REVIEW - INSTINTO SELVAGEM
De tempos em tempos aparece um suspense policial que chacoalha o público. Em 1991 foi O Silêncio dos Inocentes, a obra prima de Jonatham Demme e companhia. Em 1992 foi Instinto Selvagem, que, embora não se iguale ao filme de Demme, deixou marcas. Neste policial, Sharon Stone teve sua carreira catapultada (mas que não soube aproveitar muito bem este gancho rendendo-se a filmes apelativos como Invasão de Privacidade) lançando-se ao estrelato e fixando-a como a loira fatal do momento.
Embora com uma temática menos densa que em outros thrillers do gênero, Instinto Selvagem marcou um época e se tornou cult ("o cinema nunca mais será o mesmo após a cruzada de pernas da Sharon no interrogatório", diziam os críticos na época). A direção precisa de Paul Verhoeven deu um ar sexy-glamouroso a mais uma estória sobre assassinos em série. Mas a diferença aqui esta na protagonista principal, a bombshel Sharon Stone, que foi muito bem dirigida por Verhoeven que soube explorar o erotismo sem deixar-se levar pela vulgaridade.
O filme tem seu ponta-pé inicial com o assassinato de um famoso roqueiro, morto de forma brutal com golpes de um picador de gelo. A principal suspeita do filme é a sua amante da hora, a escritora-psicóloga-milionária Catherine Trammel (Sharon Stone, que exala sensualidade em cada suspiro e em cada olhar). Designado para investigar o caso, o detetive Nick (Michael Douglas) passa a travar uma batalha de manipulação e sedução. Ele acaba se envolvendo com a assassina em potencial e descobrindo que ela sabe muito mais sobre sua vida e de pessoas próximas a ele do que ele pode imaginar. Quando passa a perceber que os livros por ela publicados são relatos fiéis da violência que a cercam ele se dá conta de que o único meio de permanecer com vida é mudando o final da história.
O filme trafega em clima constante de expectativa de reviravolta. Tudo é possível e tudo parece ser suspeito pois há uma coerência em tudo. Mas será que o mais lógico é o provável ? Será que as evidências indicam necessariamente um culpado ? Talvez o mais importante não seja a verdade real, mas o que seja aparente.
Notas:
Kim Bassinger, Emma Thompson, Michelle Pfeiffer, Greta Scacchi, Julia Roberts, Meg Ryan recusaram o papel de Catherine Trammel. O papel também foi oferecido à Kelly Lynch. Mariel Hemingway e Kelly MacGillis fizeram testes para a personagem. Lena Olin se interessou pela personagem, mas não aceitou trabalhar com Paul Verhoeven.
Paul Verhoeven convidou Sharon Stone porque gostou do trabalho dela em Total Recall (1990), em que ela interpreta uma personagem má fingindo ser boazinha.
Os vestidos usados por Sharon Stone no filme foram desenhados iguais aos que Kim Novak usou em Um Corpo que Cai de Hitchcock.
Michael Douglas que já foi piloto de carros de corridas executou a maioria das suas cenas de perseguição com carro, dispensando o dublê.
Para que seu filme não fosse censurado para menos de 18 anos nos Estados Unidos, o diretor teve que reeditá-lo por 14 vezes.
Johnny Boz Club foi um set criado nos estúdios da Warner Brothers.
O escritor Joe Eszterhas recebeu a quantia inédita, que se sabe, de 3 milhões de dólares pelo roteiro do filme.
50 policiais de choque foram chamados para por ordem nos protestos gays durante filmagens externas em San Francisco.
As cenas de sexo entre os personagens centrais foram tão coreografadas que Sharon referiu que ela e Michael eram "Fred e Ginger da horizontal dos anos 90".
Sharon Stone teve problemas durante as cenas de nudez e pelo fato de seu personagem assassinar alguém. Um paramédico estava sempre a posto durante as filmagens pois ela ocasionalmente desmaiava e começou a sofrer pesadelos.
Sharon Stone afirmou que a cena em que seu vestido é filmado de baixo no momento em que cruza as pernas não foi acertado com o diretor e que quando percebeu a movimentação após a gravação da cena, se aproximou do diretor e deu-lhe um tapa ordenando que apagasse a cena. Verhoeven nega essa situação. Ainda de acordo com Sharon, Verhoeven pediu para que ela tirasse a calcinha para a cena da cruzada de pernas, pois refletia nas lentes da câmera. Ela concordou desde que sua genitália não ficasse visível. Apenas numa recente premiére é que Sharon descobriu que ele usou aquela imagem especificamente para uma cena. Ela ficou extremamente chateada com ele por não ter discutido com ela anteriormente mas como estava satisfeita com a apresentação da personagem, não se importou em pedir mudanças.
Brooke Shields recusou o papel da namorada de Catherine achando que poderia haver cenas de nudez.
Ano: 1992.
Duração: 127 min.
Língua: Inglês.
Cor: Cores.
Diretor: Paul Verhoeven.
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