Monday, September 04, 2006

REVIEW - A DAMA NA ÁGUA

A essência de muitas produções cinematográficas vão além do que simplesmente aparentam. Elas têm o poder de, através de suas metáforas, transcender o que é notório ou visualmente fácil de digerir. Através desses prismas, que negam veementemente a comodidade estética, o guia mais útil para se chegar ao prazer da comtemplação é a sensibilidade que varia de acordo com cada expectador. Nesta perspectiva, determinadas obras, embora bem feitas e acabadas como trabalhos em celulóide, possuem um valor qualitativo diferenciando e muito pessoal. Enquanto que para uma platéia determinado filme possa ser extremamente marcante e cheio de significados, para outra a reação oposta é também esperada.
Dirigido pelo jovem e promissor produtor, cineasta, roteirista e ator M. Knight Shyamalan (Corpo Fechado, O Pequeno Stuart Little, Sinais, A Vila, O Sexto Sentido), que também atua no filme num papel chave, A Dama Na Água reforça o estilo místico um tanto peculiar deste talento americano de origem indiana.
A Dama Da Água é um desses filmes que misturam folclore universal com suspense e poesia, cujo o resultado final se debate entre o deleite e o descaso. Roteirizado pelo próprio Shyamalan, o objetivo principal deste 'conto de fadas' é dar ênfase a capacidade de superação valorizando a virtude de sempre reagir frente às adversidades num sentimento de esperança, união e amor contínuos.
Story (Bryce Dallas Howard) é uma Narf, uma ninfa que vive na água. Por isso o contato inicial com um humano é feito com o síndico do condomínio Cleveland (Paul Giamatti), através da piscina do prédio. Desconfiado que algum morador está utilizando a piscina em um período fora do horário permitido, ele conhece Story e descobre ser ela que burlava as regras, sem ter idéia que não se trata apenas de uma menina perdida. À medida que fatos concretos se fazem verdade (alinhavados pela lenda Narf contadas pelas suas vizinhas orientais), ele acaba convencido da necessidade de ajudar a garota a voltar para casa e, antes de mais nada, cumprir sua missão que é conscientizar 'o escolhido' de sua importância para o desenvolvimento da raça humana na retomada do caminho em direção à uma sociedade fraterna, ideal que fora interrompido há vários séculos atrás. Contudo, ele precisará da ajuda dos demais moradores do condomínio (clara alusão à diversidade de raças existentes no mundo e a necessidade de cooperação para se chegar a um determinado fim) para salvar não só a vida da Narf, mas também para reestabelecer o equilíbrio à sociedade humana.
Quem esperar um filme tradicional aos moldes fantásticos do cinema hollywoodiano certamente se decepcionará. A Dama Na Água está mais para um cult de uma sessão de arte do que algo direcionado para a grande massa. A ingenuidade dos acontecimentos e o diálogo, por vezes muito pueril, extrai muito do teor 'adulto' do filme, tornando algumas seqüências tão demoradas quanto a cerimônia do Oscar. O resultado final, embora encantadoramente previsível, deixa uma mensagem de importância perpétua e figurada com mitos eternos. Para os mais críticos será um filme pretencioso e cheio de clichês conhecidos, para o expectador comum um filme cheio de virtudes que expõe o valores reais.

Notas:
O filme seria originalmente produzido pela Disney, entretanto M. Night Shyamalan deixou o estúdio, devido a diferenças de criação, e o trouxe para a Warner Brothers. A Disney tinha produzido seus quatro filmes anteriores e o estúdio subsidiário Miramax Films também produziu Olhos Abertos, de 1998. Esta sua saída se tornou matéria de um livro chamado "O Homem Que Ouvia Vozes: Ou, Como M. Shyamalan Arriscou Sua Carreira Por Um Conto De Fadas."A partir daí, o filme estreou em terceiro lugar nos Estados Unidos já movido em torno da polêmica movida pelo embate entre o diretor e a Disney.
Muitas partes desse filme foram feitas no galpão de operação de logística das Empresas Jacobson, em Levittown, Pennsylvania. A maioria das filmagens foram feitas após o encerramento do expediente da empresa.
O roteiro do filme é baseado num livro de estórias infantis que M. Night Shyamalan escreveu para seus filhos.
Kevin Costner fora cotado para o papel de Heep. Entretanto Paul Giamatti aceitou sua parte antes que Costner fosse contatado (Giamatti foi a opção inicial).
Night, eufórico ter descoberto Cindy Cheung, ficou chocado quando descobriu que seu agente exigiu o valor de 1 milhão de dólares para a participação da atriz no filme. Night estava preparado para pagar o valor mínimo do sindicato que é de 65 mil dólares. Eles acabaram fechando o contrato pelo valor de 100 mil dólares.
Night exigiu que o set fosse localizado em no máximo 45 minutos de sua casa na Pennsylvania. Cronomentrando o tempo após a escolha do local, ele descobriu que o set estava apenas 43 minutos da sua residência.
Night estava em negociações com Phillip Seymour Hoffman para pô-lo num papel que não fora especificado. Hoffman embora tenha dito que "adorou o roteiro e o papel" disse não poder participar devido a outros compromissos já agendados.
A lista de desejos de atores que Shyamalan gostaria de ter nos papéis coadjuvantes para o filme eram: William Hurt, Sidney Poitier, Chris Cooper, Gene Wilder, Terrence Howard, Alec Baldwin, Vince Vaughn, Forest Whitaker e Don Cheadle, entre outros.





Título Original: Lady In The Water.

Gênero: Fantasia / Drama / Ficção.

País de origem: EUA.

Duração: 110 min.

Língua: Inglês.

Cor: Colorido.

Diretor: M. Night Shaylaman.

Elenco: Paul Giamatti, Bryce Dallas Howard, Jeffrey Wright, Bob Balaban, Sarita Shoudhury, Cindy Cheung, M. Night Shyamalan, Freddy Rodríguez, Noah Gray-Cabey.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home

  • Edite
  • http://cinept.blogspot.com/