REVIEW - PEARL HARBOR
O grande atrativo de Pearl Harbor é a grandiosidade dos sets de filmagem e os efeitos especiais. As cenas utilizadas para a reconstituição do ataque surpresa japonês sobre a base naval americana, numa das ilhas do arquipélago havaiano, foram fartamente exploradas com o auxílio da computação gráfica. O melhor deste melodrama, que parece ser inspirado por alguma novela mexicana, basicamente se resume a isso.
O roteiro, desnecessariamente, se utiliza de quase 3 horas de filme para retratar o comprometimento das relações entre dois amigos de infância, ambos pilotos das forças armadas, que se apaixonam pela mesma mulher.
Rafe (Ben Affleck) e Danny (Josh Hartnett) são amigos desde criança e juntos chegaram à força áerea americana. O primeiro sempre o mais extrovertido e o segundo mais tímido. O laço de companheirismo firmados entre os dois parece ser eterno. A vida, porém, desafiará quando são designados para fazer parte do esquadrão de elite na base aérea de Pearl Harbor, onde Rafe conhece a enfermeira Evelyn apaixonando-se imediatamente um pelo outro. O destino, contudo, não opera à favor daquela relação. Quando Rafe é considerado morto, após ser abatido na Europa onde combatia a favor das forças inglesas, Evelyn acaba encontrando consolo nos braços de Danny que imediatamente se apaixona pela namorada do amigo pelo qual tinha profunda admiração. Meses depois o conflito se inicia quando Danny, resgatado com vida, retorna à América e percebe que mudanças inevitáveis ocorreram durante o seu suposto falecimento.
O cenário constituído é de pura tensão, já que se trata de um periodo conturbado da história em que os Estados Unidos está prestes a entrar na Segunda Guerra Mundial. O ápice do filme ocorre exatamente durante o ataque surpresa japonês à base naval militar de Pearl Harbor, que acaba arrastando os americanos para lutar junto com os aliados contras as forças do Eixo.
Michael Bay (Armagedom, A Rocha) parece um ser inerte com participação meramente técnica e sem qualquer controle sobre as obras que dirige. Tudo a mando dos executivos do estúdio. Ele é especializado em filmes que excedem em pirotecnia, mas com raras exceções (A Ilha), e pobres em enredo dramático. Ele conhece bem o cinemão comercial mas falta-lhe sensibilidade e sutilidade para ir além. O diferencial dos grandes diretores.
Pearl Harbor erra quando se estrutura sob um roteiro inconsistente lapidado dentro de uma montagem errônea que permite exceder em seqüências massantes. Resultado: o filme progride como uma soap opera enlatada.
Se como obra artística pouco acrescenta aos anais cinematográficos, como produção existem qualidades a se destacar. A riqueza na elaboração dos figurinos, direção de arte é notória. A trilha sonora também é bem produzida, o que lhe rendeu algumas premiações.
Fazendo um balança geral Pearl Harbor se encaixa dentro de uma perspectiva ufanista que é um traço comum na maioria das produções comerciais americanas. Embora tente fazer alguma referência na perspectiva do lado japones na guerra, quando o faz não é de forma isenta.
Segundos críticos de Nova Iorque e Los Angeles o maior fracasso de Pearl Harbor residiu na falta de acuração das informações históricas utilizadas pelos produtores. As discrepâncias causaram decepção principalmente entre os ex-combatentes ainda vivos que esperaram por informações mais comprometidas com a realidade e menos fantasia.
Notas:
Gene Hackman foi cotado para o papel de Roosevelt, mas quando ele recusou o papel foi para Jon Voight.
Kevin Costner recusou o papel do Coronel Doolittle.
Adrien Broody foi cotado para fazer algum papel no filme.
Ashton Kutcher perdeu o papel de Danny para Josh Hartnett.
Os produtores originalmente esperavam ter no elenco Ben Affleck, Matt Damon e Gwyneth Paltrow juntos nos papéis principais. Entretanto, Damom e Paltrow não puderem aceitar devido a outros compromissos já assumidos.
Charlize Theron desistiu de participar para poder atuar em Doce Novembro.
James Marsden e James Caviezel foram cotados para o papel de Rafe McCawley.
O nome do roteiro original era Tennessee e foi vendido para Disney por aproximadamente 2 milhões de dólares.
Antes das filmagens começarem em Pearl Harbor, um padre havaiano abençoôu a equipe - uma prática recomendada pelos locais sempre que se vai filmar no Havaí.
Alec Baldwin passou algum tempo treinando em simuladores de vôo em Fort Rucker, Alabama, se preparando para o papel.
Para simular o USS Oklahoma tombando, foi construído o maior giroscópio do mundo.
Os pés das mulheres na década de 40 eram menores, foi necessário que a produção mandasse fazer sapatos feminos entre os números 10 e 11 em lojas de Nova Iorque e da Itália.
Foram necessárias 8 semanas para equipe construir o Okalahoma. Durante a seqüência do tombamento do navio havia cerca de 150 homens pendurados ou pulando fora do navio.
Cenas da fazenda do Tennessee foram filmadas nos arredores de Los Angeles em Somis. Para dar uma aparência "Tennessee" a produção plantou um campo de milho cinco anos antes das filmagens.
O filme ficou completo em 106 dias, um dia a mais que o esperado.
