REVIEW - HULK
Quando ouvimos falar no diretor Ang Lee a primeira idéia que vêm a nossa mente é sensibilidade. E uma das suas melhores direções é exatamente Razão e Sensibilidade. Então o que pensamos quando imaginamos Ang Lee dirigindo Hulk ? É no mínimo curioso saber como ele trará um resultado substancial num filme inspirado nos quadrinhos da Marvel puramente fantasioso e fora da realidade. O resultado frustra, em parte. Não conseguimos identificar se a proposta era ser um filme filosófico com um fundo fantasioso ou o inverso. É uma pena verificar que para tornar o filme "real", dentro do roteiro, o diretor apela utilizando conflitos de relações para justificar dramas psicológicos da profundidade de um pires. A impressão que se tem é que os personagens se satisfazem sendo infelizes gratuitamente. Os diálogos soam ingênuos como se o filme fosse direcionado para uma platéia com menos de 10 anos de idade. Eles não conseguem expressar de forma concisa e verossímel dando seriedade às condições enfrentadas pelas personagens. Nesse sentido acabamos perdendo o interesse na dimensão das causas.
O roteiro é bem fiel à versão dos quadrinhos e traz o verdadeiro Hulk e seus poderes como foi criado originalmente. Portador de uma alteração genética herdada de seu pai, cientista militar e que se usava de cobaia em seus experimentos, Bruce Banner (Eric Bana) começa a perceber alterações mutantes em seu corpo após receber acidentalmente, de forma sobre-humana, uma forte carga radiotiva. Ao mesmo tempo ele tem que lidar com pesadelos relacionados à época que tinha 4 anos de idade e perdera seus pais e, também, ao fato de não poder corresponder ao grande amor de sua vida Betty Ross (Jennifer Conelly).
Nada surpreendente nas interpretações do filme. Eric Banna apresenta uma atuação boa à mediana, entretanto Nick Nolte (no papel do pai do Hulk) beira o caricatural e Jeniffer Connely praticamente passaria despercebida se não fosse sua beleza. A atuação da menina de Labirinto é neutra e resume-se praticamente a um pudim de lágrimas em quase todas as cenas.
Recheado de efeitos especiais de primeira geração, o filme tem muitos méritos também por parte do diretor. Um desses méritos esta relacionado ao artifício em que se fraciona a tela em várias perspectivas de uma mesma imagem criando um ambiente de quadrinhos muito inspirador. Uma cena de grande impacto que teve a maestria da genialidade de Ang Lee é a do encontro do homem e do monstro no espelho, a melhor do fillme. A direção de arte também é fantástica, transplantando com muito bom gosto o cenário multi-colorido dos comics para a tela grande e que funcionou muito bem.
Embora não seja o melhor trabalho de Ang Lee, Hulk deve ser visto pelo conjunto da produção sobressaido-se acima da média.
Notas:
Ang Lee recusou a direção de Exterminador do Futuro 3 para poder dirigir Hulk.
Nick Nolte foi sempre a primeira escolha para interpretar o pai de Bruce Banner.
O filme precisou de 12 anos para ser produzido pois não havia tecnologia suficiente para os efeitos especiais necessários.
A equipe de figurino foi instruida que não seriam utilizados batas nos laboratórios.
O arranjo musical de David Elffman é uma homenagem proposital ao compositor Bernard Herrmann que trabalhou com Alfred Hitchcock em vários filmes.
Os produtores decidiram mostrar o Hulk a luz do dia após um tempo para que as pessoas se acustumassem com sua figura aos poucos.
A primeira tranformação completa de Hulk levou 4 takes para ser feita levando Eric Bana a quase sofrer um colapso.
A luta de Hulk com os três cachorros mutantes foi a cena mais complicada do filme e o mais difícil trabalho da Industrial Light and Magic até aquela data. A cena tem um terço do que estava previsto no storyboard. Não foi filmado de forma completa porque sairia muito caro.
O mapa do complexo militar do filme levou três meses para ficar pronto.
Para dar mais credibilidade ao aspecto de cientista "nerd" de Bruce Banner a figurinista Marit Allen teve que compor roupas menos justas e mais largadas para esconder o fato de que Eric Bana estava em perfeita forma.
Em meados da década de noventa quando já se iniciava os trabalhos de produção do filme o ator mais cotado para representar Bruce Banner era johnny Depp.
Ang Lee interpretou os movimentos do Hulk o qual fora digitalizado para o filme através da técnica de "Motion Capture".
A casa usada por Betty Ross (Jeniffer Conelly) foi utilizada nas filmagens de O Sol é Para Todos (1962) com Gregory Peck no papel principal.
O filme detém o segundo lugar em queda de público na segunda semana: queda de 69,07% comparando a primeira com a segunda semana.
O primeiro comic do Hulk foi lançado em maio de 1962.
Steve Busceni, David Duchovny e Jeff Goldblum fizeram testes para o papel de Bruce Banner.
O papel de Bruce Banner foi oferecido a Tom Cruise mas o mesmo recusou.
O uso do nome David Banner para o pai de Bruce Banner foi uma referência ao personagem David Banner do seridado de televisão O Incrível Hulk (1977). Originalmente o nome do pai de Bruce é Brian Banner.
Para compor o personagem Nick Nolte deixou seu cabelo crescer de forma desleixada e neste mesmo periodo ele foi preso por dirigir embriagado. Ele foi fichado com a mesma aparência que está no filme.
Título original: Hulk
Gênero: Ação.
Ano: 2003
País de origem: USA
Duração: 138 min.
Língua: Inglês.
Cor: Cores.
Diretor: Ang Lee
Elenco: Eric Bana, Jennifer Connelly, Nick Nolte, Sam Eliot, Josh Lucas
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