Monday, July 31, 2006

REVIEW - ANNA E O REI



O toque de conto de fadas dado a história da professora inglesa que conquista o rei tailandês se constitui num dos trabalhos mais agradáveis de serem vistos no final da década de 90.
Mesmo a presença de Jodie Foster, que não combina muito atuando romanticamente, parece ser bem vinda já que ela empresta à personagem um comportamento contido, temeroso e desconfiado com relação aos seus sentimentos e que é exigido para o papel.
A fotografia, trilha sonora, direção de arte e figurinos (estas três últimos com várias indicações para premiações) são excepcionais. A reconstituição do clima que pairava na região no século XIX, quando o imperialismo inglês dominava boa parte do países do sul da Ásia foi muito bem constituído.
O filme conta um episódio real da vida da professora viúva Anna Leonowens, que juntamente com seu filho, se muda de Bombain, na Índia, para dar aulas de cultura geral e ensinar inglês aos filhos e esposas no palácio do educado e culturado rei tailandês Mongkut (Chow Yun-Fat) em Bangkok.
Através do choque de culturas se dá o embate entre ela e o monarca que embora, por vezes, tema que ela interfira em assuntos locais retirando a força de sua soberania e contrariando os costumes da região, se sente fascinado pela impetuosidade e convicção de suas idéias.
A jovem inglesa é retratada inicialmente como um reflexo do imperialismo britânico da época e à medida que o filme transcorre esse traço vai suavizando através das experiências que ela vivenciará nesse novo ambiente. Seu pensamento deslizará da necessidade da superposição de um conhecimento sobre o outro para a tolerância e compaixão (sentimento marcante de sua personalidade).
A direção de Anna e o Rei peca apenas quando se torna recalcitrante em alguns momentos, impedindo que o roteiro transcorra com mais agilidade podendo causar uma certa impaciência no expectador. O resultado final, no entanto, agrada. A personalidade e a fibra desta grande mulher, mesmo que a adaptação tenha floreado e exagerado na influência que Anna tenha exercido na corte, dificilmente será esquecida. Adentrar num ambiente estrangeiro e provocar o mínimo que tenha sido de transformação é muito, principalmente, também, levando em conta a condição feminina na época e na cultura oriental.

Notas:
O filme foi proibido na Tailândia por não ter sido, de forma declarada, historicamente fiel aos fatos sobre o rei de Sião e sobre o período que o filme retratou.
A princípio o filme seria rodado em locações na Tailândia, mas mesmo depois que revisões no roteiro foram feitas, as negociações entre os produtores e o governo Tailandês fracassaram em chegar a um acordo sobre o conteúdo do roteiro final e a equipe acabou não tendo permissão para filmar no país. As autoridades tailandeses mantiveram a posição e contestaram que existiam muitos fatos históricos inverídicos no filme para aceitar. Sendo assim o filme acabou sendo rodado na Malásia, país vizinho.
O verdadeiro Rei Rama IV, o rei retratado no filme, é o bisavô do atual rei da Tailândia, Rei Rama IX.
O nome Tuptim (a concubina que teve um caso) significa Rubi em tailandês.
O rei não teve uma rainha que tivesse sido a mãe do príncipe herdeiro. A rainha Rama IV morreu jovem e após a sua morte o rei não quis mais por nenhuma das suas concubinas em seu lugar.



Anna Leonowens (1831 - 1915)


Título original: Anna and the King.

Gênero: Drama / Romance.

Ano: 1999.

País de origem: EUA.

Duração: 148 min.

Língua: Inglês, Tailandês, Francês.

Cor: Colorido.

Diretor: Andy Tennant.

Elenco: Jodie Foster, Chow Yun-Fat, Ling Bai, Tom Felton, Randall Duk Kim, Syed Alwin.

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