Sunday, May 27, 2007

REVIEW - LUCAS, UM INTRUSO NO FORMIGUEIRO

Um filme direcionado às crianças, mas com um apelo universal que conegue fundir diversão com boas doses de gargalhadas e mensagens educativas e de fácil entendimento para o público infantil. Esta é a natureza (em todos os sentidos) de Lucas Um Estranho No Formigueiro, um desenho animado que soube explorar bem as lições de ética, cooperação e solidaderiedade exaltando o poder da boa convivência e tolerância.
Lucas é um menino comum e como a maioria dos garotos de sua idade é possuído de um espírito travesso e rebelde. No quintal de sua casa existe um formigueiro, vítima das maldades destrutivas de Lucas que se expressão sob a forma de ataques com pistolas de água ou com a utilização da mangueira de regar as plantas. A situação, contudo se inverte quando Lucas, enfeitiçado pelo mago do formigueiro, é reduzido ao mesmo tamanho daqueles seres em que ele teimava por risco com suas brincadeiras de barbarismo. Ele é obrigado pela rainha à ficar uma temporada morando no formigueiro e aprender mais sobre a comunidade das formigas para ter mais respeito e conhecimento por um mundo cuja a vida é tão preciosa como para os humanos. Determinado a dar o melhor de si para ser uma verdadeira formiga, ele é assessorado pela graciosa Hova e pelo seu namorado o bruxo Zoc, numa árdua tarefa de transformar a criança num ser humano aliado das formigas.
Lucas, Um Intruso No Formigueiro supera as expectativas e consegue ir além da proposta de mais uma animação, se projetando num trabalho reflexivo de e forte conotação instrutiva. As melhores cenas são aquelas em que ele se dá conta de que suas brincadeiras destruidoras em cima do formigueiro traziam desolação e sofrimento e que apenas agora é que ele só se dá conta já que está testemunhando a rotina daquela novo ambiente.
O respeito às diferenças é mais um entre vários outros temas que sutilmente são vasculhados, numa abordagem que atinge em cheio o bom senso do público mirim. Em seu conjunto ele é indiscutivelmente um dos melhores filmes infantis dos últimos anos e, sem dúvida, o melhor desta temporada.
Notas: O filme é o 3º longa-metragem de animação a ter formigas como protagonistas – FORMIGUINHAZ (Antz) foi o primeiro em 1998, seguido por VIDA DE INSETO (A Bug’s Life) em 1998.
O filme iria estrear originalmente em 4 de agosto de 2006, mas sua data foi alterada para 28 de junho de 2006, com O SEGREDO DOS ANIMAIS (The Barnyard).
No filme, as antenas das formigas macho são para frente, enquanto as das fêmeas são para trás.- A trilha sonora do filme é assinada por John Debney, o mesmo compositor responsável pela trilha dos animados Disney A NOVA ONDA DO IMPERADOR (2000) e O GALINHO CHICKEN LITTLE (2005).
Estreando em 3050 salas de cinema norte-americanos, o filme foi recebido pelos críticos com críticas mistas, obtendo até o momento uma razoável cotação de 63% de comentários positivos segundo o site Rotten Tomatoes. Enquanto alguns elogiam seus atributos técnicos e suas idéias criativas, alguns o criticam por ser muito carregado com lições de moral.
O site Box Office Mojo prevê uma abertura de terceiro lugar no ranking do fim de semana com $13.3 milhões, a frente de A CASA DO MONSTRO com uma prevista colocação de quarto lugar com $12.4 milhões.
Existem 7 curtas animados feitos do Lucas.
Nas fotos promocionais, Stan não usa charuto. No filme ele fuma.







Título Original: The Ant Bully.

Gênero: Animação.

Ano: 2006.

País de Origem: EUA.

Duração: 88 min.

Língua: Inglês.

Cor: Colorido.

Diretor: John A. Davis.

Elenco (vozes na dublagem original): Julia Roberts, Nicolas Cage, Zach Tyler, Paul Giamatti, Lily Tomlin, Bruce Campbell, Ricardo Montalban, Meryl Streep, Regina King.

