Wednesday, November 29, 2006

REVIEW - A ERA DO GELO

O que acontece quando três animais de espécies completamente diferentes e em pleno início da Era Glacial, se juntam para proteger um bebê que acabara de perder a mãe, e iniciam uma jornada não com a intenção de migrar, para escapar do frio, mas para localizar o pai do 'filhote' de humano? Confusões a perder de vista além de muita lição de moral. Os discursos preservacionistas é o traço típico dos desenhos ecologicamente corretos feitos na atualidade. Eles põe o homen numa posição mais selvagem do que os própios bichos. Este é a principal mensagem desta criativa animação.
Em A Era do Gelo os estúdios da Fox acertam em cheio no enredo e nas personagens que, por serem tão diferentes uma da outra, acabam formando um conjunto cujas possibilidades de se criar situações são infinitas.
A seqüência de abertura tem início com um esquilo que, por si só já merecia ter o seu próprio longa-metragem. Scrat é o nome dessa criatura que nos introduz ao mundo hostil de milhares de anos atrás. Sua obsessão por avelãs é a grande atração da personagem já que sua teimosia em perseguir a noz, onde quer que esta esteja, o levará sempre a perigos absurdamente engraçados. As expressões nervosas dadas para o animalzinho nas intermináveis perseguições em que ele empreende para deter a avelã, que teimosamente está sempre lhe escapando, são hilárias.
A animação segue seu curso e, eventualmente, é enxertada uma tomada de Scrat em mais um de seus apuros. O filme dirige-se para o seu foco principal quando nos é apresentado o encontro de Manfred, um mamute, e Sid, um bicho-preguiça, onde o primeiro salva o segundo de um ataque de rinocerontes enraivecidos. Sid, então, decide manter-se sob a proteção constante de Manfred, este não aprova a idéia mas acaba vencido pela insistência da indesejada companhia. Quando a dupla encontra um bebê na beira de um rio, Sid decide que devem achar o pai da criança e entregá-la a salvo nas mãos dos homens, contrariando Manfred que não concorda ter que se envolver neste problema. O bebê no entanto é perseguido por um grupo de tigres dentes-de-sabre que deseja devorá-lo como vingança pelo grupo humano ter dizimado boa parte de sua espécie. O chefe do bando designa Diego como o responsável pela captura da criança. O maquiavélico tigre tem seu interesse barrado na presença do grandalhão Manfred e é obrigado a reformular uma outra estratégia para que cumpra a ordem de seu chefe. A partir deste momento, a história inicia as reviravoltas necessárias para concretizar um final característico para a maioria dos filmes derecionados ao público infanto-juvenil.
A Era do Gelo segue a tendência de bons roteiros dispensados aos desenhos computadorizados que são feitos hoje em dia. A facilidade de se construir o filme atráves deste técnica aumenta o poder de implementação das idéias criativas dos desenhistas que não detém-se apenas nas posibilidades da animação tradicional, mas reinventam sempre novas técnicas e formas, que dão mais vida às formas e aumentam a beleza do espetáculo nesta área da arte cinematográfica.

