Thursday, May 04, 2006

REVIEW - O MÁGICO DE OZ


Um dos grandes musicais da MGM voltado para adulto e crianças, O Mágico de Oz ainda surpreende quase 70 anos depois de produzido. Dirigido por Victor Flemming (...E o Vento Levou) esta é uma das estórias que se tornaram mais conhecidas pelas crianças por causa do filme do que pelo próprio livro. Filmado em Technicolor nos gigantescos estúdios da Metro Goldwyn-Mayer, esta foi uma produção monumental para a época. Graças ao carisma de Judy Garland aliado com a belíssima maquiagem, direção de arte caprichada e ótimas encenações (com destaque para a Bruxa Má e o Espatalho), este conto se tornou um dos filmes mais marcantes e lembrados até hoje. Não existe uma geração sequer que não tenha se deslumbrado com a estória clássica da garotinha e de seu cachorrinho que tentam voltar para casa após serem levados para um lugar mágico e desconhecido, 'além do arco-iris'.
Dorothy está insatisfeita em casa, pois além de ninguém lhe dar atenção para os seus "problemas", seu cachorrinho esta ameaçado de ser levado embora quando uma vizinha ranzinza o denuncia por ter lhe atacado. Ela, então, planeja fugir para que não tirem seu animal de estimação, mas no meio do caminho se arrepende e volta para casa. So que devido a uma tempestade com tornados, sua casa é levada pelo furacão e ela acaba indo parar na terra dos Munchkins e, sem intenção, mata a Bruxa Má do Leste. A Bruxa Boa do Leste, Glinda, lhe dá um par de sapatos mágicos de rubi e lhe aconselha a não tirá-los, pois sem os sapatos ela ficará vulnerável ao ataque da Bruxa Má do Oeste que tentará roubá-los, bem como vingar a morte de sua irmã. Orientada por Glinda, Dorothy descobre que a única forma de voltar para o lar é através do poderoso Mágico de Oz. Durante essa jornada ao Castelo do poderoso Mágico, Dorothy conhece seus novos amigos que também querem algo do poderoso Oz: o Espatalho um cérebro; o Homem de Lata, um coração; e o Leão, mais coragem. Juntos eles terão que superar vários obstáculos para conseguirem realizar os seus desejos. Faz-se aqui uma correlação com a busca de identidade dos personagens.
Embora os diálogos sejam talvez infantis demais até para as crianças de hoje em dia, a carga de fantasia acaba se sobrepujando. O poder das personagens continua irremediavelmente cativante. A popularidade do filme se fez tão forte que até algumas frases já foram incorporadas ao nosso cotidiano. Quem hoje em dia já não ouviu o ditado "bata os pezinhos para acordar para vida", referência direta à fábula de Oz ?
Embora já 'idoso' o Mágico de Oz continua conquistando novos corações.

