilizado na cena da queda do avião.
O filme foi enviado para alguns cinemas sob o título de 'Tio Sam' e para outros com o título 'Festa em Fresno'.
A tomada panorâmica da ponte explodindo seguida por um tanque caindo sobre as casas, no momento que o carro com as personagens escapam, foi concebida e rodada (incluindo aí os efeitos especiais) apenas um mês antes da pré-estréia.
Enquanto estavam filmando em Bayonne, Nova Jersey, a Paramount Pictures ofereceu dinheiro aos residentes que moravam na Rua Um e Pointview Terrace para que tirassem os carros do quarteirão entre terça e quinta-feira. Isto foi feito para que a equipe terminasse as filmagens na área.
A equipe iniciou as filmagens apenas sete meses antes do lançamento do filme. Para que pudesse acrescentar todos os mais de quinhentos efeitos de computação gráfica necessários, Steven Spielberg filmou todas as grandes cenas de ação no início dos trabalhos.
Enquanto as cenas eram feitas as margens do Rio Connecticut, dois manequins de tamanho real foram levados pela correnteza e a equipe acabou não conseguindo resgatá-los. A polícia local foi notificada do desaparecimento. De acordo com o chefe de polícia de Windsor, a única coisa que eles gostariam de saber era se tiveram alguma ligação informando sobre corpos flutuando pela água.
O monólogo do trailler é a mesmo do filme de 1953 apenas atualizada.
Fora o filme, em 1988 foi feita uma série para a TV onde Ann Robinson reencarnou seu papel em três episódios.
O calendário previsto foi de 72 dias de filmagem, o mesmo que teve para A Lista de Schindler e para Indiana Jones e Os Caçadores Da Arca Perdida.
Houveram rumores que o título do filme seria mudado pra 'Saindo Da Noite', mas pensou-se que isso poderia causar uma reação negativa nos fãs. Este novo título também pode ter sido sugerido para ser usado como um código para manter pessoas indesejáveis fora do set de filmagem.
Steven Spielberg possui uma das última cópias do roteiro de rádio de Orson Welles que ele adquiriu em leilão. O diretor queria fazer o filme já há algum tempo, mas quando Independence Day foi lançado ele desistiu. Contudo, o diretor queria trabalhar novamente com Tom Cruise (Minority Report) e escolheu Guerra dos Mundos como o próximo projeto.
Quando filmavam em Nova Jersey, numa rua residencial em Howell, os atores refugiaram-se nas garagens de residentes da localidade para se aquecerem.
Perto dos locais da filmagem Tom Cruise junto com uma comitiva de aproximadamente 20 pessoas, incluindo Steven Spielberg, visitou uma fazenda de laticínios em Lexinton, Virgínia. Lá ele viu a foto de Ashley Flint e sua estória. Ele sofreu um acidente com uma carroça e deixou sua família endividada pelos serviços hospitalares que tinham que pagar. Tom Cruise deixou cinco mil dólares em dinheiro na jarra em que se encontrava a foto.
É o sexto filme consecutivo de Tom Cruise a quebrar a barreira dos cem milhões de dólares nos Estados Unidos desde 2000, e o décimo terceiro a quebrar a mesma barreira no total.
Há poucas imagens panorâmicas. Quase todas as tomadas, incluindo a do ataque dos tripods foram filmadas com a câmera na mesma perspectiva da visão da pessoa. Este estilo de filmagem foi influenciado pelas imagens amadoras que foram feitas no ataque de 11 de setembro em Nova Iorque.
O 'Ulla' grito de ataque dos tripodes foram feitos através de efeitos de computador.
Tomadas que foram mostradas no trailler não foram utilizadas na versão de lançamento nos cinemas. A mais notáveis de todas, chamad de 'camelot' devido ao seu design com iluminação etérea, é quando Ray, Robbie e Rachel encontra um impressionante batalhão de tripods num bairro deserto de Massachussets e testemunham as máquinas tomando as pessoas de dentro dos prédios com seus tentáculos.
Uma cena mostra Ray saindo de dentro da casa para procurar Robbie, enquanto milhares de outras pessoas encontram-se do lado de fora fotografando a tempestadade. Para filmar a cena os produtores chamaram pessoas na rua para ir ao local no momento da filmagem, assim eles conseguiriam tirar fotos de Tom Cruise gratuitamente.
De acordo com uma entrevista concedida por George Lucas a Time.com, Guerra dos Mundos foi o primeiro filme de Steven Spielberg onde ele dispensou a criação prévia de um storyboard tradicional e usou um Pre-Vis System. Ele também afirmou que introduziu Spielberg nesta técnica em Star Wars III - A Vingança dos Sith.
Após Ray e as crianças alcançarem a terra firme na cena em que a balsa é atacada, sirenes de alarme são disparadas. No dia em que o elenco de extras estava sendo selecionado em Nova Iorque, as sirenes foram acionadas para o teste, a situação foi motivo de brincadeira segundo a qual os marcianos estavam vindos muito cedo pois as câmeras ainda não tinham chegado.

Título Original: War of The Worlds.

Gênero: Ficção / Aventura / Suspense.

País de origem: EUA.

Duração: 116 min.

Língua: Inglês.

Cor: Colorido.

Diretor: Steven Spielberg.

Elenco: Tom Cruise, Dakota Fanning, Miranda Otto, Justin Chatwin, Tim Robbins.

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