REVIEW - ROBIN HOOD (1938)
Testemunham as minhas tias que o melhor programa para se fazer no final de semana, há 50 anos atrás, era ir as matinês e assistir filmes do tipo capa e espada. Elas falavam da gritaria e do barulho que era dentro do cinema até que o filme começasse... depois, todos calados e atentos a telona. A partir de então elas mergulhavam num mundo mágico em que tudo era possível de se realizar. Elas tiveram a oportunidade de vivenciar o período mais produtivo e criativo da história do cinema. As décadas de 30/40, período conhecido como a Era de Ouro de Hollywood, o cinema americano produziu os filmes mais caros e entre elas está As Aventuras de Robin Hood. A película permanece até hoje como uma das prediletas do público e o ator Errol Flynn entre os atores preferidos das mocinhas na época. Errol Flynn, eternizou-se como o bandido fora-da-lei que praticava crimes em favor de seu povo vestido com um roupa colante verde e usando um bigodinho ralo "a la Clark Gable".
Um dos grandes filmes representantes da Era de Ouro do cinema Hollywoodiano, As Aventuras de Robin Hood continua a ser umas das versões mais conhecidas da estória do nobre deposto de seus bens e que se torna fora da lei roubando dos ricos para distribuir com os pobres. Fiel ao rei Coração de Leão, recusa-se a aceitar a dominação normanda sobre os saxões exercida pelo ganancioso irmão do monarca desaparecido e passa a se confrontar diretamente com o usurpador do trono, na esperança do retorno do legítimo herdeiro da coroa. Ao mesmo tempo, ele se apaixona pela protegida do Rei, a bela normanda Marian (Olivia de Havilland). O roteiro privilegia as cenas de ação, perseguições, lutas e embates clássicos com o suporte de um cenário luxuoso e externas muito bem filmadas. O desenlace da estória pode parecer um tanto quanto ingênuo, mas ai reside o charme e a nostalgia que há muito tempo não existe.
O filme, embora já tenha quase 70 anos, ainda funciona como um ótimo entretenimento prendendo a atenção da pláteia de todas as idades nos dias atuais.
Notas:
Originalmente o filme seria interpretado por James Cagney, mas o mesmo desistiu e as filmagens foram adiadas por quase 3 anos.
O diretor Michael Curtiz (Casablanca) assumiu a direção do filme quando os produtores acharam que faltavam mais impacto nas cenas de ação.
Os atores e dublês que eram atingidos pelas flechas recebiam 150 dólares por cada vez que isso ocorresse.
O arqueiro responsável pelos lançamentos era Howard Hill. Ele ainda interpretou o capitão dos arqueiros que é derrotado por Robin Hood no concurso de arco e flecha no filme. A proeza de dividir a flecha em duas, que deu a vitória a Robin Hood no filme, foi de Howard. A cena foi feita em apenas uma tomada.
O som proveniente da flecha de Robin Hood é o som preferido de Ben Burtt, editor de som, que utilizou este mesmo som na trilogia Jornadas nas Estrelas.
O trailler de cinema contém uma cena em que Marion e Robin Hood se beijam no final do filme em cima do cavalo. Esta cena foi deletada e não aparece no filme.
Este foi o filme mais caro, até aquela presente data, bancado pelos estúdios da Warner: 2 milhões de dólares.
Os dublês usavam uma proteção embaixo das roupas protegendo a caixa toráxica do impacto das flechas.
A produção utilizou todas as 11 câmeras que filmavam em technicolor naquele tempo. Ao fim do dia de cada filmagem as câmeras eram devolvidas à Technicolor.
Até aquela época o filme foi o que mais empregou dublês em um mesmo filme.
Errol Flynn não gostou quando Michael Curtiz foi chamado para continuar as filmagens. Eles tiveram vários desentendimentos enquanto filmavam Captain Blood (1936).
Numa cena de luta um dos extras espetou Errol Flynn com uma espada sem proteção. Perguntando o motivo por ele não ter protegido a espada o extra explicou que foi ordem do diretor Michael Curtiz que queria que a cena fosse mais emocionante. Errol Flynn se dirigiu ao diretor pegou o mesmo pela garganta e perguntou se aquilo era emocionante o suficiente.
Título original: The Adventures of Robin Hood
Gênero: Aventura/Romance
Ano: 1938
País de origem: USA.
Duração: 102 min.
Língua: Inglês.
Cor: Cores.
Diretor: Michael Curtiz e William Keighley
Elenco: Errol Flynn, Olivia de Havi, Basil Rathbone, Claude Rains
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