Notas:
Inicialmente o projeto foi desenvolvido com W.C. Fields interpretando Oz.
O produtor Mervyn LeRoy queria Ed Wynn para o papel título. Arthur Freed queria W.C. Fields, fora oferecido a Fields 75 mil dólares mas ele queria 100 mil. Por fim ele recusou o papel alegando estar muito comprometido escrevendo o roteiro de "You Can Cheat an Honest Man".
Ray Bolger foi originalmente escalado para fazer o Homem Lata, entretanto ele insistiu para fazer o Espantalho. Seu ídolo de infância, Fred Stone interpretou pela primeira vez esse personagem nos palcos em 1902.
Buddy Ebsen estava escalado para ser o espatalho, mas com as mudanças acabou ficando com o Homem Lata. Ebsen não conseguiu permanecer pois a tinta metalica do homem lata era tóxica, o que provocou alergia nele, obrigando-o a deixar o filme.
Originalmente haveriam mais duas personagens de destaque a princessa Beth de Oz e o Grão Duque entretanto no script final elas foram eliminadas.
Judy Garland usava um doloroso corpete no busto para parecer mais nova no filme.
Charley Grapewin deu uma pausa na aposentadoria para fazer a participação no filme.
Vários atores sairam feridos durante a filmagem de uma cena dos macacos voadores, na floresta encantada, quando o fio de piano que os suspendia se partiu repentinamente.
Judy Garland quis adotar a cachorrinha Terry, Totó no filme, mas o dono não quis se desfazer dela. Terry teve uma longa carreira cinematográfica.
Outras atrizes foram cogitadas para o papel de Dorothy, foram elas: Deanna Durbin, Shirley Temple (a voz era inadequada) e Bonita Granville.
Fred Stone, que fez a primeira performance nos palcos do Espantalho em 1902, foi cogitado para o papel do homem de palha, entretanto por já estar com 65 anos de idade ficaria dificil obter um rendimento satisfatório que a personagem exigia num contexto de filmagem.
Os atores que faziam os Munchkins recebiam 50 dólares por semana , a cachorrinha Terry que fazia Toto recebia 125 dólares por semana.
Uma cena cortada era a que Dorothy cantava Over the Rainbow enquanto era prisioneira no Castelo da Bruxa má do Oeste. A canção ficou tão triste que fez Judy Garland e outros menbros da equipe chorarem.
Os executivos da MGM quase cortaram do filme a cena em que Judy Garland canta Over the Rainbow achando que seria muito pras crianças absorverem a intensidade da cena e também porque era muito degradante para a atriz do porte de Judy ficar cantando num celeiro.
A maquiagem do leão foi tão trabalhosa que o ator Bert Lahr não podia comer, apenas ingerir alimentos líquidos. Cansado de tomar apenas sopas e milkshake , ele passou a almoçar sólido e depois refazia a maquiagem.
Quando as filmagens começaram, Judy Garland usava um peruca loira e uma maquiagem pesada. Foi aí que o diretor George Cukor assumiu inteiramente as filmagens (depois que o diretor original foi despedido e não tinham encontrado um substituto) e mandou Judy Garland se livrar da peruca e parte da maquiagem e ser ela mesma.
Os cavalos na Cidade de Esmeralda foram coloridos com cristais Jell-O. As cenas tiveram de ser gravadas rapidamente para que os cavalos nao começassem a se lamber.
A maioria dos atores que fizeram o papel dos Munchkins eram da Europa Central e Oriental. A maioria teve que ter suas vozes dubladas pois muitos não sabiam falar inglês e os que falavam não cantavam bem.
Cinco diretores trabalharam no filme. Richard Thorpe foi o primeiro mas nenhuma cenas filmada por ele apareceu na versão final. George Cukor, que não filmou nada mas mudou o visual de Dorothy e a maquiagem de Ray Bolgers; Victor Flemming , que filmou a grande maioria do filme até ser convocado para dirigir ...E o Vento Levou; King Vidor, que filmou as seqüências que faltavam, principalmente as que eram em preto e branco na parte situado em Kansas; e o produtor Mervyn LeRoy, que filmou algumas cenas transitórias.
O filme começou a ser rodado em 13 de Outubro de 1938 e foi finalizado em 16 de março de 1939, ao custo de, até então o mais alto de todos, 2 milhões e 777 mil dólares.
Os sapatinhos originalmente seriam prata (como consta no livro), mas para que houvesse destaque pelo uso do technicolour Louis B. Mayer (Presidente da MGM) se deu conta que eles deveriam ter uma cor mais contrastante.
Foram feitos sete pares de sapatos de rubys para a filmagem, mas se sabe da existência de cinco apenas. Elas são chamados por alguns como o Santo Gral dos objetos colecionáveis da história nostálgica de Hollywood. Cada par está avaliado em 1,5 milhões de dólares.
Over the Rainbow está listada como a número um pelo instituto americano de cinema entre as 100 melhores músicas do cinema.
Os produtores chegaram a pensar em utilizar um leão de verdade para fazer a parte do leão covarde , dublando com a voz do ator.