Saturday, May 26, 2007

REVIEW - CLEOPATRA

A rainha egípcia mais famosa do mundo, Cleópatra, recebeu três versões no cinema norte americano. A primeira foi o filme mudo estrelado pela lendária Theda Bara em 1919 que encontra-se perdido até o momento. Depois a atriz francesa, radicada nos Estados Unidos, Claudete Colbert incorporou a personagem histórica em 1934 e por fim a polêmica produção de 1964 estrelada por Elizabeth Taylor. Rodada nos estúdios da cinecitá em Roma entre 1962 até 1964 o maior atrativo publicitário não chegou a ser o filme em si, mas os astronômicos estouros de orçamento e crises de saúde enfrentada pela estrela principal, Liz Taylor que fez com que a produção se mudasse da Inglaterra para a Itália no propósito de concluir a produção. A grandiosidade do espetáculo cinematográfico (cenários, figurinos, milhares de extras) permanece imbatível. Cleopatra ainda é considerado o último grande épico custeado por um estúdio de Hollywood até hoje. O filme centra sua maior atenção na figura da Faraó em suas artimanhas políticas revelando Cleopatra como uma mulher que, vivendo sua época, estabelecia ligações estreitas entre o poder que adquiria e seus romances com aqueles que poderiam lhe ajudar a obtê-lo. A importância conseguida por ela com suas alianças premeditas para se manter no poder foi tamanha que ela acabou fortalecendo o egito como uma nação respeitada frente ao poderio de Roma. Isto tudo graças ao romance que ela estabelece com Julio Cesar e, depois da morte deste, com Marco Antônio. O filme é uma ferramenta megalomaníaca da Fox que quase foi à bancarrota com um filme não teve retorno nas bilheterias. O resultado é que Cleópatra se sustenta mais pelas suas virtudes técnicas do que por uma narrativa substanciada. Apresenta-se com um palco para ostentar a diva Taylor (nome de peso nas bilheterias na época juntamente com Marilyn Monroe) .É um filme em que Hollywood vai ao limite do que pode ser estupidamente esnobe numa produção, tornando o filme grandioso técnicamente mas pobre na consistência da idéia central.A força de interpretação da dupla Elizabeth Taylor e Richard Burton provou funcionar. O casal levou a paixão que tinha nas telas para a vida real e fizeram mais 11 filmes juntos, entre eles Quem Tem Medo de Virgínia Wolf e A Megera Domada. A química entre Burton e Taylor e a riqueza da produção não foram suficientes para suprir a falta de um roteiro forte e mais maduro que vai de momentos a momentos se arrastando, como num desfile de alegorias monótono e chato.
Notas:
Cleópatra é o filme mais caro de todos os tempos. Na época de sua realização sua produção custou US$ 44 milhões. Se esta quantia fosse reajustada até em relação ao dólar em 1999, o filme custaria na verdade US$ 270 milhões.
É popularmente considerado um dos maiores fracassos comerciais de todos os tempos, apesar desta afirmação não ser verídica. Apesar de seu alto orçamento o filme conseguiu recuperar o dinheiro nele investido, vários anos após seu lançamento, sendo ainda uma das maiores bilheterias da década de 60.
Em 1958 a atriz Joan Collins chegou a ser contratada para protagonizar Cleópatra, mas com os vários atrasos que o início da produção teve ela acabou ficando indisponível para atuar no filme quando ele realmente entrou em produção.
A atriz Audrey Hepburn chegou a ser cotada para interpretar Cleópatra, após a desistência de Joan Collins.
