Tuesday, February 21, 2006

REVIEW - CINEMA PARADISO


A primeira vez que assisti Cinema Paradiso já faz quase 15 anos.
Metade da minha idade atual. Lembro-me, na época, ter ficado bastante comovido. A História do menino italiano que fazia tudo para ir ao cinema e não apenas isso, fazia tudo para estar na sala de projeção e aprender como tudo funcionava era algo com que me identificava. Recordo que o que me chocou foi em olhar ao redor e perceber o quanto o filme tinha abalado a platéia (minha tia se esvaecia em lágrimas). Não cheguei a incorporar a sensibilidade a ponto de pedir o lenço emprestado a alguém, mas tinha ficado bastante emocionado.
Durante esses anos devo ter assistido cerca de outras 5 vezes e acho que comecei a ser mais receptivo ao filme. Hoje em dia é impossível não ficar com os olhos marejando e derramar uma lágrima toda vez que me deparo com essa pequena obra-prima de Giuseppe Tornatore.
Ganhador do Grande Prêmio do Júri do Festival de Cannes, Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro bem como o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, Cinema Paradiso é sensibilidade pura. Somos feitos de recordações e resultado de tudo que nos aconteceu, sejam boas ou más as expêriencias, nos transformam no que somos hoje. Assim é o que ocorre no filme.
Diretor famoso é chamado por sua mãe (a qual não vê há muitos anos) a comparecer no velório de Alfredo um grande amigo seu na época de sua infância. A partir dai somos levados de volta ao tempo, como em flashback, pelas memórias de Salvatore (Toto), agora prestigiado cineasta, ao tempo de sua juventude numa pequena cidadezinha do interior da Sicília onde o único meio de diversão era o cinema local.
Tornatore aproxima o público dos personagens quando mostra situações de infâncias comuns a todos: padres moralistas, professores que usam a régua (bater mesmo) para ensinar os alunos, os filmes proibidos para menores, o primeiro amor em seus desencontros e disputas, as figuras caricatas da comunidade, etc. São momentos que estão presentes na memória de qualquer pessoa do mundo e que o diretor sabe explorar da forma mais natural possível usando toda a simplicidade e leveza, resgatando as melhores e também piores sensações de nossa vida. Somos remetidos, assim, ao valor que se deve dar a uma verdadeira amizade.
Para quem conhece o cinema clássico dos anos 20, 30, 40 tem um bônus a mais para se deliciar no final.
Cinema Paradiso é um filme para não se esquecer.

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