Ray Bolger, Bert Lahr e Jack Haley tiveram que fazer suas refeições nos camarins, pois suas fantasias assustavam as pessoas na cantina do estúdio.
A fantasia do leão pesava cerca de 45 kilos.
The House of Winston, joalheria famoso, fez um par de sapatos com rubys verdadeiros para comemorar o 50º aniversário do filme em 1989. Eles estão avaliados em 3 milhões de dólares.
Um dos motivos que fez com que Louis B. Mayer apressasse a execução do filme foi o esmagador sucesso do filme de Walt Disney , Branca de Neve e os Sete Anões que em questão de meses se tornou o filme de maior sucesso de todos os tempos.
Originalmente contratada por 6 semanas, Margaret Hamilton, a Bruxa Má do Oeste, acabou trabalhando por 23.
Precisou-se de 14 roteiristas e 5 diretores para levar às telas, o livro de L. Frank Baum.
Margaret Hamilton sofreu sérios ferimentos nos set de filmagem quando a maquiagem que ela usava esquentou e quase pegou fogo numa cena em que ela desaparece numa nuvem de fumaça e fogo. Mesmo assim ela teve queimaduras de 2 e terceiro grau nas mãos e no rosto.
Judy Garland se referiu ao Oscar honorário (mini-estatueta) que recebeu pela sua atuação em O Mágico de Oz como sendo o prêmio Munchkin.
Noel Langley está creditado como o único roteirista do filme, mas o seu texto foi revisado diversas vezes por várias pessoas. Isso ocorreu nos momentos em que ele abandonava o trabalho, para depois ser persuadido, e voltava em seguida. Em entrevista ele confessou que odiou a edição final do filme.
O vestido da Bruxa Boa, Glinda, foi primeiramente usado por Jeanette MacDonald no filme San Francisco.
A MGM pagou 75 mil dólareas ao escritor L. Frank Baum pelos direitos do livro.
A fumaça que saiu do Homem de Lata assustou Totó que saiu correndo das filmagens.
A cena em que Dorothy volta triunfante à cidade das esmeraldas após derreter a Bruxa, cena da restauração, foi cortada na edição final.
A personagem de Dorothy foi a inspiração principal para a caracterização de Mary Ann em Gilligan's Island (1964).
O conto de L. Frank Baun é uma versão menos infantil do que a apresentada no filme. Exemplo disto é o Homem de Lata que usa seu machado para cortar a cabeças dos demônios alados e o Mágico que manda Dorothy e seus amigos matarem a bruxa e não simplesmente pegar apenas sua vassoura.
Na música If I Only had a Hert a voz que diz "Wherefore art thou, Romeo?" é de Adriana Caselotti, a voz de Branca de Neve do desenho da Disney Branca de Neve e os Sete Anões.
As frases "Totó, tenho a impressão que não estamos mais no Kansas" e "Não há lugar como a nossa casa", foram votadas como sendo a 4ª e a 23ª melhores, respectivamente, pelo Instituto Americano de Cinema.
Na primeira tomada em que a Bruxa má do Oeste deixa Munchkinland, a fumaça que deveria encobri-la aparece um pouco adiantada, antes que esteja pise na plataforma em que deveria ficar. Na segunda tomada a capa dela fica presa quando as labaredas de fogo aparecem. Ela se queimou severamente e os produtores acabaram utilizando o primeiro take.
Terry (Totó) morreu em 1945 e foi enterrada no jardim de seu dono.
Shirley Temple foi a primeira opção para fazer o papel de Dorothy, só que ela estava contratada pelo estúdio da 2oth Century Fox e este não quis emprestar a atriz para o seu rival.
Quando Dorothy e seus amigos estão na floresta, o leão possui um spray onde tem escrito 'removedor de bruxa'. Na cena seguinte ele desaparece. Isso aconteceu porque há uma cena deletada em que o leão diz "o removedor de bruxa não funciona mas dá para assustar", o Espantalho irritado pega a lata do spray e joga fora. Há uma cena em que o spray acerta o chão e desaparece.
A cena da casa de Dorothy caindo foi feita com miniaturas.
Foi votado como o décimo melhor filme pra família pelo canal 4 da Inglaterra.



Título original: The Wizard of Oz

Gênero: Aventura/Musical.

Ano: 1939.

País de origem: USA.

Duração: 101 min.

Língua: Inglês.

Cor: Cores.

Diretor: Victor Flemming.

Elenco: Judy Garland, Frank Morgan, Ray Bolger, Bert Lahr, Jack Haley,Billie Burke, Margaret Hamilton, Charley Grapewin, Clara Blandick.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Will, seu texto sobre o mágico de Oz está massa. Mas além das curiosidades sobre as filmagens, acho que você também pode abordar o quanto esse filme influenciou outros filmes. Não consigo lembrar todos agora, mas eu fico impressionada com a quantidade de filmes, músicas, clips inspirados nesse filme...Ah! lembrei de um: Sabe o cd de Madonna, aquela que na capa ela está vestida de cowboy? No encarte tem um sapato vermelho,para mim é alusão ao filme...Também tem muito a ser escrito sobre as metáforas do filme, para mim aquela cena em um campo de flores é metáfora de efeito de alguma droga...
Eita! Tô no trabalho, não tenho muito tempo...
Beijos

11:41 AM  

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