Elizabeth Taylor foi o 1ª intérprete de Hollywood a receber US$ 1 milhão por um único filme, por sua participação em Cleópatra.
Este é o 1º de 11 filmes em que Richard Burton e Elizabeth Taylor trabalham juntos. Os demais foram Gente Muito Importante (1963), Adeus às Ilusões (1965), Quem Tem Medo de Virginia Woolf? (1966), A Megera Domada (1967), Dr. Faustus (1967), Os Farsantes (1967), O Homem que Veio de Longe (1968), Ana dos Mil Dias (1969), Unidos pelo Mal (1972) e Divórcio Dele, Divórcio Dela (1973).
As filmagens de Cleópatra tiveram início em 1960.
Logo no início das filmagens na Inglaterra Elizabeth Taylor adoeceu e não pôde participar das filmagens. Como praticamente todas as cenas necessitavam da presença de Taylor, a produção foi paralisada até que ela se recuperasse. Este período durou cerca de 6 meses.
Durante o período em que Elizabeth Taylor se recuperava o até então diretor Rouben Mamoulian pediu demissão de seu cargo, já que havia assumido outros compromissos para os meses seguintes.
Inicialmente seria Stephen Boyd quem interpretaria Marco Antônio em Cleópatra, mas ele teve que desistir do papel devido aos constantes atrasos nas filmagens, principalmente devido à doença contraída por Elizabeth Taylor.
Inicialmente seria Peter Finch o intérprete de Júlio César, tendo também abandonado o filme devido aos constantes atrasos em sua produção.
Durante as filmagens em Roma milhões de dólares foram gastos para repôr equipamentos de filmagens e os próprios cenários do filme, que foram roubados.
Ainda em Roma um grupo de mulheres que trabalhava como serventes e escravas de Cleópatra no filme entrou em greve, solicitando proteção contra os ataques amorosos dos extras italianos. O estúdio teve que contratar segurança especial para proteger os extras.
John DeCuir teve que reconstruir o gigantesco set de filmagens de Alexandria três vezes.
O diretor Joseph L. Mankiewicz chegou a propor à Fox que Cleópatra fosse dividido em dois filmes, César e Cleópatra e Marco Antônio e Cleópatra, ambos com aproximadamente 3 horas de duração. A Fox não concordou com esta proposta, decidindo lançá-lo no formato como o conhecemos hoje, com mais de 4 horas de duração.
De acordo com o diretor Joseph L. Mankiewicz algumas das melhores cenas do filme acabaram sendo cortadas de sua edição final. Segundo o diretor, foram cortadas cerca de 90 a 120 minutos na versão final.
Durante Cleópatra Elizabeth Taylor trocou de figurino 65 vezes, sendo até hoje um recorde para um filme feito para o cinema.
Foi também lançado em uma versão menor, com 194 minutos.
Refilmagem de Cleópatra (1934) e refilmado como Cleópatra (1999), para a TV americana.
Ganhou 4 Oscars, nas seguintes categorias: Melhores Efeitos Especiais, Melhor Fotografia - Colorido, Melhor Figurino - Colorido e Melhor Direção de Arte - Colorido. Foi ainda indicado em outras 5 categorias: Melhor Filme, Melhor Ator (Rex Harrison), Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora e Melhor Som.
Recebeu 4 indicações ao Globo de Ouro, nas seguintes categorias: Melhor Filme - Drama, Melhor Diretor, Melhor Ator - Drama (Rex Harrison) e Melhor Ator Coadjuvante (Roddy McDowall). Rex Harrison pôs uma cláusula em seu contrato em que estabelecia que qualquer cartaz publicitário do filme em que Richard Burton aparecesse, ele também teria que aparecer.
A cicatriz da traqueotomia feita em Elizabeth Taylor no período em que adoecera na Inglaterra, é visível em vários momentos do filme.
Título Original: Cleopatra.

