Thursday, August 03, 2006

REVIEW - CACHÉ


O cinema francês tem dessas coisas. É difícil entendê-lo por vezes, mais ainda quando se quer dar uma logicidade em sua argumentação. Freqüentementecom uma densidade poética insuportável ou feito para agradar artisticamente poucos que ainda conseguem enxergar o cinema feito no país de François Truffaut como uma eterna nouvelle vague.
Caché é desses filmes que consegue despertar fascínio de alguns e desagrado total de outros. Estruturada dentro de uma lentidão já conhecida numa franco produção, ele possui um certo apelo comercial (Juliette Binoche integra o elenco). Mas embora tente chegar ao público unindo criatividade e inovação ele fica entre o meio termo e acaba agradando também nesta mesma proporção ou até menos. A grande cartada do filme não está no seu final, mas no seu durante já que lá reside a verdadeira informação e o toque de genialidade que o roteiro quer passar. Chegar a última cena com um resultado esperado seria torná-lo comum e tirar sua expressão diferenciada do anômalo.
Fitas Vhs são deixadas diariamente e misteriosamente na porta da casa da família de um famoso apresentador de televisão. As imagens contém a visualização da fachada de entrada de sua própria residência no cotidiano, com aparições suas, de sua esposa e de seu filho em dias ordinariamente normais. Numa determinada gravação, entretanto, as cenas acabam revelando o possível maníaco responsável por essa situação de tensão e medo. Georges (Daniel Auteuil) terá que especular o seu passado para tentar achar uma motivação para os acontecimentos enquanto Anne (Juliette Binoche), sua esposa, travará seu drama pessoal com a insegurança que cerca a todos e com a falta de confiança sobre os fatos reais que lhe foram escondidas por George.
Ovacionado pela crítica especializada (principalmente em Cannes onde foi premiado pela sua direção), Caché tem uma idéia brilhante mas que empaca por querer a todo custo se impregnar com a empáfia de filme de arte e querer que o público extraia as suas próprias idéias sem lhes dar uma razão tátil. O filme talvez seja melhor compreendido e tolerado pelos europeus, já que versa, também, sobre assuntos concernentes a questões de discriminação racial local.
A vaidade e arrogância com que Caché se deslindra pode até, hoje em dia, se aproximar dos chamados intelectuais, mas acaba sem dúvida alguma se afastando da platéia.







Título original: Caché.

Gênero: Drama / Thriller.

Ano: 2005.

País de origem: França.

Duração: 148 min.

Língua: Françês.

Cor: Colorido.

Diretor: Michael Haneke.

Elenco: Daniel Auteiul, Juliette Binoche, Maurice Bénichou, Walid Afkir, Lester Makendonsky.

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