REVIEW - BAMBI

Trabalhar na animação com bichos é uma especialidade dos estúdios Disney. Não é à toa que o mascote símbolo da companhia é o camundongo Mickey Mouse. Bambi é o 5º Clássico dos Estúdios Disney e se tornou o primeiro longa-metragem em que todos os personagens são animais sem exceção. O homem aqui não aparece nem para figuração distante e também não tem voz.
A história ingênua do jovem cervo já demonstrava na época em que fora produzido, uma preocupação em se formar uma consciência ambiental. A humanização que se dá aos animaizinhos que se encontram dentro de seu habitat é necessária para que haja uma identificação maior com o público, mais especificamente com as crianças.
O príncipe Bambi nasce e é de logo acolhido pelos animais da floresta. Em seus primeiros dias de aprendizado ele contará com a ajuda do irreverente coelhinho Tambor e do doce filhote de gambá, Flor (a cena em que os dois se conhecem é uma das mais bonitas e meigas já feitas pelo estúdio Diseny).
Após o término da fase introdutória acompanhamos Bambi, juntamente com sua mãe, fazendo o percurso de migração para poderem sobreviver durante as estações do ano. Dificuldades como morte, fome, perigos não faltaram até que ele consiga atingir a maturidade.
Com muito talento os animadores da Disney conseguem fazer um trabalho gracioso e como sempre de primeira qualidade. Bambi é um dos desenhos mais simpáticos já feitos graças ao carisma e meiguice de seus protagonistas principais.

Notas:
A pré-produção se iniciou em 1936 e estava previsto para se tornar o 2º filme longa metragem em desenho animado dos estúdios Disney depois de Branca de Neve e Os Sete Anões, de 1937. O perfeccionismo e necessidade de realismo de Walt Disney atrasaram o projeto significantemente fazendo com que Pinóquio (1940), Fantasia (1940), O Dragão Relutante (1941) e Dumbo (1941) fossem lançado antes que Bambi.
Algumas cenas das criaturas do bosque e o incêndio da floresta foram passagens do filme Pinóquio que não foram utilizadas.
O filme estava com sua estréia mundial marcada para o dia 30 de julho de 1942 no Radio City Music Hall, em Nova Iorque, mas teve que ser adiada devido ao sucesso de Rosa da Esperança (1942) filme que tratava sobre a 2ª Guerra Mundial, acontecimento real que o mundo presenciava naquele instante.
Antes de ir para Nova Iorque a estréia mundial estava acertada para ocorrer no pequeno Lincoln Theater em Damariscotta, Maine, Estados Unidos. Maurice Day, um dos animadores do filme, foi quem levou o livro de Felix Salten para as atenções de Walt Disney e este querendo mostrar-se agradecido pelo sucesso que o filme se tornou resolveu levar a première para a cidade natal de Maurice. Contudo o estado do Maine fez objeção, temendo que os caçadores pudessem se sentir ofendidos com o filme. A première acabou sendo realizada em outro local.
No seu primeiro lançamento o filme deu prejuízo, mas começou a recuperar o enorme valor gasto em sua produção (2 milhões de dólares) em seu segundo lançamento em 1947.
A comissão de desenvolvimento do Maine enviaram dois cervos, apropriadamente chamados de Bambi e Faline, para o estúdio Disney que os manteve em cativeiro enquanto os desenhistas estudavam seus movimentos e comportamento. Quando os animais atigingiram sua idade adulta, foram soltos perto do Griffith Park. Outros animais como o gambá e o esquilo também foram mantidos no Zoo da Disney com os mesmos propósitos.
O filme foi dublado em russo com novas músicas, narração e diálogo preparado pelo russo radicado nos EUA, Leonid Kinsky. Também fora dublado em várias outras línguas, incluindo Araphaho para encorajar as crianças arapaho a aprender e preservar seu idioma.
A caçador que atira na mãe de Bambi seria originalmente uma personagem no filme. Mas para um homem que atira na mãe do herói do filme, ele teria que ser notororiamente um vilão cruel para que as crianças pudessem aceitá-lo.
Para desenhar as cenas de Bambi, Walt Disney viajou para a Argentina em 1941 e lá se inspirou nas florestas da província de Neuquén no sudeste da Argentina.
Originalmente Bambi retornaria após o tiro procurando por sua mãe e lhe encontraria caida sob uma poça de sangue. Esta idéia foi apenas um esboço.
Donnie Dunagan, que seria a voz do Bambi bebê, também foi o modelo para a expressões faciais do personagem ainda criança.
No roteiro original Bambi seria atingido pelo tiro e não a sua mãe, Walt Disney contudo mudou de idéia e a mãe de Bambi foi o alvo do tiro.
O primeiro e um dos poucos filmes em que as músicas da trilha não são cantadas por nenhuma das personagens. Cada canção do filme foi realizada por fora do filme por um cantor ou cantora ou por um coral.
Peter Behn de apenas seis anos audicionou junto com várias outras crianças para fazer a voz de um dos filhotes da mãe coelho. Quando Ben disse a frase (em referência a Bambi) "O príncipe caiu?", o diretor de elenco que estava assistindo a audição em outra sala gritou: "Tirem essa criança daqui, ela não sabe atuar". Contudo, os animadores do filme que ouviram a gravação adoraram o som da voz de Behn. Behn foi chamado de volta ao estúdio e o personagem Tambor, por fim, foi criado basicamente baseado na performance de Behn.
As animações deste filme foram reusadas em outros desenhos da Disney mais do que qualquer outra produção. Normalmente são utilizadas animações incidentais de árvores, folhas, passáros e afins. Apenas alguns dos personagens principais foram reutilizados. A mãe de Bambi por exemplo aparece na primeira cena de A Bela e a Fera (1991). Ela aparece também em A Espada Era a Lei (1963) e em Mogli, O Menino Lobo (1967). Bambi e sua mãe aparece completamente em Bernardo E Bianca (1977).
As tomadas de multiplanos abertas é uma das maiores de multiplano usadas pela Disney. Elas foram usadas em Branca de Neve E Os Sete Anões, Dumbo, Fantasia e Pinóquio.

Título Original: Bambi.

Gênero: Animação.

Ano: 1942.

Duração: 70 min.

Língua: Inglês.

Cor: Colorido.

Diretor: David Hand.

Elenco: Hardie Albright, Stan Alexander, Bobbete Audrey, Peter Behn, Donnie Dunogan, Sam Edwards, Ann Gillis, Sterlling Holloway.