Gênero: Drama.

Ano: 1964.

País de Origem: EUA.

Duração: 192 min.

Língua: Inglês.

Cor: Colorido.

Diretor: Joseph L. Mankiewicz.

Elenco: Elizabeth Taylor, Richard Burton, Rex Harrison, Martin Landau, Roddy MacDowall, Pamela Brown, George Cole, Hume Cronyn.

REVIEW - DOGVILLE



A trilogia de Lars Von Trier contra as bases da sociedade americana tem o seu início com Dogville, um filme de impacto profundo e que se constitue em mais um prova de um cinema feito de forma artisticamente inovadora em sua narrativa. Potencialmente polêmico em sua essência, o diretor sueco utiliza atrizes ícones de Hollywood - Nicole Kidman e a lendária Lauren Bacall -aumentando o sentimento de chamada irônica para uma história que vai de encontro exatamente com a noção hipócrita que a América tem sobre a América.
A história se passa numa comunidade esquecida aos pés das Montanhas Rochocas, no Meio-Oeste americano chamada Dogville. Grace (Nicole Kidman) a chega a este vilarejo, fugindo de gângsteres. Ela é recepcionada por Tom (Paul Bettany) morador local e aspirante a líder comunitário que passa a maior parte de seu tempo exercitando a filosofia da ética moral. Após ser apresentada aos moradores de Dogville por Tom (que se apaixona pela ruiva e torna-se seu maior patrocinador para que ela se estabeleca no local), os moradores estabelecem o prazo de duas semanas para que ela se mostre uma pessoa confiável a viver entre eles, já que até aquele momento ela é uma mulher cuja índole é desconhecida. Aceitando cumprir este 'estágio probatório', Grace tenta se inserir na sociedade e cativar a todos, sendo prestativa em tarefas diversas que se estendem a trabalhar na lavoura a fazer leituras para cego. A forasteira, contudo, percebe com o passar do tempo que aquela comunidade que a submeteu a testes de aceitação, para poder nela conviver, não é tão ingênua e pura como imaginara. Só neste momento que ela se dará conta que terá que pagar um preço muito caro para permancer entre eles e que acaba mudando todo o seu conceito daqueles indivíduos.
Um dos pontos altos de Dogville reside no fato que todo o filme se dá num palco - que poderia ser o de um teatro, mas com interpretações dirigidas para a linguagem do cinema - cujo cenário é quase que totalmente criado pela imaginação. O faz de conta é que guia a atuação das cenas, ao mesmo tempo que nos mostra de forma concomitante a intimidade do interior das casas e do comércio de uma vila interiorana ilusória, onde não há uma parede sequer. Se desnuda aqui, os limites que a reserva na vida real não nos deixa ver.
Em Dogville a inexistência de barreiras físicas, comuns para garantir a individualidade, tem efeito apenas no expectador já que esta "transparência" só é vista pelos olhos do público como se o roteiro nos desse uma radiografia, do ponto de vista do diretor, a essência corrompida e maculada de uma sociedade que, de uma outra forma, deveria ser íntegra e livre de vícios. A denotação de Lars Von Trier afirmando a existência de uma postura de dominação, subserviência e oportunismo despachado pelos americanos aos estrangeiros já tinha sido, dentro de um outro contexto, explorado anteriormente no angustiante Dançando No Escuro. A composição faz utilização farta da câmera manual e intranqüila, típica de Lars Von Trier, adiciona uma forte tensão e expectativa a história. Os closes utilizados nas cenas sugerem uma desconfiança e dão uma sensação de desconforto constante aos personagens da trama. Dogville é um exercício de como fazer um cinema barato e eficaz com extrema qualidade e força criativa.
Notas:
Apesar de Dogville ser situado nos Estados Unidos, todas as filmagens ocorreram em estúdio na Suécia.
O orçamento de Dogville foi de US$ 9 milhões.
Trata-se do 1º filme de uma trilogia do diretor Lars Von Trier sobre os Estados Unidos. Os demais filmes são Manderlay (2005) e Washington (2007).
A famosa cena inicial, onde Dogville é vista de cima foi de fato gerado por um computador que organizou 156 cenas diferentes para a composição. O teto do estúdio não era tão alto para que pudesse ser feita sequer uma tomada naquela altura.
Dizem que Nicole Kidman se comunicou muito pouco com o restante da equipe, fora os assuntos necessários. Contudo ela convidou a equipe para beber champanhe e caviar e trouxe Chefs Mexicanos para conzinhar para todos.
Quando Nicole Kidman foi para a Suécia fazer o filme foi a primeira vez em quinze anos que ela pegava um vôo comercial.
Originalmente Lars Von Trier queria Nicole Kidman de quatro na cena de estupro, mas devido ao joelho machucado da atriz a cena foi mudada.
Paul Bettany não queria o papel de Tom Edison pois as filmagens estavam ocorrendo na Suécia. Foi quando o ator Stellan Skarsgård disse que as filmagens com Lars Von Trier erão tão divertidas que ele iria perder algo de extrarordinário caso ele recusasse o papel. Após metade das filmagens terem sido concluidas Bettany perguntou a Skarsgård quando a diversão iria começar. Skarsgård respondeu que tinha mentido e que ele tinha feito isso para que Bettany não recusasse o papel e tivesse a chance de trabalhar com Lars Von Trier, algo maravilhoso e que Bettany só saberia depois que já estivesse nas filmagens papel.
Título Original: Dogville.

Gênero: Drama.

Ano: 2002.

País de Origem: EUA / Dinamarca.

Duração: 178 min.

Língua: Inglês.

Cor: Colorido.

Diretor: Lars Von Trier.

Elenco: Nicolle Kidman, Lauren Bacall, Paul Bettany, Harriet Andersson, Blair Brown, James Caan, Patricia Clarkson, Jeremy Davies, Ben Gazzara, Thom Hoffman, John Hurt (narrador).
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