Wednesday, May 17, 2006

REVIEW - O SOL DE CADA MANHÃ



Envolvente e com um elenco liderado por Nicolas Cage e pelo formidável Michael Caine este é um dos trabalhos mais intensos do ano.
A estória é simples e de alcance universal. Podemos facilmente nos identificar com algum pólo dessa fábula. A poética que o diretor Gore Verbinski nos atinge é perfeita e faz com que ao invés de sentirmos desprezo pelo protagonista principal, que se debate para ter sua vida "normalizada" de novo a todo custo, acabamos torcendo para que ele seja feliz e que tenha atitudes mais maduras, como se fôssemos seu responsável. A sensação de estar adotando o personagem, que a platéia será tomada, é facilmente perceptível e, muitas vezes, traduzida na voz dos demais componentes dentro do filme. Não há vilão nem mocinhos apenas pessoas que tentam se adequar melhor a sua existência sendo necessário travar batalhas contra todos e principalmente contra eles mesmos no núcleo central de tudo: a família.
David Spritz é o homem do tempo. Responsável pelas informações meteorológicas num telenoticiário de Chicago, ele vê sua carreira prestes a deslanchar quando tem a oportunidade de ser contratado para ser o homem do tempo no prestigiado programa de alcance nacional Hello America em Nova Iorque, porém sua vida pessoal está atribulada. Tentando recuperar a afetividade de sua ex-esposa, ele anda pela contramão e se distância cada vez mais quando expõe o seu "jeito de ser" em que mudar seu comportamento insensato parece ser impossível. Impossível, também, é ter uma interação espontânea e natural com seus filhos. Ele se faz presente apenas em momentos cruciais em que a necessidade da figura paterna se faz importante mais para sua auto-afirmação como genitor do que como um suporte para a educação dos filhos. Há uma cena hilária em que preocupado com um apelido dado pelos colegas de classe à sua filha, esta lhe dá uma resposta lhe mostrando que nem tudo tem um só entendimento.
A antipatia que os telespectadores nutrem por ele é algo que também o perturba. Quanto a isso o mesmo acaba, por fim, desenvolvendo uma teoria que relaciona os fast-foods que lhe são atirados ao seu papel na mídia.
Perdido num labirinto cujos caminhos errados são frutos de atitudes impensadas, Spritz tem o aconselhamento constante de seu pai, Robert (Michael Caine, fantástico!). As cenas com Caine são sem dúvida alguma as melhores e mais guturais do filme.
Há várias passagens muito engraçadas e servem para suavizar a temática de relações. Elas aproximam o filme da realidade e mostram o lado patético e cômico das situações.
A química entre Cage (sempre com cara de cão sem dono) e Caine (bufando experiência) funciona muito bem.
O ponto negativo de O Sol de Cada Manhã é a morosidade em determinados momentos. O slow motion poderia ser minimizado se a sala de edição o "enxugasse" um pouco. A mensagem permaneceria com o filme num ritmo mais agradável.

Notas:
Embora os produtores da Paramount quissesem que o filme fosse rodado no Canadá, o diretor Gore Verbinski e Nicolas Cage, insistiram que o filme fosse feito em Chicago para dar maior autenticidade.
A comida é atirada em Nicolas Cage pelo diretor Gore Verbinski.
O diretor Gore Verbinski toca guitarra na trilha de Hans Zimmer. A colher que fica colada na lapela de Nicolas Cage era de metal pintada da cor de plástico. Ficava grudada na lapela graças a um imã posto do lado contrário. Todos as cenas de monólogo de Nicolas Cage no filme foram gravadas em estúdio antes das filmagens começarem.

Título original: The Weather Man.
Genero: Drama/Comédia.
Ano: 2005.

País de origem: USA.

Duração: 1o1 min.

Língua: Inglês.

Cor: Cores.

Diretor: Gore Verbinski.
Elenco: Nicolas Cage, Michael Caine, Hope Davis, Gemmenne de la Peña, Nicholas Hoult.

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