Notas:
Recebeu uma indicação ao Oscar, na categoria de Melhor Filme de Animação.
A Era do Gelo é o primeiro longa-metragem dirigido por Chris Wedge.
Este é o 3º filme de animação produzido pela 20th Century Fox. Os demais foram Anastasia (1997) e Titan (2000).
O personagem Scrat foi desenvolvido especialmente para o filme. Os realizadores criaram uma combinação de esquilo e rato, inicialmente como uma maneira de dar ao filme em si uma presença. Tudo o que a criatura quer é enterrar uma bolota, como os esquilos fazem para se preparar para o inverno. Porém, à medida que Scrat tenta empurrar a noz para dentro da geleira, dá início à era do gelo, quebrando o gelo e fazendo com que a geleira se mova para frente. Scrat se tornou um sucesso com o público.
A Era do Gelo é um filme de animação totalmente digital da Twentieth Century Fox e do diretor vencedor do Oscar Chris Wedge. O diretor, um dos fundadores do Blue Sky Studios, teve um papel-chave no desenvolvimento do software de iluminação da companhia.
O diretor Chris Wedge refere-se ao filme como "Três Mamíferos Pré-Históricos e um Bebê", devido ao desenrolar da trama, que inclui ação, humor, aventura e sentimento.
O brasileiro Carlos Saldanha assina a co-direção do filme. Ele faz parte da equipe criativa do Blue Sky Studios desde 1993. Saldanha ganhou vários prêmios, incluindo o People's Choice no Images du Futur, em Montreal, e o Best Artistic Film, no International Computer Film Festival, em Genebra, na Suiça.
O tamanho e as características do mamute Manny, como a tromba longa que cobre seu rosto e a abundância de pele, tornaram-no um dos personagens mais desafiadores para levar às telas. Na versão em inglês o ator Ray Romano é quem dá voz a Manny. Na versão dublada, Diogo Villela é quem interpreta o mamute rabujento que faz as coisas a sua maneira. Para o ator, "foi um enorme prazer participar desta aventura. O filme é lindo, rico e o roteiro é um exemplo para a humanidade, por falar da solidariedade entre os animais em perigo".
O centro cômico do filme é a preguiça preguiçosa Sid, interpretada na versão original por John Leguizamo. O ator se preparou para o papel assistindo a vídeos desses mamíferos lentos que vivem em árvores. Os realizadores entregaram desenhos no papel e no computador do personagem a Leguizamo, bem como modelos de barro para ajudá-lo a criar a voz e a emoção de Sid.
Depois de experimentar quase 30 vozes, Leguizamo acabou achando a voz do personagem bem perto de casa. "A voz do Sid acabou sendo meio parecida comigo, só que um pouco mais alta e animada", revelou o ator. Ele também deu a Sid uma "pronúncia lateral", depois de saber que as preguiças guardam comida dentro das bochechas, como os esquilos. Tadeu Mello é quem faz o divertido e atrapalhado bicho preguiça na versão dublada. O ator disse que ficou apreensivo ao dublar pela primeira vez em sua carreira. "Mas, o carisma de Sid me favoreceu", afirma ele.
O ator e apresentador Marcio Garcia - que já havia trabalhado com a Fox em Dr. Dolitte 2 (2001) - repete a experiência e faz, desta vez, a voz do tigre Diego. "Foi muito divertido, principalmente porque o personagem começa como vilão e termina como herói". Na versão original, é o ator Denis Leary quem dá voz ao tigre dente-de-sabre. Depois de fazer a voz de Francis em Vida de Inseto (1998), Denis Leary estava familiarizado com filme de animação. "Durante anos, uma geração inteira de crianças, incluindo os meus filhos, me conheceram como uma joaninha, então achei que seria legal - e mais parecido comigo mesmo - ser um tigre dente-de-sabre", brinca o ator.
Para pesquisar o período da Era do Gelo, os membros da equipe técnica do filme procuraram um dos poucos repositórios do mundo de artefato da era do gelo: o Museu Americano de História Natural de Nova York. Eles passaram horas incontáveis olhando para ossos de um mamute, debruçados sobre centenas de livros e em consultas com paleontólogos e arqueólogos.
O filme fez referência e a versão do livro mostrava a personagem da preguiça Sylvia, que não foi lançada na edição final para o cinema. No livro, Sid evita ter que acompanhá-la na migração dos animais que vão ao sul, pois ela estava interessada em um compromisso e ele não.
O filme originalmente foi concebido para ser um drama, mas a Fox aceitaria apenas se ele fosse uma comédia de animação infantil.
Chris Wedge se arrependeu de não ter tirado o coelho do seu curta Bunny (1998) para adicioná-lo no filme como um coelho da páscoa.
A equipe de filmagem pensou, inicialmente, em dar um efeito de congelamento à logomarca da Fox quando ela aparece antes do início do filme. Este efeito aparece em um dos traillers, mas a idéia foi cortada e a logo aparece normal na exibição inicial do filme.
Os atores que dublaram as vozes das personagens foram encorajados a improvisar suas interpretações para dar um ritmo mais espotâneo possível à animação.
Scrat era para aparecer apenas alguns minutos na seqüência de abertura do filme, mas sua personagem teve uma aceitação tão boa junto à platéia nos testes de exibição que lhe foram acrescentadas outras cenas.
A pré-produção levou um ano antes que se iniciasse os trabalhos efetivos.
A decisão de fazer Scrat ter voz foi rapidamente desqualificada já que a personagem sem voz dava um efeito cômico muito melhor.
A responsabilidade para realização da seqüência de animação em que Sid desce a montanha fazendo snowboard foi dada aos componentes da equipe que de fato já praticaram o esporte.
O filme estreou em março de 2002. Em três semanas de exibição, se tornou o primeiro filme do ano a ultrapassar a barreira de 100 milhões de dólares de arrecadação nas bilheterias.
O único detalhe que os antropologistas consultores do Museu de História Natural de Nova Iorque fizeram questão que fosse respeitado era o fato de não pôr dinossauros no filme, já que estes estavam extintos há mais de vinte mil anos atrás na época.
Primeira produção com uso exclusivo de computação gráfica feita pela Blue Sky Studios.
Blue Sky Animation vem desenvolvendo melhoras na composição de personagens através da computação já há mais de 15 anos. Eles foram responsáveis por alguns dos efeitos especiais em Alien: A Ressurreição (1997) e Joe Contra as Baratas (1996).
A Blue Sky tem engenheiros dentro de sua equipe que conhecem a física aplicada a luz e ao som e de que forma esses elementos afetam os movimentos das personagens.
Com seu enorme sucesso de público, em 2006 estreou uma nova seqüência, A Era do Gelo 2 que também foi muito bem aceito pela crítica especializada e o público.






Título Original: Ice Age.

Gênero: Animação.

Ano: 2002.

País de Origem: EUA.

Duração: 81 min.

Língua: Inglês.

Cor: Colorido.

Diretor: Chris Wedge / Carlos Saldanha.

