REVIEW - ANNA E O REI

O toque de conto de fadas dado a história da professora inglesa que conquista o rei tailandês
se constitui num dos trabalhos mais agradáveis de serem vistos no final da década de 90.Mesmo a presença de Jodie Foster, que não combina muito atuando romanticamente, parece ser bem vinda já que ela empresta à personagem um comportamento contido, temeroso e desconfiado com relação aos seus sentimentos e que é exigido para o papel.
A fotografia, trilha sonora, direção de arte e figurinos (estas três últimos com várias indicações para premiações) são
excepcionais. A reconstituição do clima que pairava na região no século XIX, quando o imperialismo inglês dominava boa parte do países do sul da Ásia foi muito bem constituído.O filme conta um episódio real da vida da professora viúva Anna Leonowens, que juntamente com seu filho, se muda de Bombain,
na Índia, para dar aulas de cultura geral e ensinar inglês aos filhos e esposas no palácio do educado e culturado rei tailandês Mongkut (Chow Yun-Fat) em Bangkok.Através do choque de culturas se dá o embate entre ela e o monarca que embora, por vezes, tema que ela interfira em
assuntos locais retirando a força de sua soberania e contrariando os costumes da região, se sente fascinado pela impetuosidade e convicção de suas idéias.A jovem inglesa é retratada inicialmente como um reflexo do imperialismo britânico da época e à medida que o filme transcorre esse traço vai suavizando atra
vés das experiências que ela vivenciará nesse novo ambiente. Seu pensamento deslizará da necessidade da superposição de um conhecimento sobre o outro para a tolerância e compaixão (sentimento marcante de sua personalidade).A direção de Anna e o Rei peca apenas quando se
torna recalcitrante em alguns momentos, impedindo que o roteiro transcorra com mais agilidade podendo causar uma certa impaciência no expectador. O resultado final, no entanto, agrada. A personalidade e a fibra desta grande mulher, mesmo que a adaptação tenha floreado e exagerado na influência que Anna tenha exercido na corte, dificilmente será esquecida. Adentrar num ambiente estrangeiro e provocar o mínimo que tenha sido de transformação é muito, principalmente,
também, levando em conta a condição feminina na época e na cultura oriental.Notas:
O filme foi proibido na Tailândia por não ter sido, de forma declarada, historicamente fiel aos
fatos sobre o rei de Sião e sobre o período que o filme retratou.A princípio o filme seria rodado em locações na Tailândia, mas mesmo depois que revisões no roteiro foram feitas, as negociações entre os produtores e o governo Tailandês fracassaram em chegar a um acordo sobre o conteúdo do roteiro final e a equipe acabou não tendo permissão para
filmar no país. As autoridades tailandeses mantiveram a posição e contestaram que existiam muitos fatos históricos inverídicos no filme para aceitar. Sendo assim o filme acabou sendo rodado na Malásia, país vizinho.O verdadeiro Rei Rama IV, o rei retratado no
filme, é o bisavô do atual rei da Tailândia, Rei Rama IX.O nome Tuptim (a concubina que teve um caso) significa Rubi em tailandês.
O rei não teve uma rainha que tivesse sido a mãe do príncipe herdeiro. A rainha Rama IV morreu jovem e após a sua morte o rei não quis mais por nenhuma das suas concubinas em seu lugar.
Anna Leonowens (1831 - 1915)
Título original: Anna and the King.
Gênero: Drama / Romance.
Ano: 1999.
País de origem: EUA.
Duração: 148 min.
Língua: Inglês, Tailandês, Francês.
Cor: Colorido.
Diretor: Andy Tennant.
Elenco: Jodie Foster, Chow Yun-Fat, Ling Bai, Tom Felton, Randall Duk Kim, Syed Alwin.









































