Wednesday, April 12, 2006

REVIEW - V DE VINGANÇA




Fazia tempo que não tinha essa sensação de satisfação acidental. Sabe quando você vai assistir a um determinado filme e já está preparado para o que vai acontecer ? Foi isso o que houve quando entrei no cinema para assistir V de Vingança entretanto fui supreendido por um roteiro que, sejamos honestos, é previsível, entretanto com contornos bastante autênticos. Trata-se aqui de mais um caso em que se tem uma história em quadrinhos que fora lançada na Inglaterra em 1988 por Alan Moore e agora transportada para a telona com bastante carisma.
É notória a preocupação e o envolvimento dos filmes mais recentes com as políticas internacionais e relações de poder, só para citar alguns: Senhor da Guerra, A Intérprete, Syrianna, O Jardineiro Fiel, Sob o Domínio do Mal. A diferença entre eles e V de Vingança é que enquanto os primeiros focalizam apenas no lado sério da questão e de forma mais densa, o último explora todos os quesitos que deve ter um filme de Suspense/Aventura/Drama para ter sucesso mesclado com consciência política/social e alguns efeitos especiais pós-Matrix (mesmos roteiristas) e sangue, bastante sangue.
A sensação que se tem após o término do filme é de uma avalanche de idéias e pensamentos que nos fazem questionar a forma como somos guiados e se temos realmente consciência daquilo que queremos, acreditamos ou queremos acreditar. Até onde deixamos que nossos governantes assuman um papel que é coletivo? São eles os administradores do bem estar do povo ou do Estado, ou pior ainda, dos interesses deles mesmos ? Que poder tem a Mídia (idéia já bastante discutida mas que nunca se exaure) para influnciar na formação do senso comum e na aceitação dos fatos por uma sociedade ?
A estória se passa numa Inglaterra do ano de 2015. O personagem central é um vingador com o codinome de V. (Hugo Weaving). Usando uma máscara com as feições de Guy Fawkes, um revolucionário Ingles do Séc. XVII, famoso por ter tentado assassinar, junto com outros conspiradores, todo o parlamento e o rei James numa grande explosão na sede do colegiado, V. deseja derrubar os governantes que, chefiados pelo chanceler Adam (Jonh Hurt), lideram uma ditadura tirânica numa grã-bretanha regada a toque de recolher e a uma logo neo-nazista. A ele se junta, de forma casual, a assistente de programas do único canal de televisão autorizado a funcionar, Evey (Natalie Portman) que também fora marcada por atos de terror por parte do governo contra sua família. Contra eles toda a máquina governamental e a favor apenas a desconfiança do delegado do regime instaurado Finch (Stephen Rea) que acredita que existem motivos a mais do que apenas atos de terrorismo motivando o mascarado misterioso.
Um recurso que foi utilizado durante o filme e que funcionou bem foi a impressionante quantidade de simbolismos, de referências e de inferências, de poesias e de textos famosos.
Uma frase do filme ficou marcada na minha memória após encerrada a sessão:
"Uma bala pode destruir a carne mas nunca poderá destruir uma idéia"
Filme para se ver e rever.

Notas:
Natalie Portman ganhou o papel de Scarlett Johansson e teve que receber aulas de uma professora de linguística para melhor seu sotaque.
A cena do dominó envolveram mais de duas mil peças e foram organizadas por quatro profissionais organizadores de peças de dominó e que levaram mais de 200 horas para deixar tudo pronto.

Título original: V for Vendetta

Gênero: Ação/Drama.

Ano: 2005.

País de origem: USA.

Duração: 132 min.

Língua: Inglês.

Cor: Colorido.

Diretor: James McTiegue

Elenco: Hugo Weavin, Natalie Portman, Jonh Hurt, Stephen Rea

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