Elenco (vozes da animação original): Ray Romano, John Leguizamo, Denis Leary, Goran Visnjic, Jack Black, Cedric The Entertainer, Stephen Root, Diedrich Bader.

Monday, November 27, 2006

REVIEW - RUA 42

Esta é uma obra-prima indispensável para quem quer conhecer um pouco do cinema americano da década de trinta, na era pré-código de decência moral (conjunto de normas instituídas pelos donos dos grandes estúdios, que tinha como intuito vetar cenas e diálogos impróprios para os bons costumes na época).
Rua 42 é uma comédia musical que narra de forma leve, mas crítica, a feitura de uma peça de teatro durante o seu processo de montagem. O roteiro imerge não só apenas na produção em si, mas na sua pré e pós-produção que são descritas com um humor descaradamente malicioso e cheio de piadas afiadas e de duplo sentido entre as personagens. Num universo de atrizes veteranas tentando manter seu estrelato e de iniciantes que se degladiam para alcançá-lo, situações que revelam o cotidiano deste meio, dão o tom de crítica cômica a fatos que atingem não só os palcos da Broadway, mas também os estúdios de Hollywood. O cenário de disputa, conchavos, armações e intrigas dos bastidores de um projeto artístico e anseios dos componentes fornecem a imagem real dos acontecimentos dos bastidores da peça teatral.
A lendária atriz de filmes mudos Bebe Daniels faz o papel da atriz Dorothy Brock que tenta se manter como um nome de peso na competitiva Broadway em Nova York. Para estrelar seu próximo espetáculo ela se vê obrigada a tomar como amante o patrocinador do show, o milionário Abner Dillon (Guy Kibbee), ao mesmo tempo que mantém a relação paralela com seu antigo namorado e colega de trabalho Pat Denning (George Brent). Encarnando Julian Marsh, o estressado diretor do espetáculo, está outro grande ator de palcos e cinema Warner Baxter. Baxter dá a medida certa do diretor com problemas de saúde, mas que fecha o contrato para dirigir outra peça. Sua performance sem esteriotipos é a mais tranqüila do filme. Ruby Keeler, uma das principais atrizes sapateadoras dos filmes na época, faz o papel de Peggy Sawyer a garota-que-quer-dá-certo-mesmo-inexperiente-e-insegura. Ela tem que suportar o ambiente hostil criado por suas concorrentes para se sobressair entre as demais. Com a ajuda de Billy Lawler (Dick Powell) um dos dançarinos da companhia, ela consegue ser selecionada. Como colegas de palco ela terá as também dançarinas Anytime Annie (Ginger Rogers), a garota oportunista, que eventualmente acaba se tornando sua amiga, e Una Merkel, que parece rivalizar com a inocente Peggy logo no início do filme.
Os números musicais bem executados de Rua 42 são exibidos apenas no final do filme. Alguns destes números utilizam a técnica da formação de figuras com a câmera posta no alto mostrando os dançarinos numa composição de belíssimas coreografias sincronizadas. Este estilo ganhou força na época e foi muito utilizado principalmente na década de 40 e 50 com a utilização do technicolor.
Filme clássico em que temos a chance de ver a atuação de figuras lendárias e pioneiras do cinema, vale a aquisição do DVD.

Notas:
Henry B. Walthall chegou a participar do filme. Ele teve originalmente um papel importante incluindo uma cena chave do filme em que ele morreria no palco durante os ensaios. A maioria dessas cenas foram eliminadas na sala de edição.
Para o papel de Warner Baxter foram considerados Warren William e Richard Barthelmess; para o de Bebe Daniels concorreram Kay Francis e Ruth Chartterton; para o de Ruby Keeler se pensou em Loretta Young; Joan Blondell no lugar de Ginger Rogers; Glenda Farell para o papel que ficou com Una Merkel e Frank McHugh ficaria com o papel que acabou nas mãos de George E. Stone.
Ginger Rogers assumiu o papel da personagem Anytime Annie atendendo a um pedido do diretor Mervyn LeRoy que namorava com ela na época.
Numa das cenas de abertura, Bebe Daniels está lendo a primeira edição da revista The New Yorker tendo estampada na capa o símbolo da revista, um esteriótipo do residente de Manhattan para a época.
O filme foi um sucesso financeiro e salvou a Warner Brothers da falência.
Quando estreiou em Nova Iorque, no Strand Theater em março de 1933, a revista semanal especializada em cinema Variety, informou que alguns dos números músicais do filme foram projetados especialmente para funcionar bem na tela grande do cinema.
O filme foi selecionado para ser preservado pelo Departamento Nacional de Registro de Filmes.
O orçamento do filme foi estimado em 439 mil dólares.






Título Original: 42nd Street.

Gênero: Comédia / Musical.

Ano: 1933.

País de Origem: EUA.

Duração: 89 min.

Língua: Inglês.

Cor: Preto e Branco.

Diretor: Lloyd Bacon.

Elenco: Warner Baxter, Bebe Daniels, George Brent, Ruby Keeler, Dick Powel, Guy Kibbee, Una Merkel, Ginger Rogers, Ned Sparks.
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