A filmagem do bombardeio foi monitorada pela Agência de Proteção ao Meio-Ambiente.
A equipe usou cerca de 700 dinamites, cerca de 1 quilômetro de pavio milhares de litros de gasolina.
Durante a entrevista para a escolha dos pilotos que irão fazer parte do esquadrão de ataque, um dos pilotos listados no quadro é de nome Lawson. Ted Lawson fez parte do esquadrão de Doolittle e escreveu o livro "Trinta Segundos Sobre Tokyo" que se transformou em filme, em 1944, com Van Johnson interpretando Lawson.
Os custos para a produção de Pearl Harbor foram os maiores já concedidos até aquela época para a feitura de um filme: 145 milhões de dólares.
Dois dos aviões japoneses A6M2 "Zero" foram especificamente feitos para o filme tendo como base a planta do "Strela" em Orenburg na Rússia que é especialista em reconstruir aviões da segunda guerra mundial.
Os dois Curtis P-40 Warhawks que voaram no filme são autênticos, pilotados Danny e Rafe. Aviões da 2ª Guerra Mundial foram tomados emprestados do Warhawk Air Museum, em Idaho.
A personagem interpretada por Cuba Gooding Jr. foi a representação do primeiro afro-americano a ser homenageado com a cruz da marinha.
Há uma lenda urbana que uma cena de Bruce Willis em Duro de Matar foi utilizada numa determinada cena do filme. De fato existe uma evidência muito grande da utilização dessa cena, mas a aparição não é de Willis no filme Duro de Matar, e sim de um dublê.
A festa de première de Pearl Harbor custou mais do que a produção do filme Billy Elliot.
A première do filme se deu em Pearl Harbor dentro do porta-aviões . O hangar foi transformado numa boate no estilo anos 40 para a festa após a pré-estréia. A tela foi montada entre os ancoradouros do Arizona Memorial e Missouri.
Jerry Bruckheimer e Michael Bay concordaram em abrir mão de 4 milhões de seus salários para diminuir o orçamento. As estrelas do filme também aceitaram um diminuição do salário para diminuir o orçamento do filme.
Michael Bay desistiu do projeto por quatro vezes devido às disputas que ocorriam.
O cachorro de Doolittle é na verdade o Bulll Mastiff, de Michael Bay.
A personagem ficcional de Thurman representa uma equipe militar que quebrava os códigos secretos e que decifrou as transmissões japonesas dias antes dos ataques.
O navio de ataque Texas teve um papel fundamental em Pearl Harbor. Tomadas interiores foram feitas e usadas para servir como imagens do USS Tenessee, USS Oklahoma e USS West Virgínia no ataque à Pearl Harbor. Outras cenas gravadas em seu interior também foram usadas para servirem como imagens do USS Hornet. O interior do USS Lexington também foi usada para o USS Hornet.
Jon Voight usou réplicas do aparelho que Roosevelt usava para as pernas. Como resultado ele acabou com contusões e lacerações que permaneceram por semanas após o término das filmagens.
As cenas do exterior da área do hospital foram feitas em Palm Circle, no Fort Shafter, localizado no Hawaí.
Enquanto procuravam por locações para o filme, os produtores descobriram que a cidade moderna que mais tinha a cara da Tokyo de 1942 era Gary, em Indiana. A equipe de fotografia do filme tirou fotos aéreas da cidade e integrou o resultado ao filme. Sendo assim, durante a cena do ataque de Doolittle pelo esquadrão aéreo à Tokyo, é na verdade Indiana que está sendo atacada.
O total de dinheiro gasto para a promoção e produção do filme quase se iguala aos prejuízos decorrentes do ataque na época.
As cenas dos ataques aéreos foram feitas no mesmo estúdio mexicano utilizado para as filmagens de Titanic.
Durante as filmagens um dos aviões japoneses caiu em Ford Islands. O piloto milagrosamente escapou e não houve nenhum outro dano a não ser pelo avião. A cena foi utilizada na edição final.
Aviões ficaram voando sobre a base desativada MCAS Tustin, em Orange County, Califórnia. Residentes da localidade entraram em pânico achando que a guerra tinha começado.
Durante as filmagens um rajada de vento levantou a saia de Kate Beckinsale e Catherinne Kellner revelando mais do que a equipe de filmagem esperava ter visto. Ambas foram orientadas a nao usar calcinhas naquela cena em particular para que não ficassem destacadas para a câmera.
Diferentemente de Tora! Tora! Tora! (1970), aviões japoneses de verdade (Mitsubish Zero) foram utilizados na filmagem de Pearl Harbor. Três desses aviões originais foram operados pelo Planes of Fame Museum, de Chino, Califórnia; um pelo Museum of Flying, de Santa Mônica, Califórnia e, outro, pela Confederate Air Force. Em Tora! Tora! Tora! as máquinas aéreas foram todas réplicas construídas dos aviões de treinamento da 2ª Guerra Mundial da marinha e exército. Algumas delas foram usadas novamente em Pearl Harbor.
Gênero: Drama / Romance / Guerra.
País de origem: EUA.
Duração: 127 min.
Língua: Inglês / Japonês / Francês.
Cor: Colorido.
Diretor: Michael Bay.
Elenco: Ben Affleck, Josh Hartnett, Kate Becksinsale, Alec Baldwin, Jon Voight, Dan Aykroyd, Cuba Gooding Jr., Jennifer Garner.