REVIEW - A INTÉRPRETE
Dentro de um contexto atualíssimo envolvendo política e corrupção, Sidney Pollack retorna em grande forma após anos trabalhando apenas como produtor.
A Intérprete é um thriller empolgante e inteligente fazendo parte, como eu costumo dizer, de uma quadrilogia de filmes engajados da atual safra moderna que fazem parte também: O Senhor das Armas, O Jardineiro Fiel e Syrianna. São filmes que, basicamente, atacam o capitalismo ocidental pelos seus métodos colonialistas de desenvolvimento pelo qual alcançam poder e prosperidade.
Silvia Broome trabalha como intérprete na sede da ONU em Nova Iorque. Involuntariamente, quando retorna para apanhar sua mochila, esquecida na cabine de som após um chamado para evacuar o prédio, ela escuta sussurros que revelam a tentativa de assassinato do presidente africano da República de Motambo, Eduard Zwanie. Ela contacta a polícia que, sob a liderança do policial Tobin Keller, vai desvendando não apenas a realidade por trás da denúncia de Silvia, mas também os segredos escondidos pela intérprete que acabam vinculando-a aos acontecimentos.
Dosando de forma comedida a dramaticidade, a ação e o tom político, o roteiro consegue passar o seu recado de forma efetiva. Quando em alguns momentos temos a sensação que a narrativa pode estar ficando confusa pela quantidade de informações, as respostas vão sendo liberadas cadencialmente sem deixar o espectador à mêrce de seus questionamentos por muito tempo. Essa foi a fórmula utilizada por Pollack no sentido de não aborrecer a platéia com mistérios excessivos, o que valorizou bastante a trama. É a típica produção capaz de agradar a todos sejam aqueles que se interessam simplesmente por um bom filme de ação policial, bem como aquelas pessoas que enxergam além das imagens exibidas e percebem o seu manifesto e crítica.
Embora não seja a melhor interpretação de Nicole Kidman e muito menos a de Sean Penn (embora que, particularmente, mesmo já tendo sido premiado com o Oscar, não consigo enxergá-lo como um grande ator) eles convencem.
A belíssima fotografia do filme explora em vários ângulos a ilha de Manhattan, e principalmente a área em que se encontra a sede das Nações Unidas.
Como obra cinematográfica é um trabalho de primeira; como entretenimento é um programa garantido.
Este é o primeiro filme a ser rodado dentro da sede das Nações Unidas. As locações ocorreram dentro da Assembléia Geral e do Conselho de Segurança, bem como nos corredores e halls do complexo. O elenco e a equipe realizaram as filmagens durante os finais de semana para não atrapalhar a rotina de trabalho da organização. Elas se estabeleciam no prédio na sexta-feira à noite, para poderam preparar e organizar os equipamentos só recolhendo tudo no domingo.
Alguns dos extras do filme (cenas da Assembléia Geral, do conselho de Segurança, e as imagens da câmera de segurança) são funcionários reais das Nações Unidas que foram autorizados a participar após assinarem os termos da participação. As filmagens nas Nações Unidas foram realizadas entre abril e agosto de 2004.
Nicole Kidman teve que interromper seu trabalhar em A Intérprete para fazer filmagens de cenas extras de Mulheres Perfeitas após um teste de exibição negativo.
Durante uma cena em que um tiro é disparado contra um ator, não foi permitido utilizar festim por causa da reunião do conselho de segurança que ocorria no local.
A despeito da alta segurança nas Nações Unidas e dos alertas de terrorismo, os menbros da equipe tiveram permissão para trazer facas para trabalhar.
As filmagens, originalmente, estavam sendo planejadas para ocorrer em Toronto no Canadá. Uma réplica da assembléia geral estava a caminho até que se descobriu que se teria um custo muito alto para se fazer os bulbos curvados e florescentes nos formatos arcados das mesas da assembléia. Este fato impulsionou a tentativa de se conseguir gravar utilizando a própria ONU.
Parte do acordo que foi acertado entre os produtores e o gabinete do prefeito Bloomberg foi que, em troca de filmar nas Nações Unidas, todo o filme deveria ser realizado em Nova Iorque utilizando equipes de serviço de Nova Iorque.
O diretor Sidney Pollack encontrou-se com o presidente da ONU, Kofi Annan para conseguir a permissão para filmar dentro da ONU.
Nicole Kidman acertou fazer o filme antes mesmo de ler o script.
Durante a cena em que Nicole esta olhando no livro de notas de pessoas mortas de seu irmão, também falecido, lê-se o nome de sua irmã no filme, Antônia Broome como uma das pessoas mortas. Na vida real uma das irmãs de Nicole chama-se Antônia.
A cena do tiro no conselho de segurança foi feita em apenas um dia. Essa sala fica em stand by vinte e quatro horas por dia durante os sete dias da semana. Se alguma reunião tivesse de ser realizada repentinamente, a equipe teria três horas para retirar todos os equipamentos antes da reunião começar.
Matobo é o nome de um parque nacional no Zimbábue.
Título original: The Interpreter.
Gênero: Drama / Thriller / Policial.
Ano: 2005.
País de origem: EUA.
Duração: 128 min.
Língua: Inglês / Francês / Português.
Cor: Colorido.
Diretor: Sidney Pollack.
Elenco: Nicole Kidman, Sean Penn, Catherine Kenner, Jesper Christensen, Yvan Attal, Earl Cameron.
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